sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Virginia

Afinal, o que ele estaria fazendo naquele lugar? Esperando alguém ou ninguém?
O local, uma pequena arborizada e frondosa praça, semelhante a tantas outras do interior, espetacularmente linda, com jardins e canteiros repletos de flores, com imensa variedade de cores, numa miscelânea adorável multicolorida.
Com tanta beleza natural, o que estaria ali fazendo Carlos Augusto? Apreciando tão somente aquele magnífico cenário que comprova a existência da vida?
Caminha, anda de um lado para outro, dá inúmeras voltas e de súbito está envolvido com uma pequena multidão. São algumas dezenas de pessoas totalmente desconhecidas.
Tem a sensação de perdido no meio daquele grupamento. Afinal nada tem a ver com o ambiente. As pessoas ali postadas se mostram agitadas. Dão a nítida impressão de que estão esperando a chegada de alguém ou outrem .
Conversam de maneira animada, mostram-se alegres e felizes, exaltando satisfação.
Evidentemente que aguardam parentes ou queridos amigos.
Num canto, num pequeno grupo, alguém conta uma aventura hilariante e os circunstantes dão gostosas gargalhadas.
Carlos Augusto ouve, não acha graça alguma. Acha sim, coisa bem boba.
Outra meia dúzia de gente conversa, falam de assuntos comuns, do cotidiano, das vantagens e realizações de cada um, coisas de final de anos, coisas despropositadas para a oportunidade. E Carlos Augusto, fazendo o quê ali? Filosoficamente como se diz, um rosto perdido no meio da multidão.
Passa o tempo, não sabe exatamente quanto. Uma hora, talvez. Tempo em que Carlos Augusto se sente desnorteado, sem rumo, decididamente perdido.
De repente há um burburinho, um alvoroço através de uma manifestação alegre e agitada. Pessoas com os braços levantados e sacolejantes  é a demonstração de contagiante alegria. É quando a ansiedade se desfaz.
Aproxima-se um ônibus. Agora se sabe o porquê das pessoas ali reunidas.
Esperavam o ônibus com seus passageiros, aguardados com angstia.
Os passageiros descem vagarosamente do coletivo e são efusivamente recepcionados pelos que os esperam. Muitos beijos e abraços. Lágrimas emotivas são derramadas pela sensibilidade do tão esperado reencontro.
Carlos Augusto a média distância observa. Ele que estava completamente alheio ao ambiente sente alguma emoção. Emoção pela alegria que é uma forma de felicidade.
Carlos Augusto em observância continua seduzido, atraído pela movimentação.
Desceram, não contou, mas aproximadamente 15 passageiros. O ritmo da emoção prossegue quando uma linda moça, deslumbrante pela beleza, loira de profundos, belíssimos e estonteantes olhos azuis chama a atenção do nosso observador.
Seus olhos, como um instantâneo fotográfico, gravam a imagem daquela divindade feminina. Sentiu-se desconexado, apalermado, surpreendido, espantado, enfim boquiaberto, quando aquele encanto de mulher gritou:
- Carlos Augusto.... Carlos Augusto... Sou eu, Virginia.
Carlos Augusto esfregou as mãos sobre a pele. Chamou baixinho a si pelo seu próprio nome para ter certeza de que era ele o Carlos Augusto chamado.
Mas é quem era Virginia? A Virginia, casta, virgem, da lucidez incomum, das coisas certas. Seria essa a Virginia? Ou simplesmente uma ilusão, algo enganador, uma coisa efêmera? Ouve de novo com insistência por três, quatro vezes: Carlos Augusto, Carlos Augusto... Ele se aproxima daquela que poderia ser sua mulher, mais que isso sua deusa. Sente aquele odor perfumado, não pela fragrância de um produto industrializado, mas pelo seu natural e atraente aroma produzido pelo aquele corpo divino.
Carlos Augusto está pertinho dela. Carlos Augusto e Virginia beijam-se. Sons de sininhos distantes, luzes, muitas luzes, alegria e emoção.
Na verdade tudo longe da realidade. Imagens de um sono, pura fantasia, somente devaneio. Simplesmente um sonho de uma noite.



segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Advento/Natal

Nas quatro semanas que antecedem o Natal, os cristãos se preparam para as comemorações natalinas, liturgia denominada de Advento (do latim adventus, que pode significar vinda ou chegada).
É um tempo com o ritual de preparação em que predomina a alegria, a imensa expectativa dos fiéis esperando o nascimento de Jesus Cristo, tempo em que vivem o amor, a fraternidade e a paz.
Tem outra gente – talvez não tão cristã assim - que se prepara para o Natal até dois meses com antecedência. Seriam os infiéis, ateus ou agnósticos, descrentes profanos com suas irreverências em relação às coisas sagradas, como o nascimento de Cristo.
Seriam todos aqueles em que o Natal não teria aspecto tão rigorosamente religioso.
O Natal concernente ao capitalismo, as cifras, as vendas, a ganância sem limites, o exagero em agradar, contentar a sociedade de consumo.
Sociedade que esta ligada ao materialismo, a luxuria, à satisfação pessoal ou de outrem, com espiritualidade em segundo plano, se não for totalmente esquecida.
Casas de famílias cristãs com árvore de Natal montada.
Luzinhas piscantes a envolvem como se fossem estrelas guias assinalando o caminho da fraternidade, da paz, da esperança, do amor, na estrada da vida.
As luzonas de lojas possuem aquele forte fluxo radiante de estonteantes cores, capaz de estimular a vontade de compra, chamar a atenção de um distraído passante.
No lar cristão há sempre a exposição do presépio com o menino na manjedoura, simbolismo da humilde.
Para o consumo essa imagem da modéstia, da simplicidade não interessa.
O substancial é o poder para adquirir, condição para comprar, materialismo em forma de dinheiro.
A real comemoração do Natal, o nascimento de Jesus Cristo, fica restrita aos cristãos.
Na sociedade de consumo a figura de Cristo é substituída pelo lendário e tradicional Papai Noel, hoje em dia, o elemento simbólico do consumismo.
Uma imagem deturpada, pois o verdadeiro Papai Noel, mais precisamente São Nicolau Taumaturgo, arcebispo turco, costumava ajudar as pessoas pobres da cidade de Mira com presentes.
As crianças - que no dia do nascimento também foram “jesus” - enlevadas se encantam com Papai Noel, o bom velinho, que significa presentes e que está a serviço da sociedade consumista da classe média.
Como se observa esse texto nos remete a clássica e antiga discussão que envolve a espiritualidade e materialismo, os dogmas religiosos e a sociedade de subsistência, conceitos ideológicos, o capitalismo selvagem, desenfreado ou não.
São assuntos polêmicos, discutíveis, de focos diferenciados pela vontade e opinião de cada um, pelo jeito de ver de cada qual ao encontro do interesse de cada um.
Conforme o ceticismo são teses baseadas na dúvida constante, na renúncia de atingir a verdade absoluta.
Assim há os do lado de cá, tem os do lado de lá, respeitando a doutrina religiosa, o pensamento filosófico de cada um, até mesmo daquele “que nem tá ai”, “tá fora dessa”.
Assim conceitos, opiniões e definições se houverem, nesse aspecto serão eternas.
Algo é certo e obrigatoriamente se busca entender. Na verdade existe a vida espiritual, mas há a filosofia do materialismo, obviamente em que perdura a matéria, o dinheiro, o consumo, a subsistência humana, o conjunto das coisas necessárias para o sustento da vida, necessidades para mover a roda da fortuna, a roda da vida.    
     


