Anos atrás fui vitima de um lamentável e desagradável acontecimento, verdadeiramente mais do que essa adjetivação, de um ato atroz. Em determinado dia chego na minha casa e a encontro invadida, assaltada e roubada. Mais do que a perda de qualquer valor material fui abalado por um sentimento de prostração, um abatimento profundo de insegurança, totalmente indefeso, completamente arrasado. Muito mais que isso senti-me violentado. Afinal o lar é o reduto que deveria ser inviolável, tal um templo sagrado. Passamos essa ocorrência para uma dimensão maior: um país. Certamente todos os paquistaneses sofreram esse trauma, sentiram-se violentados quando um comando americano invade seu território não respeitando a soberania de um país.
xxx ... xxx
Do filosofo americano Noam Chomski: “Como reagiriam os americanos se comandos iraquianos aterizassem na mansão de Georges W. Bush, o assassinassem e atirassem seu corpo no Atlântico.
xxx ... xxx
Deu no New York Times, ou melhor, em Zero Hora: O rei da soja no Paraguai é um brasileiro. Tranquilo Fávero, 72 anos, é o maior plantador individual de soja no país vizinho e também um grande criador de gado.
Tem 45 mil hectares cultivados no leste do Paraguai e cria 60 mil cabeças de gado. Preside nove empresas que formam o Grupo Fávero. Está mais de 40 anos no Paraguai e naturalizou-se paraguaio. O interessante nessa história é de que a família Fávero passou por Farroupilha. Oriunda da província de Treviso (Itália) a família desembarcou em Porto Alegre, subiu a serra e estabeleceu-se em Farroupilha. Os projetos dos Fávero estavam além dos limites farroupilhenses. A família mudou-se para Videira (SC) onde nasceu Tranqüilo. Depois deslocou-se para o Paraná e daí seguiu o Paraguai onde fez fortuna.
xxx ... xxx
Ainda sobre Grenal. Era simplesmente Renato ponta direita do Grêmio na década de 80. Foi para o Rio de Janeiro e virou Renato Gaúcho. Retornou ao pagos. Agora é Renato Portalubi. Gaúcho ou Portalubi. Melhor Renato Guaporé.
Paulo Roberto Falcão já com deficiência capilar, ou seja, careca. Para disfarçar a sua deficiência calva deixa os cabelos compridos ao longo da nuca. Para não se tornar ridículo deveria dar uma aparadinha.
xxx ... xxx
Qualquer cidade que sujeito habita se torna chata, sem movimentação, num dia de domingo. As pessoas ficam em casa, ou saem para passear. Farroupilha não é diferente. Nas ruas quase desertas se observa tudo. Perto do meio-dia a espetacular e reluzente Lamborghini amarela parada numa rua central da cidade. Chama atenção. Seu proprietário como reles mortal vai até o caixa automático de uma agencia bancaria e retorna para sua esplendorosa máquina. Está acompanhado de uma jovem de tradicional família local.
xxx...xxx
Inflação real e galopante. Cafezinho custando 1,25 centavos. Nas faz muito era servido e vendido a 1 real. Aumento de 25%. Bota inflação nisso.
domingo, 29 de maio de 2011
sábado, 21 de maio de 2011
Grenal
Rádio ligado. O narrador com sua voz impostada e empolgante – parece até candidato num comício em campanha política – transfere ânimo e júbilo ao público incentivando o ouvinte para o Grenal prestes a iniciar-se. Aguarda-se tão somente que se abram as cortinas para o espetáculo, bordão de um antigo locutor radiofônico.
Depois do uso de toda verborragia, enaltecendo a qualidade dos dois times, a presença do público e claro uma série de inserções comerciais (é necessário faturar), o narrador convida o comentarista a dar sua opinião. Entra em detalhes táticos do jogo. Parece um professor de matemática lidando com números. Trata dos possíveis esquemas a ser utilizados: 4.4.3.,4.4.2, 3.4.1 ou algumas outras variações numéricas. Na verdade parecem mais indicações de linhas de ônibus.
Outro comentarista parece mais afeito às questões geométricas. A tática é baseada na posição dos jogadores na superfície no campo formando um quadrado ou um losango.
Chega à vez dos repórteres. Devaneiam sobre possíveis escalações das equipes (a escalação oficial ainda não foi fornecida). Imaginam quem joga ou não joga quem. Buscam mínimos detalhes, subsídios para obterem alguma informação ou uma entrevista a ser feita. De repente, como se fosse possível, sem encontrar manifestação premente, algo mais importante, até mesmo o quero-quero esvoaçando em campo tem algo a dizer. Nas cogitações do sensacionalismo, na busca da noticia, até isso pode acontecer. Nas arquibancadas a plebe ignara se manifesta ruidosamente com suas canções de incentivo, protesto, xingamento e por ai afora.
A moça de repente chama a atenção, grita:
- Tira a mão daí seu abusado, sem-vergonha. Bota a mão na mãe.
Nada é com ela, diretamente. A moça está de mão dada com o namorado. Ao lado dele um torcedor desconfiável por sua opção sexual, atrevido tenta segurar a outra mão. Escândalo? Deixa pra lá. Em tempos de união estável, pode.
