terça-feira, 16 de julho de 2013

Dilma, a culpada

Foi assim. Bem assim. Não faz muito tempo, passado recente. Na época, a partir do governo federal, com o presidente Lula à frente de um séquito formado por governadores estaduais, prefeitos de capitais e mais a sociedade civil organizada, queriam porque queriam trazer para o Brasil a Copa do Mundo.
Todos queriam. Unidos em seus firmes propósitos estavam os governos, a coletividade brasileira através das elites dominantes e mais os órgãos representativos específicos e de classe, instituições e entidades, como a CBF. Além dos esforços de toda essa diversificada gama social representativa brasileira, políticos e personalidades, não poderia ficar fora do contexto, do desejo em patrocinar a mais importante competição de futebol do mundo, a força poderosa e ostensiva da mídia, principalmente por parte da Rede Globo. Poucas foram as vozes contrárias, uma ínfima minoria mostrou seu descontentamento com a realização do evento. Enfim, pelo desejo dos grupos dominantes, pela pressão exercida, delineada e determinada de forma poderosa e eficaz, a Copa do Mundo, no próximo ano, terão como sedes 12 capitais brasileiras.
Quiseram por que quiseram e assim será realizada a Copa do Mundo em bravas terras brasileiras, no berço esplendido da pátria amada Brasil.
Naquela ocasião o povão, as classes menos influentes, pobres proletários, não fora consultado, nem tinha como exprimir suas idéias pela ausência de algum porta-voz, de uma liderança qualquer, não havia protestos nas ruas.
Talvez, quem sabe, até mesmo essa população em seu íntimo desejaria uma Copa do Mundo no Brasil, tempo em que estava tudo bem politicamente, presidente Lula com altos índices de aceitação e prestigio popular, a economia em processo redentor e acelerado. Países pelo mundo sofrendo efeitos profundos e negativos de um tsunami econômico e financeiro enquanto por aqui se sentia apenas uma marola.
Afinal se trata de um país, belo, forte, de impávido colosso.
Por tudo isso o povo estava alegre e feliz com as suas bolsas famílias, Copa do Mundo em casa. Nunca, jamais a necessidade da população ir para as ruas em passeatas reclamar,  agitar, brigar contra tudo e contra todos. Besteira, bobagem mesmo. Até as passagens de ônibus estavam baratas.  O tempo passou do sonho, a realidade. O passado ficou com aquele momento de vibrante de euforia. Sim, o Brasil tinha vontade, condição, determinação, mostrar ao mundo sua capacidade de organização para realizar grandioso, portentoso e suntuoso espetáculo esportivo. A megalomania, para a brava gente brasileira não se trata de um delírio ou de uma fantasia.
O tempo passou em sua marcha inexorável, a ordem natural das coisas seguiu seu roteiro. Tempo atual, a realidade é outra. Fora Copa do Mundo. Os protestos estão pelas ruas regurgitadas de pessoas indignadas. O povo clama por hospitais. Nada de estádios edificantes. A população deseja escolas. Nada de arenas monumentais. Bilhões gastos para um mês de jogos de futebol. Nada, nenhuma micharia a mais para a construção de um hospital de eterna validade e benemerência ou escola para ensinar ao menos uma geração de alunos. Copa do Mundo, tempo de euforia de Lula. Copa do Mundo tempo real e difícil de Dilma. Lá, antes, tempo passado, uma coisa. Hoje, aqui e agora, tempo presente, outra coisa. A casa caiu, desmoronou a utopia, o país mudou. Sobrou para a Dilma.  Ela foi vítima principal (Datafolha por pesquisa mostrou a vertiginosa queda de seu prestígio), sofreu o maior desgaste político com a onda de protestos.
A realidade é outra, não é de Copa do Mundo. O povo está nas ruas porque ele sabe:
“Se ergues da justiça a clava forte, verás que filho teu não foge a luta”.
Ou seja: contra a injustiça ninguém foge a luta com a clava forte na mão, jamais o povo desistirá dos protestos nas ruas.   






       

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