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A viagem nupcial

A princípio a lua de mel, a viagem de núpcias, ocorre logo após o casamento.
É aquele momento após a solenidade da união legitima entre o homem e a mulher, depois da festa, em que acontece a celebração íntima por parte do casal preferencialmente com uma viagem. Viagem de amor,de romance.
Nos tempos de hoje, de vida competitiva, do pãonossodecadia, nem sempre a lua de mel, a viagem, ocorre de imediato, após as núpcias.
Há o aspecto profissional, do trabalho que não se pode afastar.
Minha filha Carolina depois de quase um ano de matrimônio, realizou sua fortunosa lua de mel, a venturosa viagem de núpcias, diríamos, já meio fora de época, atrasada em razão de obrigações profissionais, a oportunidade de gozar o período de férias nem sempre no momento desejado, mas de acordo com as conveniências da empresa empregadora.
Assim Carolina, e o mais novo agregado à família, meu genro Rafael, embarcaram para a Europa. Carolina tem como colega de trabalho, Leticia, que também esperava a oportunidade para a viagem de núpcias. Leticia tem uma tia (gaúcha de Três de Maio) que vive na Alemanha há mais de 30 anos.  
A tia moradora na cidade de Leer, estado da Baixa Saxonia, conhecedora e viajante européia tratou de traçar um roteiro, providenciar traslado e fazer reservas em hotéis.
Assim, os casais, dispensando agência de viagem, com aquele protocolo que oferece o indispensável itinerário de dias e horas marcadas, com as manjadas visitas programadas, realizaram uma viagem calma e bem diferenciada. .
Carolina e Rafael, junto com Leticia e o marido Cristiano, chegaram ao aeroporto de Frankfurt onde a tia esperava. De Frankfurt, uma viagem de trem de duas horas até Munich, onde passaram o dia, conhecendo a cidade e inclusive, o majestoso estádio do poderoso e campeoníssimo Bayer de Munich. 
De Munich, em viagem de oito horas de trem dormitório, chegada à Veneza e fazer o que é tradicional: passear na praça de São Marcos e de barco percorrer os canais que banham a cidade. Em três dias de estada foi tempo suficiente para o conhecimento. Falar da beleza da cidade, desnecessário.
Mas nem tudo é bonito, relata minha filha; em Veneza, pelas ruas e comum ver mulheres mulçumanas, com suas tradicionais vestes, pedintes, implorando esmolas.
Na praça de São Marcos há os inconvenientes pombos. A pessoa pode ser incomodada, sujada, com alguma expelição aérea de excrementos como a matéria fecal.
Menos mal (com água se limpa), relacionado em adquirir doença por alguma bactéria.
De trem, foram até Modena. Dali até Maranello, a cidade da Ferrari, distante quase 20 quilômetros. Quase uma obrigação ir até lá, principalmente para quem gosta de automobilismo, como o genro Rafael que ali realizou o sonho de pilotar uma Ferrari na estrada a 170 quilômetros por hora. Em Maranello aluga-se Ferrari e ao lado do instrutor, com uma licença internacional fornecida pelo Detran daqui, passeia-se em terra italiana. De Modena a Roma, mais uma viagem de trem com a duração de mais ou menos quatro horas. Impressionou aos viajantes o aspecto negativo, obscuro, dando a impressão de insegurança na estação ferroviária. Alguma sujeira, pessoas malencaradas por parte de asiáticos, africanos e muçulmanos. Por ali, o comércio de hotéis, hospedarias tem como proprietários árabes e coreanos.
Outra má impressão de Roma junto as ruínas romanas - Coliseu, Forum – mais mendigos pedindo esmola. Depois de três dias em Roma, os dois felizes casaizinhos em lua de mel, viagem de núpcias, de avião se mandam para Paris.
Depois Amsterdam e de lá novamente Alemanha, em Leer, casa da tia de Leticia.
   

  


  

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

História

A partir de 1930 o país passou a ser comandado pelo ditador Getulio Vargas.
Por força do tiranismo subiu ao poder com um golpe de estado pela revolução de 30, que despojou pela força das armas, o presidente da República Washington Luiz e impediu a posse do presidente eleito democraticamente naquele ano, Julio Prestes.
Esse movimento revolucionário provocou queda da chamada República Velha e início de um processo político denominado Governo Provisório, que de provisório nada tinha, perdurando por alguns anos
A Revolução Constitucionalista de 1932 provocada pelos paulistas tinha como bandeira de luta o retorno pleno da democracia. Superado e passado o momento revolucionário a questão política recrudesceu. Eleições realizadas e uma Assembléia Constituinte proclamou a Constituição de 1934, a segunda republicana.
Como toda a Constituição, foi redigida para organizar um regime democrático assegurando a Nação a unidade, a liberdade, a justiça, o bem-estar social e econômico.
Na realidade trata-se de uma retórica com um conjunto de regras nem sempre fielmente obedecido, sem o cumprimento à risca de seus princípios.
Foi a Constituição na história brasileira que menos durou, três anos, na verdade oficialmente durou apenas um ano. Em 1938, constitucionalmente, haveria eleições livres inclusive para presidente da República.
Não houve. Em 1937 surge uma nova constituição, essa autoritária, que foi outorgada por Getulio Vargas e assim ele, Vargas, continuando presidente e ditador e o pleno estado revolucionário autoritário.
Pois bem, todo esse preâmbulo, essa lenga-lenga revolucionária ditatorial, o texto histórico republicano é para afirmar que Farroupilha nasceu, emancipou-se, num interregno democrático de um ano, num breve período de liberdade, durante a Constituição e o ano de 1934.
Sendo assim surgiu Farroupilha num curto período de plena democracia, na verdade nem tanto assim, meio falseado, meio fajuto.
Num momento constitucional emancipou-se Farroupilha, mas foi necessário o poder despótico, o regime de exceção, a participação dos homens, governantes e governados, pertencentes ao regime autoritário, membros de um sistema ilícito, figuras da ilegalidade, para que o grito emancipador da liberdade ecoasse, para que o povo dessa
terra farroupilha livra-se do jugo, submissão, sujeição e opressão da autoridade caxiense.  Estava prestes a terminar o espólio, a privação das riquezas farroupilhenses por  Caxias do Sul, através da cobrança de escorchantes impostos, gente explorada pelo vizinho município por não possuir autonomia e independência.
General Flores da Cunha era uma dessas personalidades, protagonista ativo do momento revolucionário, da era Vargas, de quem era amigo e companheiro, súdito fiel.
Flores da Cunha, no período do governo totalitário de Vargas foi interventor nomeado,  ou seja, representante do governo federal no Rio Grande do Sul, desde 1930.   
Com a Constituição de 1934, com eleições programadas, Flores da Cunha tinha o desejo de legalmente se eleger governador e foi nessa campanha eleitoral junto aos futuros farroupilhenses que o general prometeu a emancipação política.
Há uma foto, já publicada pelo “O Farroupilha”, em que Flores da Cunha, em campanha política prometendo a emancipação, chega a antiga estação férrea de Nova Vicenza e aparece garbosamente uniformizado, descendo do trem. Sua visita não foi em vão.
Algum tempo depois uma comitiva de 35 farroupilhenses, liderada por Ângelo Antonello, representante das comunidades de Nova Vicenza, Nova Milano, Nova Sardenha e Vila Jansen, entregou a petição reivindicatória de emancipação.
E assim foi feito, criada a cidade de Farroupilha através do decreto estadual 5.779 de 11 de agosto de 1934 e o neófito município daquela maneira batizado, em homenagem ao centenário da Revolução Farroupilha, que seria comemorado no ano seguinte (1935). 
De certa maneira sinto-me honrado, me causa imensa satisfação nesse processo de emancipação, em razão de uma ligação familiar. Meu avô, Faustino Gomes, espanhol, radicado em terra farroupilhense, fez parte da comissão de emancipação.
Parabéns à Farroupilha e ao seu povo pelos 79 anos.
  






