Passaram-se
seis meses de governo do “Meu partido é o Rio Grande”. Um partido e agora se
sabe simplesmente virtual, simplesmente uma ação de marketing. Criado com o
pensamento de não ser mais uma falácia, não mais um engodo numa campanha
política e passada a eleição, a verdade é de que o partido do Rio Grande passou
a ser é igual aos outros de falsas promessas, das afirmativas mentirosas. O
partido do Rio Grande, que pretensiosamente se mostrava ser de uma única
pessoa, verdadeiramente nunca foi de ninguém, justo por que nunca existiu.
Devemos colocar a questão da política partidária em devida posição sem ilusões.
Não existe um partido exclusivo. O que há são partidos iguais de tradicionais
politicagens, do conluio de interesses pessoais, do famoso “toma lá da cá”.
Partidos dos políticos espertos em falcatruas, contraventores do bem social, da
corrupção endêmica. Partidos de deputados que contratam assessores que não
trabalham porque nem existem, são fantasmas.
Não existe o
partido do Rio Grande. O que existe é o PMDB do governador José Ivo Sartori, de
partidos aliados, unidos pela convencional política do casuísmo. São passados
180 dias de uma governança ainda incipiente. O que se ouviu até agora é o
proselitismo de um estado falido, a retórica das finanças arruinadas, a
verborragia do terrorismo com ameaças de atraso no pagamento aos funcionários
públicos.
O governo
tem que acabar com todo esse parangolê e agir, encontrar soluções para crise
financeira e elas existem.
Por exemplo.
Retroagir e se espelhar no antigo governo do correligionário Antônio Britto de importantes
medidas para remediar a longa doença financeira rio-grandense: privatizações,
demissões voluntários, pedágios rodoviários. O partido do Rio Grande de Sartori
e convenhamos é o PMDB que pode utilizar os mesmos métodos e recursos de
Britto. O início poderia ser pelas demissões voluntárias. Indenizam-se, na
forma da lei, funcionários públicos, entre tantos, policiais civis e militares,
professores. Se por ventura muita gente pedir a demissão e com isso houver
falta de pessoal, terceirizam-se as funções e certamente por salários
inferiores. Quanto as privatizações, negociar o que sobrou da CEEE do governo
Britto. Entra também na liquidação das empresas estatais, a Corsan. Essas duas
transações possivelmente signifiquem uma arrecadação entre 500 e 800 milhões de
reais. Estradas ruins pedágio para elas. Na RS-122 dois pedágios, um em Farroupilha,
outro em Flores da Cunha, ambos desativados. Com pequena reforma prontos para
operar e assim arrecadar, ter dinheiro, para acabar com a buraqueira da dita
cuja estrada.
Por fim, a
solução definitiva para o termino do déficit financeiro e com isso, o caminho
aberto para a coroação do êxito de um governador e sua indiscutível reeleição.
A essência, a cereja do bolo, o diferencial, a azeitona da empada, seria a
privatização do Banrisul.
Seria uma inaudita atitude de coragem. Britto queria
privatizá-lo, não conseguiu. Patrulheiros do tradicionalismo não deixaram. Vigias
do conservadorismo não permitiram.
O Banrisul
tem um valor de mercado aproximado de 4 bilhões de reais (Itaú e Bradesco estão
por aí) e com as privatizações da CEEE, CORSAN, o epilogo desejado, o fim da
divida do estado. O problema, o perigo, da privatização do Banrisul é a
motivação para uma nova Revolução Farroupilha. Esqueça-se isso. Sem medo. Fato
consumado, ou seja, a privatização, dinheiro em caixa, um final de governo promissor,
do realmente “Meu partido é o Rio Grande”.