Num canto do estádio um fumacê. Parece fumaça de combate ao mosquito da dengue. Não é. Queima-se ali uma conhecida erva de propriedades entorpecentes. Num exame antidoping certamente os torcedores daquele grupo seriam reprovados.
O jogo começa, Grêmio campeão (0x0); Grêmio 1x0, mais campeão; Empate 1x1. Ainda da Grêmio. Inter 2x1. Grêmio continua com as faixas. Inter 3x1, campeão.
Quase encerrando o jogo. Para os torcedores do colorado uma apreensão, para os gremistas uma esperança. Será que acontecerá o “frango” do Renan? Aconteceu.
Placard de 3x2 para o Inter. Na soma dos dois jogos tudo igual 5x5. Pelo regulamento decisão por pênaltis. A partir daí foi o que se viu. Internacional campeão. Graças a quem? Ao goleiro frangueiro que defendeu três pênaltis.
Depois do uso de toda verborragia, enaltecendo a qualidade dos dois times, a presença do público e claro uma série de inserções comerciais (é necessário faturar), o narrador convida o comentarista a dar sua opinião. Entra em detalhes táticos do jogo. Parece um professor de matemática lidando com números. Trata dos possíveis esquemas a ser utilizados: 4.4.3.,4.4.2, 3.4.1 ou algumas outras variações numéricas. Na verdade parecem mais indicações de linhas de ônibus.
Outro comentarista parece mais afeito às questões geométricas. A tática é baseada na posição dos jogadores na superfície no campo formando um quadrado ou um losango.
Chega à vez dos repórteres. Devaneiam sobre possíveis escalações das equipes (a escalação oficial ainda não foi fornecida). Imaginam quem joga ou não joga quem. Buscam mínimos detalhes, subsídios para obterem alguma informação ou uma entrevista a ser feita. De repente, como se fosse possível, sem encontrar manifestação premente, algo mais importante, até mesmo o quero-quero esvoaçando em campo tem algo a dizer. Nas cogitações do sensacionalismo, na busca da noticia, até isso pode acontecer. Nas arquibancadas a plebe ignara se manifesta ruidosamente com suas canções de incentivo, protesto, xingamento e por ai afora.
A moça de repente chama a atenção, grita:
- Tira a mão daí seu abusado, sem-vergonha. Bota a mão na mãe.
Nada é com ela, diretamente. A moça está de mão dada com o namorado. Ao lado dele um torcedor desconfiável por sua opção sexual, atrevido tenta segurar a outra mão. Escândalo? Deixa pra lá. Em tempos de união estável, pode.
Num canto do estádio um fumacê. Parece fumaça de combate ao mosquito da dengue. Não é. Queima-se ali uma conhecida erva de propriedades entorpecentes. Num exame antidoping certamente os torcedores daquele grupo seriam reprovados.
O jogo começa, Grêmio campeão (0x0); Grêmio 1x0, mais campeão; Empate 1x1. Ainda da Grêmio. Inter 2x1. Grêmio continua com as faixas. Inter 3x1, campeão.
Quase encerrando o jogo. Para os torcedores do colorado uma apreensão, para os gremistas uma esperança. Será que acontecerá o “frango” do Renan? Aconteceu.
Placard de 3x2 para o Inter. Na soma dos dois jogos tudo igual 5x5. Pelo regulamento decisão por pênaltis. A partir daí foi o que se viu. Internacional campeão. Graças a quem? Ao goleiro frangueiro que defendeu três pênaltis.
terça-feira, 17 de maio de 2011
Familia do rei da soja no Paraguai morou em Farroupilha
Tranquilo Favero, 72 anos, é o maior plantador individual de soja No Paraguai e grande criador de gado. Tem 45 mil hectares cultivados e cria 60 mil cabeças de gado. É dono de nove empresas que formam o Grupo Favero. Mora há mais de 40 anos no país vizinho e naturalizou-se paraguaio Até ai nada demais. O detalhe é de que a familia Favero proveniente de Treviso (Itália) desembarcou em Porto Alegre, subiu a serra e estabeleceu-se em Farroupilha - quando ainda era distrito de Caxias do Sul - adquirindo uma área de terra. Algum tempo depois para os projetos da familia o espaço de terra ficou pequeno. Mudou-se pra Videira (SC) onde nasceu Tranquilo. Depois, outra mudança, para o Paraná ate´chegar no Paraquai onde tornou-se milionário dono de terras.
A reportagem foi de Marta Sfredo, do jornal Zero Hora.
O piu-piu do Renan
Placard de 3x1 no Grenal era favorável ao Internacional, condição que lhe dava o título de campeão. Mas o goleiro Renan colaborou com o Gremio: deixou passar um frango. O piu-piu fez com que a decisão fosse para os penaltis.
Dois pensamentos diversos nas duas torcidas afloraram.
Pela cabeça dos colorados a cobrança de penaltis não oferecia nenhum otimismo. Afinal, Renan que falhara tanto, seria exigir muito defender penalti.