 


terça-feira, 3 de dezembro de 2013

LULU

As duas jovens mantém um dialogo, uma conversação através do hashtags no facebook, utilizando um novel, moderno e neófito aplicativo chamado Lulu.
Graci (apelido derivado do nome da jovem que é Graciela) se comunica com a amiga Manu (na verdade no batismo e registro civil Manuela).
- Manu, sabe o Paulinho, você conhece, parece até já ficou com ele.
- Sim, conheço Graci. Mas nunca fiquei com ele. Ele é um cara muito galinha.
- Pois é Manu, mas eu fiquei. Eu não poderia rejeitar aquele possante Apolo loiro de quase dois metros de altura, de um tórax e braços super delineados, de coxas e pernas bem torneadas. Aquele monumento humano me fez apaixonar. Fiquei.
- E ai Graci, como foi?
- Nem te conto Manu. Uma decepção.
A amiga, com intensa curiosidade, querendo saber detalhes, para quem sabe, serem utilizados no Lulu, para comentar especialmente o desempenho de Paulinho.
- Diga Graci, o que aconteceu.
Pois é. Sabe aquela aparência física exuberante é enganadora. “Aquilo”, você sabe Manu ao que estou me referindo, é simplesmente um total desapontamento, incrível desilusão, coisa, acredite amiga, que nem chega a oito centímetros.
- Na verdade Graci, eu nada quis com Paulinho porque no Lulu já havia sido comentada a medida dele.
Graci informa que não é mais ficante de Paulinho. Explica não somente por causa da medida comentada, mas por ser ele um egocêntrico, orgulhoso, com aquela aparência externa de um gigante, de um Poseidon, mas naquela peça bem intima, um nanico.
Graci dá continuidade ao papo e pergunta por Betinho, namorado de Manu.
- Está tudo bem. Betinho não é nenhum Deus grego, mas ele é muito gostosinho.
- Mas Manu como é que você pode gostar daquele baixinho? Indaga Graci.
- Graci, ele não tão baixinho assim, tem um 1 metro e 70, em compensação “aquilo” tem 18 centímetros. Ele é um parrudo.
Graci e Manu encerram a conversação e certamente as “medidas certas” ou mais ou menos certas, serão comentadas no Lulu, pelas amigas de Graci e Manu e por outras amigas de outras amigas. Ruim para o falso Paulinho, bom para o bem dotado Betinho.
                                                            *** ***
Pois bem. Lulu é um aplicativo especial da mulherada, ferramenta que está causando a maior sensação, proporcionando a elas comentários exclusivos sobre amigos, parceiros e namorados, desde as coisas pouco significativas como a cor da cueca, se faz depilação ou não, até os segredos da alcova.
Por ali, pelo Lulu, todos os detalhes dos ficantes, entre elas, são revelados.
A turma do clube das Luluzinhas são praticantes compulsivas do programa.
Não tem prá homem. O pessoal da casa do Bolinha está fora, não tem pra eles.
Uma turma que muito provavelmente está sendo espionada, avaliada e comentada pelo Lulu. A rapaziada, em comentários entre as garotas, é avaliada pelo seu desempenho, por suas valências físicas, pelo primeiro encontro, o primeiro beijo, o primeiro de fato ficar, o sexo, avaliação feita inclusive por notas entre zero e 10.
Tem homem que não sabe que recebeu nota 10, o que seria uma massagem de realização no ego, a vaidosa autoestima.
Mas, também tem aqueles que foram reprovados com zero. Bom para esses não se decepcionarem com o resultado, evidentemente por não saberem.
No Lulu há fantasias, verdades e mentiras, que os homens não sabem se são verdadeiras ou falsas, pois a eles é proibida qualquer descoberta.
Entre elas nem tudo é verdadeiro, ou se é, às vezes nada é comentado.
Se vangloriar, comentar no Lulu e informar que o namorado é nota 10, da medida certa, a moiçola está correndo sério risco de perder o seu bofe.

    


  

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Corruptos

Político incompetente, salafrário, sem-vergonha, corrupto. Nos EUA famosos os casos  de corrupção ocorrida na cidade de Detroit envolvendo prefeito e no estado de Michigan, envolvendo governador.
Na Itália o famigerado Silvio Berlusconi, corrupto de fichinha comprometedora, foi expulso do Senado. Lá não tem esse negócio eufemismo, como cassação como no Brasil, lá é expulsão.
Corrupto por corrupto qual a diferença entre Silvio Berlusconi, José Dirceu e Paulo Maluf. A diferença é de que os dois primeiros foram julgados, condenados e cadeia. Maluf, líder maior da depravação corruptiva, continua soltinho tal e qual o passarinho em plena liberdade

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Me deixa em paz

Eu compreendo perfeitamente, faz parte do jogo do amor. Na vida da gente tudo sempre acaba até a própria vida. O amor não é diferente, não é eterno. Como tudo, um dia qualquer, está sujeito a chegar ao fim.
Comovidamente entendo quando você disse que já não me queria.
Tudo acabado entre nós, a partir do amor acabado. Você já não me queria.
Não há o que discutir. Tudo terminado. Você nem chorou, na sua espontaneidade amarga, até maldosa, porque decididamente tudo havia acabado.
Você foi embora, firme, sem qualquer ressentimento ou arrependimento, sem olhar para trás, nem que fosse de soslaio, com o canto do olho.
Impassível, foi embora. Em busca de outro amor. Afinal você já não me queria.
Você se foi, eu fiquei sozinho. Sem o teu amor, o amor perdido.
Solitário e sofrido fiquei me remoendo no meu âmago. Na profundeza do meu íntimo não aceitava a desilusão de um amor perdido.
Fiquei perdido na penumbra amorosa, os raios luminosos do amor desaparecera.
Decepcionado e desiludido, fiquei. Ficaram também somente as lembranças.
A foto que está no mesmo lugar, agora, mais do que nunca idolatrada,com o seu sorriso aberto, magnificamente lindo, é a eterna recordação.
Da felicidade à saudade. Fui amado, deixei de ser amado.
Resignado estava tentando me acostumar com a desventura amorosa, com a sua ausência. Estava assimilando e me fazer compreender com o bem passado perdido, lindo e suave, embora triste.
De repente, quando de fato o passado era o tempo decorrido, você aparece, surge por detrás da cortina das recordações, quando quase tudo estava esquecido.
Me procura. Não devia me procurar, jamais. Fez isso, por quê?  
Para endemoninhar minha vida, satirizar minha pessoa, ironizar, zombar de uma paixão perdida?  Maldosa, se trata de uma perfídia?
Você não pode ser tão cruel amaldiçoando alguém.
Se você não me queria, não devia me procurar.
Não devia me iludir, me causar a sensação do logro amoroso, enganar meus sentimentos, equivocar um sentido sincero, o que agora se afigura como falso.
Não devia deixar me apaixonar. Me entusiasmar de novo com o seu amor, um novo amor impossível. Não deveria exaltar esquecidos sentimentos.
Despertar o sentimento feliz e profundo do amor e que paradoxalmente que agora pode se tornar em uma paixão odiosa.
Agora evitar essa dor é impossível. A dor, essa sensação desagradável, o desconforto destrutivo ao termino de uma relação. A dor dilacerante da separação, da rejeição, do amor magoado, do sofrimento moral.
Entenda que evitar essa dor é impossível.
Compreenda muito mais que evitar essa dor decorrente de um falido amor é muito mais que uma possibilidade. Seria impraticável e insuportável, algo como uma extravagância.
Você não me queria, mas de forma incompreensível me procurou.
Não devia me deixar iludir, me apaixonar. Não me querer e ainda assim me procurar. Para que isso? Essa dor poderia ser evitada, evitando esse amor.
Muito mais que tudo isso você acabou arruinando a minha vida.
A agora por favor, desconsolado, peço: me deixa em paz.
                                                     *** ***
Esse texto foi baseado no bonito samba do genial compositor Monsueto, Me deixa em paz.

