Fabiano André Piccoli (PT), com 1.076 votos, não foi eleito
vereador, embora fazendo mais votos que sete vereadores eleitos e quase o dobro
de votos do penúltimo colocado Lino Troes com 595 votos e o último Rudmar Elbio
da Silva, 594 votos. Há ainda o caso de Jonas Tomazini (PSDB) 683 votos e Jorge
Cenci (PMDB) 658 que contaram mais votos que três eleitos e Pedro Luiz
Trevisan, maior votação que dois eleitos.
Essa situação que parece ser absurda - de quem é mais votado
não é eleito - na verdade não contraria o bom senso, levando-se em consideração
que ela é determinada pela legislação eleitoral numa eleição proporcional, como
no recente pleito à Câmara Municipal. Se alguns dos mais votados não foram
eleitos e outros menos votados eleitos, isso acontece por cálculos e operações
matemáticas como a proporcionalidade. Aqueles menos votados que alcançam a
eleição em relação ao mais votados, pode ocorrer pelo Quociente Eleitoral,
Quociente Partidário ou pela maior média formada pela sobra de votos.
Em Farroupilha o eleitorado é constituído por 51.572
eleitores dos quais 45.973 compareceram às urnas. Desses 45.973 votos, 3.156
brancos e nulos. Dessa forma 42.817 votos se tornaram válidos em que o eleitor
votou no candidato preferido (voto nominal) ou simplesmente no partido
(legenda).
Com conhecimento desses dados se realiza a primeira operação
matemática para se encontrar o quociente eleitoral. Ele é encontrado pela
divisão dos votos válidos (42.817)
pelo número de vagas na Câmara de Vereadores, que são 15.
Assim o quociente eleitoral em Farroupilha ficou em 2.854, números que não
elegeram nenhum vereador.
Foi necessária uma segunda alternativa, qual seja, encontra-se
o quociente partidário. Ele é calculado pela votação de cada partido (voto
nominal e legenda) dividido pelo quociente eleitoral, cujo resultado foi o
seguinte:
.
Partido/Coligação Votos nominais Legendas
Total Q. Eleitoral Q. Partidário
PMDB/PPS/PRB/PSL 13.446 1.160 14.606 5,1 5
PP/PR 7.546 247 7.793 2,7 2
PDT 6.194 1.235
7.429 2,6 2
PT/PC do B 5.484 124
5.608 1,9 1
PSB/DEM 4.881 74 4.955 1,7 1
PSDB/PTB 2.134 60 2.194 0,7 0
Assim foram eleitos pelo quociente partidário, 11 vereadores,
cinco do PMDB (Arielson Arsego, José Mario Bellaver, Juvelino de Bortoli, João Reinaldo Arrosi,
Maristela R.P. Bridi), dois do PP (Raul Herpich e Sidinei Catafesta), mais dois
pelo PDT, (Maria da Goria Menegotto e Paulo Roberto Dalsochio), um do PT (Ildo Dal
Soglio) e um do PSB (Vandré Fardin)
Sobraram quatro vagas a serem distribuídas pela maior média
na sobra de votos, calculada da seguinte forma: dividir a votação de cada
partido/coligação pelo número de lugares por ele obtido + 1 e assim alcançando
uma média. O partido/coligação de maior média atribui-se a primeira sobra e
assim acontece sucessivamente até a quarta vaga que sobrou.
A coligação PSDB/PTB fica fora por não ter alcançado o
quociente partidário
Partido/Coligação
Votação Lugares +
1 Médias
PT/PC do B 5.608 ÷ 2 (1+1) 2.804,0
PP/PR 7.793 ÷ 3 (2+1) 2.587,6
PSB/DEM 4.955 ÷2 (1+1)
2.477,5
PDT 7.429 ÷3 (2+1) 2.476,3
PMDB/PPS/PRB/PSL
14.606 ÷6 (5+1) 2.434,3
Por essa
operação foram eleitos pelas maiores médias, na sobra de votos Marcio Guilden
2.804 (PT), Josué Paese Filho 2.587,6 (PP), Rudmar Elbio da Silva
2.477,3 (PSB) e Lino Troes 2.476,3 (PDT)
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