   










sexta-feira, 15 de novembro de 2013

15 de novembro: amores, magoas, vingança

O primeiro golpe militar ao governo ocorreu no processo histórico da Proclamação da República, cujo desenvolvimento ocasionou o fim do regime monárquico brasileiro e por conseqüência a ascensão da ordem republicana o que oportunizou as mais diversas transformações sentidas pela chegada dos militares ao poder.
 A proclamação da República na verdade foi um levante político-militar provocado por uma série de acontecimentos antecedentes por parte do regime imperialista, evidenciados pela Igreja Católica que não desejava que o imperador se envolvesse em questões religiosas, pelos militares do Exercito que não sentiam reconhecidos recebendo baixos soldos, os donos de terra que queriam poderes políticos e não havia oportunidades,  artistas, intelectuais, profissionais liberais como advogados, jornalistas, médicos que almejavam ter voz no governo. A monarquia nada disso lhes oferecia.
Esse conjunto de dissabores, o descontentamento coletivo, inculcava na população em geral, mas especialmente entre os militares, o propósito de uma participação maior do povo com um governo notadamente aberto e certamente isso viria pela mudança de regime com a proclamação da República.
República. Palavra originada do latim, derivada de “res” e “pública” significando coisa do povo, causa pública e decididamente por princípio, contra as ideias monárquicas.
A República da Roma antiga, princípio de política, de governo, nos primórdios do império romano, do poder público, diferentemente do império tupiniquim.
Assim, com todo o interesse popular de participação, se instaurou a forma republicana federativa presidencialista, nome pomposo, para se dizer que foi derrubada a monarquia constitucional parlamentarista do império do Brasil, outra nomenclatura magnificente.
Em 15 de novembro de 1889 o monarquista, contrariado, apoquentado e adoentado marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República.
Nas clássicas representações do golpe militar que marcou o fim da monarquia no Brasil e o início do período republicano a imagem do marechal Deodoro da Fonseca, erguendo seu quepe na mão direita, montado em fogoso cavalo e cheio de glórias gritando “Viva a República” é a que prevalece.
Entretanto, Deodoro cambaleante, ao contrário das figuras épicas, de heróicas imagens eqüestres (uma delas na Praça Paris no Rio), na ocasião montava com dificuldade um animal de segunda categoria, lerdo e fraco, alguns afirmam que até mancava.
A Proclamação da República, tal e qual o episódio da Independência do Brasil, a história vem acompanhada de fatos bizarros, de acontecimentos pitorescos, da irreverência e hilaridade.
No livro 1889, cujo subtítulo é longo e curioso, “Como um imperador cansado, um marechal vaidoso, um professor injustiçado, contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil” (em tempo: Imperador claro D. Pedro II, o marechal Deodoro e o professor injustiçado é Benjamim Constant, professor de matemática) de Laurentino Gomes, é narrado um fato saboroso.
Pela manhã do dia 15 Deodoro destituiu o gabinete chefiado pelo Visconde de Ouro Preto, seu adversário político.  Porém ao longo do dia o marechal parecia relutante em proclamar a República, mas mudou de opinião, sentiu firmeza, quando descobriu que D.Pedro II nomeara o senador Silveira Martins como novo chefe de gabinete.
Ora, anos antes, quando governava o Rio Grande do Sul, Deodoro perdera para seu rival Silveira Martins o amor, a paixão da baronesa de Triunfo, uma linda viúva.
A partir daí surgiu uma forte rivalidade que duraria durante a vida dos dois personagens e quem diria - pode ser - rivalidade que levaria a queda da monarquia.
A República proclamada por Deodoro (Dodo para os íntimos) pode se deduzir que aconteceu por algum dos motivos ou os quatro juntos: magoa e vingança amorosa, ciúme, um romance frustrado ou uma paixão não correspondida.


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Jovens

Jovens de outrora, de outros tempos, jovens de agora, de tempos atuais.
Jovens de antanho, de um tempo muito distante, de determinada época, como no tempo dos bondes, dos carrões importados (cadilac, odmosbile, buick), dos sucessos musicais, dos grandes astros do cinema de Holliwood, do início das novelas da Globo, da música internacional dos Beatles e na mpb a bossa nova, os sucessos de Caetano, Gil e Chico Buarque de Holanda.
Jovens daquela época, de épocas anteriores longínquas e posteriores dos anos 80 e 90. Jovens de hoje da espetacular inovação, da modernidade, da internet, do telefone celular, do ipad, tablet, smartphone e congêneres, jovens dos astros da música pop, do sertanejo universitário, do funk e do rap.
Existem diferenças entre esses jovens de cada época, pelo jeito de ser, pelo mundo de cada de tempo distintos? Depende. Pode ser.
Pela modernidade, pela liberdade próxima da libertinagem, pelo desregramento de costumes - hoje há os Black Blocs - certamente, sem dúvida, sim, há diferenças.
Para os jovens de antigamente e os contemporâneos, normais, cônscios e responsáveis, inexistente diversidade, não há o que diferir. Nesse caso, diferentes não.
Há jovens em todos os tempos de comportamento crítico,  da incúria, do desleixo, de chutar a vida de modo fútil, como dar um pontapé em algum objeto na calçada, sem motivo, de esgueira, mas feliz vida como se o amanhã não existisse.
Época do jovem, simplesmente por ser jovem, desajustado, errado, de pensamento contrário as regras, descompassado com a ordem natural das coisas, mas assim mesmo autoconfiante e convencido de que está unicamente acertado, contra todos, contra tudo, num compasso diferente à razão, ao razoável, ao decididamente exato, ao verdadeiro. Tempo todo do jovem alienado que tenta colocar pinos redondos em buracos quadrados, do jovem da indisciplina na vida, buscando caminhos desvirtuados em todas as direções, sem medo das frustrações porque nem sabe, não tem consciência do que é enganar a si mesmo. Jovem do jeito pueril, da ingenuidade quase infantil.
Predomina unicamente o fascínio pela vida, a vida vivida sem tormentos, despreocupadamente, sem compromissos, sem acreditar na inevitabilidade do destino.
O passado é recente, inexpressivo. O futuro nem pensar. O presente, esse sim, para ser vivido com muita intensidade.
Vista pelos jovens a vida é um futuro importante longo; vista pelos velhos um passado muito breve. Palavras filosóficas de Schopenhauer.
Deve ser assim o pensamento do jovem com o destino de logo ali adiante no tempo ser um velho. A vida do jovem autenticamente sem mistérios, nada há para esconder.
 Dos amores impossíveis conquistados e dos possíveis abandonados. Os amores conseguidos pela persuasão amorosa, perdidos sem razão, sem ressentimentos, na amargura ou na saudade. Rápido o jovem esquece, a ingratidão desaparece.
Por um amor perdido acha-se outro. A lógica amorosa do jovem nem sempre é frugal. Volúvel e leviana por natureza, assim ela é.

E a vida continua. Jovens que um dia serão velhos, na ordem natural da vida.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Todos os Santos

O ser humano religioso, de fé, da crença, da absoluta adesão do espírito naquilo que crê, da convicção das práticas sagradas, da existência de Deus, do culto e devoção aos santos, jamais se sentirá desamparado dos bens-aventurados, dos veneráveis, puros e imaculados. No momento em que precisar buscar o consolo, o refúgio, para que a vida seja mais significativa e completa, na desgraça, na tristeza, na morte, na alegria, na gratidão, por ação de graças, na vida sempre haverá um santo para suplicar ou agradecer. No catolicismo entre santos e beatos são mais de 10 mil, na igreja ortodoxa, são outros tantos canonizados. Portanto o que não falta são santidades para serem
oradas e veneradas, servirem de padroeiros e protetores no mundo cristão.
Para tanto santo, a Igreja católica criou o dia de Todos os Santos, para a celebração e veneração em honra a todos os santos (santos assim denominados cujos nomes começam com vogais como Santo Antonio) e também os “sãos” (santos denominados com o prefixo são, cujos nomes iniciam com consoantes, como São Paulo)   
Existe nome de santos muito esquisitos como uma inglesa denominada Santa Walburga. Ainda com a letra W são outros diversos nomes excêntricos como São Wolfgang de Ratisbona (alemão), São Willibrord (holandês).
Euplúsio, de nome diferente foi um mártir e santo da Igreja católica.
O turco, também mártir e santo de nome estranho é São Tarásio.
Os ingleses, Eduardo o Mártir e Eduardo o Confessor foram mártires e são santos.
Catarinas são quatro santas: a francesa Catarina Laboure, duas italianas  Catarina de Bolonha e Catarina de Sena e a egípcia Catarina de Alexandria.
Santos como “vicentes” são quatro: o francês São Vicente de Paula,o italiano São Vicente Pallotti e os espanhóis São Vicente de Saragoça e São Vicente Ferrer.
Há dois santos “tiagos” e para diferenciar um do outro, Tiago Menor e o Tiago Maior. Tomás, como santos são três: São Tomas de Aquino, Tomás Becket, Tomás More.
São Raimundo Nonato, parece nome de santo cearense, mas nasceu na Catalunha.
Perpetua e Felicidade, duas santas, martirizadas por decapitação.
Paulo de Tarso, nome comum principalmente entre intelectuais, ou o apostolo Paulo, ou Saulo de Tarso ou simplesmente São Paulo, foi um dos mais influentes escritores do cristianismo primitivo e um proeminente líder.
Entre os 264 papas legitimamente escolhidos 78 foram santificados, 10 beatificados. Entre muitos papas, foram santos Vitaliano, Sotero, Siricio, Sérgio I e até Simplicio.
Tornaram-se santos três papas “sixtos”, Sixto I, II, III, quatro “leões”, Leão I (o Grande), II, IV e o papa Leão IX. Canonizados foram também quatro “gregórios”, Gregório I, II, III, VII, como também quatro “felixs”, Felix I, II, III e IV.  
Dia 6 de agosto é dia Santo Hormidas, nome diferente para quem um dia foi papa.
Para o Brasil, maior nação católica do mundo há somente dois santos, na verdade uma italiana e um de fato brasileiro. Santa Paulina de Coração Agonizante de Jesus, ou madre Paulina é nativa da Itália, mas considerada santa brasileira, por ter vivido e morrido no Brasil. Santo Antonio de Sant´Ana Galvão (Frei Galvão) é paulista de Guaratinquetá. Além dos dois santos há 10 beatos.
Em todo mundo Dia de Todos os Santos. No Brasil escassamente e diminutamente, caberia Dia de Dois Santos.
                                                     



domingo, 3 de novembro de 2013

Santinha do pau oco

A expressão é antiga, faz parte do jeito jocoso e tradicional de uma maneira popular de falar, utilizada para designar as pessoas dissimuladas, expressão cuja origem é derivada de aspectos históricos, que se baseia e se desenvolve através de duas narrações de épocas distintas e diferenciadas: o santo ou a santinha do pau oco.
A manifestação de duplo sentido nos remete, no histórico, aos séculos XVIII e XIX quando os contrabandistas de ouro em pó, moedas, pedras preciosas, utilizavam estátuas de santos ou santinhas ocas por dentro. Na verdade usavam mais comumente estatuetas para não chamar a atenção, pequenas figuras em relevo, a maioria santinhas, uma infinidade das mais diversas “nossas senhoras”.
 A pequena estátua da inocente santinha era recheada com preciosidades roubadas e enviadas para Portugal, para enriquecimento ilícito dos nossos patrícios além-mar.
O outro episódio, com mais conteúdo de santa falsidade, envolve a escravidão.
Antigamente os escravos fingiam ser cristãos e viviam adorando imagens de santos, mas na verdade imagens espertamente ocas e com isso aproveitando-se da falsa religiosidade, preenchiam aqueles espaços vazios com ouro roubado.
Assim, por isso, em correlação as histórias narradas, pelos fatos pitorescos da enganação contados, pela esperteza em proveito da desonestidade, da afanação e roubo de riquezas, foi criada a expressão: santo ou santinha do pau oco.
A locução passou então a se referir, evidentemente com sentido figurado, a pessoa que se faz de boazinha para enganar outras pessoas, o sujeito que finge uma coisa, na realidade é outra.
No presente caso aqui tratado, a santinha do pau oco, é a dona Marina Silva, porque politicamente, por sua postura anterior comparada a recente atitude, enganou muitas pessoas, milhões de eleitores seus, enfim, talvez fingisse uma coisa no passado e agora no presente se apresenta com outra realidade.
Marina frustrou-se quando a Justiça eleitoral negou o direito de fundar seu partido que seria sua imagem e semelhança, verossímil a decência partidária, do discurso da pureza ética, da transparência autêntica dos atos e fatos da política partidária.
Seu idealismo não teve a paciência da espera por uma nova oportunidade de criar seu Rede de Sustentabilidade. Dissimulada, desmitificou a personalidade política da legitimidade e decência, foi contrária aos métodos que sempre condenou da velha política, deixou de lado seu pragmatismo.
Por imediatismo ou vingança renegou seus princípios, negaceou preceitos morais da política ética e decente a que se propunha e numa primeira oportunidade filiou-se a uma agremiação política, não confinada ao seu idealismo, mas importante oportunamente para uma satisfação imediata e vingativa.
Entrou para um partido (PSB), que tem o apoio da elite dos produtores rurais como demonstra seu líder, deputado federal pelo DEM na Câmara Federal. Naturalmente vai de encontro a uma fervorosa defensora do meio ambiente.
Marina, uma das fundadoras do PT, representante autêntica dos excluídos está agora num partido ao lado da conservadora, reacionária, elitista família catarinense Bornhausen, sustentáculo civil do golpe militar de 1964.
Marina agora, desmitificada, evangélica, obviamente terá apoio daquele deputado homófobico e também evangélico.
Marina brigou com o seu antigo partido (PV), por não ter gostado do partido negociar troca de cargos e verbas em governos. Quem diria e agora no PSB que há muito negociou cargos e verbas nos governos do PT de Lula e Dilma.
Santinha do pau oco.
                                                      
     


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Seguro de um automóvel

Vocês sabem que hoje em dia o seguro de um automóvel é indispensável… 
Não podemos deixar nem Uno de nossosBenz a Mercedes desses ladrões 
que fazem a Fiesta, nessa Honda de assaltos!!! 
A Mareaestá Brava ! 
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- Kadett meu carro ??????. 

Faz a maior Siena e fica Palio de nervoso !!!  
Mas isto não Elba stante para ter seu carro de volta ! 
Seguro é o Tipo de negocio difícil, Mazda para resolver, sem ficar com cara de Bestano final !!! 
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Se você achou este texto interessante, Cherokee e Mondeo para seusamigos…  



quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Contexto livre



Marina e o seu novo partido não tinham a pretensão de representar uma “nova política”? Como assim uma nova política ao lado de Serra, Aécio & má Cia?!

Gosto muito de arte sacra. Foi percorrendo as igrejas da minha Salvador, na Bahia; e de Olinda, em Recife, que fui devidamente “apresentado”, digamos assim, à famosa santa do pau oco.

Já conhecia essa expressão, assim como você, caro(a) leitor(a), do linguajar popular. Na Bahia e em Minas ela é muito falada: “Fulana? Não passa de uma santa do pau oco!”.

Creio ser ainda bastante utilizada e conhecida, por todo o país, para designar aquelas pessoas dissimuladas, que se revestem de uma aura de pureza, bondade e santidade, mas por dentro... já viu.

Uma variação, nem tão sutil ou “poética” é a também muito conhecida “Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento”.

Foi na ocasião dos meus périplos pelas igrejas centenárias de Olinda e Salvador, como já lhes falei acima, que pude conhecer a tal escultura (ou imagem) de uma santa que, vazia por dentro era utilizada para traficar, ou simplesmente esconder, ocultar mercadoria(s) em tempos idos.

Nos tempos das Minas Gerais fartas no rico minério, dizem os “maledicentes”, eram utilizadas para o descaminho de ouro - e também de diamantes.

Quais “mercadorias” ou intentos pretendem traficar as santas e santos do pau oco dos dias que correm?

Por falar em MG e em santos(as) do pau oco, leio a notícia que Marina Silva poderá ser vice de Aécio Neves, ou a este se coligar num eventual segundo turno. Causou-me certa estranheza essa notícia. Em um outro balão de ensaio, José Serra também já havia, também ele, sido anunciado como vice da “santa” Marina. Ayres Britto, idem. O próximo da lista deve ser o Joaquim Barbosa.

Num governo de santos e santas desse quilate, Ronaldo Caiado e Bolsonaro muito provavelmente seriam alçados à condição de ministro de Estado? Sepulcro caiado.

- “Hard believe” - disse o meu amigo brasilianista, quando lhe transmiti essa boa (?) nova da nossa política.

Difícil mesmo de acreditar.

Marina e o seu novo partido não tinham a pretensão de representar uma “nova política”?

Como assim uma nova política ao lado de Serra, Aécio & má Cia?!

Reitero a questão: o que traficam ou ocultam os santos e santas do pau oco da política nacional dos dias de hoje? Diamantes? Falsos brilhantes? Ouro? Ouro de tolo? Ou excrementos: mais privatização; mais terceirização; mais corrupção; mais patrimonialismo; corte de investimentos e de gastos públicos; demissões?

Aqui vai uma advertência: não me parece sinal de inteligência, ou de prudência, cair de joelhos em reverência a santos de pau oco.

Ouro ou excremento!?

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Marina morena, Marina, você se enganou

O mais importante e altaneiro projeto de quem faz carreira política, na realização de seu objetivo maior, é eleger-se presidente de uma nação e no caso específico aqui a ser mencionado, permite uma pergunta direta, indispensável e fundamental:
A pessoa que não tem capacidade de organizar e fundar um partido político teria competência em governar um país?
Marina Silva não conseguiu satisfazer as exigências da Justiça eleitoral para regularizar o seu partido Rede Sustentabilidade. Não teve como arregimentar o número mínimo de assinaturas (496 mil) devidamente autenticadas. A adesão esperada de eleitores para satisfazer os procedimentos legais não teve o espírito, o desejo não foi correspondido ao que foi proposto, a oficialização partidária.
Sabia que se tratava de uma causa perdida, pela não observação da legislação para registro de um partido, mas esteve lá, na última instância, presente evangelicamente e piedosa na platéia do tribunal, quando seu processo foi apreciado, acreditando na benevolência, na comiseração, na condescendência dos senhores juízes do Tribunal Superior Eleitoral.
Mas se fez a lei. Prevaleceram os requisitos impostos pela legislação o que foi verificado e esclarecido conforme julgamento pelos senhores juízes, de forma insofismável, inequívoca e inquestionável.
Marina perdeu e acusou o PT de pérfido. O seu ex-partido tentou obstruir de todas as maneiras a criação do Rede Sustentabilidade, primeiro num projeto no Congresso, depois pela má vontade dos cartórios eleitorais e segundo seu pensamento, funcionários a serviço da ordem petista. Seriam milhares de petistas em cartórios nacionais, mas ao que parece, não. Faltou competência ao Rede para se mostrar lídimo, se legitimar como partido. No Cartório Eleitoral de Caxias do Sul, cidade que ultrapassa aos 322 mil eleitores, 560 eleitores assinaram ficha pelo Rede. Desses somente 438 foram legitimados, 93 assinaturas não conferiram com documentos (portanto falsas) e 46 eleitores nem pertenciam a cidade. No Cartório Eleitoral de Farroupilha, somente 185 assinaturas, foram devidamente aceitas e registradas num universo de pouco mais de 51 mil eleitores. Talvez acreditando em seu carisma, não tão comprovado assim agora, e nos milhões de votos na última eleição, por isso tudo Marina, mostrou exagerada convicção, uma deslumbrada autoconfiança, de que o tempo não seria problema, o curto espaço de tempo sete meses.
O recém criado Solidariedade, que tem como base a força dos sindicatos dos trabalhadores, levou dois anos para se organizar e atender os requisitos da legislação. O outro novel partido criado PROS, seu líder levou seis anos para se organizar.
Marina, na tentativa frustrada de fundar seu partido político, foi com desalento que teve que adiar a ideia de ter uma agremiação como paradigma autêntico da ética, uma associação pela decência no exercício da atividade política de acordo com os valores morais da conduta humana.
Marina não conseguiu, perdeu. Sem o partido ideal da integridade de caráter político, inevitável a postergação de uma candidatura para uma eleição presidencial por mais quatro anos. Não quis esperar. Esqueceu seus propósitos idealistas, desprezou os princípios de uma política pela retidão. Quis ser imediatista ou vingativa. De imediato não teve a paciência da espera, não poderia ficar afastada do próximo pleito eleitoral, por isso a adesão a outro partido, o que pode ter decepcionado, imaculado profundamente seus puristas seguidores.
Dona de 20 milhões de votos na última eleição, o que determinou um segundo turno no pleito de 2010, Marisa com o espírito vingativo, buscando a desforra, não poderia ficar fora em 2014, não ficaria sem atrapalhar mais uma vez a eleição do PT, determinando provavelmente mais um segundo turno ou até mesmo vencer a eleição desde que o PSB de Eduardo Campos permitir. Imediatista ou vingativa a verdade é de que Marisa traiu os princípios, a ética, do morto no nascedouro Rede Sustentabilidade.








terça-feira, 15 de outubro de 2013

23 milhões

Aragarças é um município no estado de Goiás e tem como principal atividade econômica o turismo.  Margeada e banhada pelo majestoso rio Araguaia, que ao longo de seus 80 quilômetros percorre as terras do município é a principal e importante atração turística para a cidade. Aragarças e o rio Araguaia, toda a região possui um potencial centro turístico. Além do turismo, o território citado tem três passagens marcantes na história de desenvolvimento e da política brasileira.
Aragarças tem marcante presença em parte do período histórico de interiorização do país, porque por ali começou o que ficou contextualizado como o movimento da Marcha para o Oeste, projeto do governo de Getulio Vargas, elaborado e executado pela expedição Roncador-Xingu e Fundação Brasil Central.
Outro episódio histórico que ficou conhecido como a Revolta de Aragarças.
No ano de 1956, um grupo de militares, principalmente da Aeronáutica, insatisfeitos com a política do governo deflagraram um movimento de conspiração que ficou conhecido a principio como Revolta de Jacareacanga, cuja base era a cidade do mesmo nome, no interior do estado do Pará. A conspiração foi abafada e os revoltados anistiados pelo governo. Os conspiradores três anos após, com os mesmos líderes do frustrado plano anterior em Jacareacanga, tentaram novamente realizar outro golpe contra o governo. Desta feita a base de organização da sublevação seria Aragarças, por isso agora, a Revolta de Aragarças. O objetivo do movimento revolucionário era afastar do poder o grupo que o controlava, cujos elementos segundo os líderes da conspiração, seriam corruptos e compromissados com o comunismo internacional.
Mais uma vez nada deu certo. A rebelião ficou restrita a Aragarças. O motim durou somente 36 horas.
Outro episódio concernente a luta revolucionária na região: Guerrilha do Araguaia. No período da ditadura militar, dos anos de chumbo, militantes do PC do B na década de 70, formaram um grupo guerrilheiro de luta armada para a derrubada do governo militar. Para o combate o exercito montou sua base militar em Aragarças e a partir dali contra-atacar os ditos subversivos. Foi uma luta na região que teve a duração de seis anos e os guerrilheiros em sua maioria acabaram dizimados, a maior parte mortos pelas forças militares. Pois bem, assim foi contada a historia política, social e revolucionária de Aragarças de maneira breve.
Existe um quarto episódio relacionado a Aragarças que pode ser colocado nos anais históricos de forma surreal, inusitado e pitoresco. O itinerante Caminhão da Sorte da Caixa estava estacionado no centro de Aragarças para mais um sorteio de loterias, especialmente da mega sena, acumulada em quase 23 milhões de reais. Noite de 10 de julho, quarta-feira, é acionado o dispositivo para a movimentação das pequenas esferas. Expectativa. Sorteadas as seis dezenas (01, 08, 17,44, 46 e 53). Verifica-se depois que houve um acertador, ganhador de uma exata bolada de CR$ 22.933.056,40.
Verifica-se também mais tarde, passados 90 dias, que não apareceu o ganhador. Pode ter sido um Grendene e deixou o troco de 23 milhões para lá. Pode ter sido um Eike Batista. Não, esse não. Falido certamente buscaria a grana. Na verdade o dono daquele premiado bilhete lotérico de tamanho de 8x10,5 centímetros deve ter sido um inadvertido, desatento, autêntico distraído. Pode ter recebido como troco no pagamento de alguma conta numa lotérica ou insistido pelo funcionário a comprar o bilhete. De qualquer forma trata-se de um sujeito não afeito ao jogo, não acostumado a fazer sua fezinha e portanto colocando o bilhete em lugar desconhecido e não encontrado ou perdido. O sujeito do bilhete premiado a principio um sortudo, nem vai saber que se tornou um triste perdedor. Azar de um, pode ser a sorte de outro alguém. Jogo nas ditas dezenas premiadas e perdidas. Quem sabe desta vez o sortudo, não distraído seja eu.  
                                                         


  



quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Marina

Vale a pergunta. Uma pessoa que demonstra incapacidade em organizar um partido político terá competência em governar um país?Acredita-se que não. Marina Silva não conseguiu constituir seu partido Rede Sustentabilidade. Se não teve a qualidade de organização mostrou um sentimento que se tornou ineficaz ao acreditar que teria liderança suficiente, mostrando autoconfiança, a convicção de que em seis meses seria tempo suficiente para fundar seu partido. Enganou-se. O tempo foi exíguo para conseguir o número de assinaturas de eleitores exigido por lei.
Só para lembrar. O novo partido Solidariedade, formado em sua base por poderosos levou dois anos para consumar-se como agremiação partidária. O outro novel partido Pros levou seis anos para ser formalizado.
Sem partido, numa solução imediatista, assinou ficha no PSB que tem como candidato a presidência da República Eduardo Campos, de que provavelmente será candidata como vice-presidente, porém se as pesquisas não favoráveis a Campos e bem possível que ela Marina seja candidata a presidente.
Afora a questão de desde agora participar do movimento político essa atitude parece ser uma vingança contra o PT, que ela acusa ter sido o maior empecilho, criando obstáculos em cartórios eleitorais na região do ABC paulista. Pela emoção sem ter razão esqueceu que quem lhe negou a formalização de seu partido foi a Justiça eleitoral.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Famigerada AP 470

Como todo e qualquer cidadão brasileiro interessado nos fatos e acontecimentos mais importantes do país, naquele tempo, agosto de 2012, me propus a acompanhar quando com tempo disponível pela TV Justiça, ao vivo e em cores, as preliminares do mais famoso, notável, célebre, extraordinário e por isso tudo o mais popular e por isso também, ou, o tornou o mais famigerado e discutível, polêmico e controvertido, processo e julgamento da história jurídica nacional, a Ação Penal 470.
Além do sentimento cívico, do desejo em aprender, do aprofundamento ao conhecimento do cidadão político, sobressai a curiosidade, saber o desenrolar, conhecer os trâmites, a via apropriada a ser seguida no processo judicial, enfim a liturgia, a ordem, o cerimonial, todo o solene ritual consagrado no Tribunal. O rito, a formalidade, começa pela presença em plenário dos senhores juízes com o traje exigido compreendendo uma capa preta sobre os ombros, conhecida como beca ou toga.
A veste talar dos magistrados não se trata de um simples padrão estético de vestimenta, significa muito mais: exprime o símbolo do poder, a posição hierárquica do judiciário.  
A capa por sua cor preta, cor da proteção e mistério, está longe do tenebroso. Ela se enuncia como objeto marcante da imparcialidade e honestidade da Justiça.
Com a indumentária obrigatória os ministros aparentemente assentados, mostrando-se seguros e tranqüilos, acomodados em confortáveis poltronas de estofamento amarelo, ocupando lugares obedecendo a hierarquia determinada pela ordem decrescente de antiguidade (os mais antigos estão mais próximos ao lugar do ministro presidente) Vossas Excelências, iniciam o julgamento.
Aberta a sessão plenária o discurso do ministro relator, uma leitura de um relatório extenso e cansativo. No dia seguinte mais algumas horas de um arrazoado acusatório por parte do procurador-geral da República. Seguem-se os dias com os juízes proferindo seus votos. Já algum tempo presto a atenção na TV Justiça de vez em quando, até determinado momento em que a paciência esgotou-se, não há mais vontade, a perseverança esvaiu-se. TV Justiça desligada.
Compreende-se toda a liturgia jurídica, palavras não usuais no contexto do cotidiano, mas para o leigo tudo se torna chato e enfadonho, interminável lenga-lenga.
Afora isso, o que parece ser um desfile de vaidades são as dissertações dos juízes no pronunciamento de seus votos. Mostram saber pela eloqüência, usam verborragia exagerada, a falácia até certo ponto incompreensível. Entender palavras como dosimetria, infirmar, subsunção, entre outras tantas, se faz necessário uma busca ao dicionário. Compreender certas expressões do juridiquês como exordial acusatório, crivo probatório, vértice axiológico, clausulas pétreas, egrégio sodalício, necessário se faz procurar o Wikipédia. Melhor seria uma tradução para a língua portuguesa.
Enfim, depois de rebuscadas peças oratórias, empolados discursos, o julgamento, a decisão do STF em aceitar os embargos infringentes conforme o espírito da lei e se fez a Justiça para a lamentação de uma grande maioria que desejaria que tudo se resolvesse com a emoção, por fortes comoções. A lei é objetivamente a razão, racional ao extremo.
Portanto prevalece a lei no regime democrático. Ele não pode ser achincalhada. É dever respeitá-la. O clamor público, o brado da multidão, a insatisfação popular não podem ultrapassar o que determina a lei. A verdade única é pela primazia da legalidade e assim contra a emoção popular, porque se assim não for é conveniente fecharem-se os tribunais, instalar-se a baderna e como conseqüência conviver com a anarquia.
                                                       *** ***
Julgamento em Atenas de Orestes acusado de assassinato. A deusa Atena (conhecida pelos romanos como Minerva) preside um júri formado por 12 cidadãos, julgamento que tem como resultado o empate (6x6). Minerva deusa da paz, da razão e da Justiça com seu voto decisivo inocentou Orestes.
Certamente o ministro Celso de Mello com o seu voto de desempate, de Minerva, para muita gente transformou-se em o deus da guerra, um irracional e injusto.
 
  


 




quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Dura lex, sed lex

 É bem assim. Ou, deveria ser bem assim. O cidadão honesto convive decentemente arraigado aos bons costumes, fiel cumpridor dos deveres e obrigações.
A pessoa honrada tem esse procedimento comportamental sujeitando-se as regras estabelecidas para o trato íntimo e mútuo, o que significa a interação, a ação recíproca, compreendida as relações humanas.
O cidadão, a pessoa, qualquer um, enfim, esse conjunto humano forma a convencional “sociedade civil organizada”, consciente de seus direitos, obediente ao conjunto de leis que a regem, estabelecidas pelo regime democrático constitucional.
O comportamento do homem deveria ser sempre assim, regido pela probidade, pela integridade de caráter.
Existem as exceções, pelo crime, pelo decoro, por desrespeito a própria lei. Para eles a implacável lei. De vez em quando, nem sempre.
Qualquer atividade humana desde os órgãos públicos, entidades privadas, até as coisas comuns, do cotidiano, dos jogos competitivos, brincadeiras lúdicas, obedecem as leis e regras estabelecidas. 
Leis e regras. Cada uma delas pode ter diferentes interpretações, pois nenhuma delas está livre da ambiguidade, da discussão interpretativa.
A legislação pode conter uma série de razões na interpretação do “espírito da lei”, uma questão de hermenêutica.
Exemplo. Na atividade esportiva, na competição de um esporte como futebol, regido por 17 regras, que parecem ser claras, mas que colocam dubiedades quanto as suas interpretações.
Foi bola na mão, ou mão na bola. Foi um simples encontrão, ou de fato um empurrão do jogador. Dentro ou fora da área a falta. Pênalti ou não.
O juiz marca ou não. Ele pode estar certo para o torcedor do time favorecido.
Ele errou de maneira crassa, interpretou muito mal a jogada para o torcedor da equipe prejudicada.
Interpretação do “espírito da lei”. Ambiguidade, discussão e debate.
Versões diferentes, contra-argumentos. Difícil chegar ao consenso comum. Questão de hermenêutica.
Não se trata de um jogo de futebol. Na mais alta corte do país, no STF, diferentes interpretações para um julgamento.
Entre 11 ministros uma divisão exígua. Seis interpretações da lei a favor dos réus - favoráveis aos benefícios de um segundo julgamento – recurso vencido pela maioria mínima, contra cinco diferentes interpretações quanto aos embargos infringentes.
O debate, as interpretações se resumem a uma lei de maio de 1990, que não é especifica quanto aos embargos infringentes, mas aceitos por artigo do Regimento Interno do STF. 
Na plenitude da democracia, em respeito ao Direito constitucional, a interpretação judicial em sua maioria deve ser aceita. Estabelece-se a lei.
A população ficou ressentida. Foi em vão o clamor popular, a pressão das multidões, a exacerbada indução e persuasão editorial de determina mídia nacional.
Há uma expressão latina que diz: Dura Lex, sed Lex (“a lei é dura, porém é a lei).
As palavras exprimem, se refere a necessidade de enfrentar a lei em todos os casos, até mesmo quando ela é mais rigorosa e rígida para o clamor público, para a multidão, no caso especifico dos embargos infringentes.
Paradoxalmente foi benigna, benevolente, beneficiando os acusados recorrentes.
Se cumpra a lei. Dura Lex, sed Lex. 
                                                    





      

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Veja essa.Veja perdeu

A revista Veja é a maior representação editorial reacionária à direita nesse país. Inimiga número um dos  governos petistas de Lula e Dilma, declarada e desaforada oponente ao Partidos dos Trabalhadores, a cada edição duramente criticado, desde o início do popular "mensalão", fez campanha frequente, descabida para a condenação dos "mensaleiros". Nas últimas edições foi verdadeira "baba ovo", aduladora, puxa-saco, bajuladora dos ministros juízes membros da alta corte com claras tendências para a condenação dos réus. Quanto aos outros juízes, de votos tendenciosos ou duvidosos pela absolvição não faltou a indução, a persuasão, pelo voto condenatório, pelo voto contrário ao recurso dos embargos infringentes, que acabou sendo acolhido pelo tribunal do STF. Derrota de Veja, derrota de linha editorial. Perdeu para o PT. Perdeu feio para os "mensaleiros"    

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Quando fui jovem e o jovem de hoje

Faz tempo, muito tempo faz quando fui jovem. Jovem em um tempo muito distante, longínquo mesmo da espetacular inovação e modernidade que o jovem de hoje tem, como a internet e o telefone celular.
Jovem no período remoto quando o sucesso musical internacional eram os Beatles e cenário nacional dominado pela Bossa Nova e as composições de Gil e Caetano, estilos muito afastados do atual modernismo da música sertaneja, do funk e do rap.
Jovem num Rio de Janeiro de paisagens deslumbrantes, belíssimo como hoje ainda é. Um jovem carioca que depois de adulto seguiu o caminho traçado por influência familiar, chegando à outra paragem, para ficar junto ao aconchego dos pais gaúchos, que no Rio também viveram.
Nasci na sofisticada, atraente e famosa Zona Sul, bairro do Botafogo, imagem colorida e seleta dos turistas, mas a minha ligação com a região termina aí. Minha vida de jovem foi vivida além dos túneis, adiante do centro da cidade, do Maracanã, limites máximos de requintados habitantes do Leblon, Ipanema, Copacabana e adjacências e dos turistas. Morei além desses locais, na Zona Norte primeiro no bairro Piedade e depois muito mais além, em Anchieta.
Jovem carioca, apreciador de belas praias, de areia branca, mar azul, outras não iguais assim, sujas e poluídas, mas sempre, em qualquer ocasião desfrutando junto ao mar, livre e solto, a envolvente natureza.
Morador suburbano tinha como opção a praia de Ramos, já na época não muito agradável pela marginalização, fazendo parte hoje do complexo de favelas da Maré e pela poluição. Alternativas então, a praia do Galeão, embaixo da ponte, na Baía da Guanabara, em direção ao aeroporto e as praias da Freguesia ou Bananal na Ilha do Governador. Quando havia disposição para encarar num domingo muito quente um ônibus lotado e percorrer uma distância mais longa, o caminho era a Barra da Tijuca, às vezes se aventurar até o Recreio dos Bandeirantes.
Jovem de outrora, de outros tempos, na formação da personalidade que não foi talvez, tão desigual ou variada quanto ao jovem de hoje, ou será que é. Hoje há o Black Blocs.
Jovem das praias, do Maracanã, da incúria, do desleixo, de chutar a vida de modo fútil  como dar um pontapé em algum objeto na calçada, sem motivo, de esgueira, mas feliz da vida, com tudo que é bom, sem remorso, sem tirania, liberto totalmente, vivendo a vida como se o amanhã não existisse.
Época do jovem, simplesmente por ser jovem, desajustado, errado, de pensamento contrário as regras, descompassado com a ordem natural das coisas, mas assim mesmo autoconfiante convencido de que está unicamente acertado, contra todos, contra tudo, num compasso diferente à razão, ao razoável, ao decididamente exato, ao verdadeiro. Tempo do jovem alienado que tenta colocar pinos redondos em buracos quadrados, do jovem da indisciplina na vida, buscando caminhos desvirtuados em todas as direções, sem medo das frustrações porque nem sabe, não tem consciência do que é enganar a si mesmo. Jovem do jeito pueril, da ingenuidade quase infantil.
Predomina unicamente o fascínio pela vida, a vida vivida sem tormentos, despreocupadamente, sem compromissos, sem acreditar na inevitabilidade do destino. O passado é recente, inexpressivo. O futuro nem pensar. O presente, esse sim, para ser vivido com muita intensidade.
Vista pelos jovens a vida é um futuro importante longo; vista pelos velhos um passado muito breve. Palavras filosóficas de Schopenhauer. Deve ser assim o pensamento do jovem com o destino de logo ali adiante no tempo ser um velho.
A vida do jovem autenticamente sem mistérios, nada há para esconder. Dos amores impossíveis conquistados e dos possíveis abandonados. Os amores conseguidos pela persuasão amorosa, perdidos sem razão, sem ressentimentos, amargura ou saudade. Rápido o jovem esquece, a ingratidão desaparece.  Por um amor perdido acha-se outro.
A lógica amorosa do jovem nem sempre é frugal. É volúvel e leviana por natureza.
 O jovem de ontem que eu fui e do adulto depois, observou a passagem, o comportamento de centenas e centenas de outros jovens. Durante 30 anos, como professor, acompanhei jovens contemporâneos, estudantes da escola pública, a grande maioria de classe média baixa.  Pertencentes a esse grupo social os poucos jovens que chegaram a conclusão do ensino médio, evidentemente mais realizados, do que aqueles muitos que encerraram seus estudos no ensino fundamental. Jovens que chegam a essa etapa da educação com o ensino médio, mas que irremediavelmente, na imensa maioria param por ai. Não há condição financeira para prosseguirem. Não deslumbram o otimismo, não existe esperança, não é possível frequentar um curso superior e com isso ficam sem um desejável horizonte, um promissor futuro. Sentem-se derrotados, fracassados, angustiados, inibidos diante dos desafios impostos pelas desigualdades sociais, pelo desequilíbrio da sociedade, pela injustiça provocada por desmerecidos governos. Jovens desconfortados pelas imposições econômicas, sem entusiasmo, deslumbrados enganados, que não tem esperança de uma condição de vida econômica digna, do razoável para o melhor. Jovens brasileiros que certamente como adultos nessas condições, gerarão no futuro provavelmente os mesmos jovens brasileiros pertencentes ao mesmo estrato social.
E a vida continua. Todos os jovens que foram e aqueles que serão, aguardando ansiosos e angustiados, pelo fim das injustiças sociais.
Falei do jovem que fui e dos jovens que são. Dos jovens da vida comum, do cotidiano, da classe média e do proletariado. Não dissertei, não expôs qualquer ponto de vista sobre o jovem da classe média alta, o rico jovem. Não foi possível. Trata-se de um espécime que desconheço, não tive convivência.