Na cabeça dos gremistas a certeza de cinco penaltis cobrados e cinco bolas na rede. Afinal o frangueiro Renan não defenderia nada.
Deu no que deu. Renan de vilão a herói. Defendeu três penaltis.
Tranquilo Favero, 72 anos, é o maior plantador individual de soja No Paraguai e grande criador de gado. Tem 45 mil hectares cultivados e cria 60 mil cabeças de gado. É dono de nove empresas que formam o Grupo Favero. Mora há mais de 40 anos no país vizinho e naturalizou-se paraguaio Até ai nada demais. O detalhe é de que a familia Favero proveniente de Treviso (Itália) desembarcou em Porto Alegre, subiu a serra e estabeleceu-se em Farroupilha - quando ainda era distrito de Caxias do Sul - adquirindo uma área de terra. Algum tempo depois para os projetos da familia o espaço de terra ficou pequeno. Mudou-se pra Videira (SC) onde nasceu Tranquilo. Depois, outra mudança, para o Paraná ate´chegar no Paraquai onde tornou-se milionário dono de terras.
A reportagem foi de Marta Sfredo, do jornal Zero Hora.
O piu-piu do Renan
Placard de 3x1 no Grenal era favorável ao Internacional, condição que lhe dava o título de campeão. Mas o goleiro Renan colaborou com o Gremio: deixou passar um frango. O piu-piu fez com que a decisão fosse para os penaltis.
Dois pensamentos diversos nas duas torcidas afloraram.
Pela cabeça dos colorados a cobrança de penaltis não oferecia nenhum otimismo. Afinal, Renan que falhara tanto, seria exigir muito defender penalti.
Na cabeça dos gremistas a certeza de cinco penaltis cobrados e cinco bolas na rede. Afinal o frangueiro Renan não defenderia nada.
Deu no que deu. Renan de vilão a herói. Defendeu três penaltis.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Osama Bin Landen
Programa de debates transmitido por um canal de televisão. São cinco os protagonistas. O assunto em pauta é a morte de Bin Laden e é através das opiniões emitidas pelos participantes que se pode ter uma idéia do pensamento das pessoas de um modo geral.
Três dos cinco personagens da discussão tem opiniões deliberadamente radicais, irredutíveis e exacerbados em seus conceitos, transparecendo com veemência ser os donos da verdade. Acreditam que a morte de Bin Laden aconteceu em nome da paz como se fosse sinônimo de violência. Não há para eles, como bem para a humanidade, de que forma foi a morte do inescrupuloso terrorista. Demonstram ser por suas atitudes e pensamentos estereótipos da ideologia fascista.
Alias deve ser esse o pensamento que predomina de modo geral na população, por força do ambiente, do desejo da humanidade - particularmente dos americanos – em ver exterminado do convívio um assassino em série.
Os dois outros participantes – um procurador e um desembargador de Justiça – sem se deixarem levar pela emoção, pela comoção do espírito de vingança, são pragmáticos de acordo com os conceitos e conformidade do Direito, entre eles os Direitos Humanos. Os dois juristas mostram a virtude moral e legal que inspira o respeito dos direitos de outrem.
Como se pode observar três participantes são irascíveis conceitualmente. Bin Laden morreu, não interessa de que forma. Os dois outros se mostram racionais de acordo com os princípios, os direitos que regem a humanidade.
O debate permite a interpretação de cada pessoa. Bin Laden, o terrorista, não se discute por suas barbáries realizadas pelo mundo. Por outro lado, um grupo de soldados, sem oferecer qualquer direito de defesa executam um ser humano.
Para alivio dos americanos Bin Laden ao que parece está morto (há controvérsias) nem para que isso acontecesse prisioneiros foram torturados na prisão de Guantánamo, entre eles um mensageiro. A civilização de um país como os Estados Unidos não vale nada, é desrespeitada em nome da vingança. A incivilidade a ela é permitida. Foi necessária a tortura porque os 25 milhões de dólares por Bin Laden morto ou vivo não resolveram. Na verdade uma delação tornaria um milionário rapidamente num cadáver.
O anuncio da morte do terrorista foi uma grandiosa festa nos Estados Unidos Espocaram foguetes, fogo de artifícios nas mais variadas matizes iluminando o céu. Parecia a comemoração pela conquista do campeonato da Liga Americana de beisebol pelos Yankees ou o título de campeão de futebol americano pelo Giants ambos de Nova York. Nunca se viu algo na comemoração da morte de alguém. A morte de Osama Bin Laden de lambuja valeu também até para conferir uma melhoria nos índices de popularidade do Obama, o Barack, que já passou a ser candidato a reeleição, pelas pesquisas agora realizadas, como favorito. Não há nada de mal um Obama morto para melhorar a vida de outro Obama. Portanto um viva ao Bin Laden por mais paradoxal possa ser.
Três dos cinco personagens da discussão tem opiniões deliberadamente radicais, irredutíveis e exacerbados em seus conceitos, transparecendo com veemência ser os donos da verdade. Acreditam que a morte de Bin Laden aconteceu em nome da paz como se fosse sinônimo de violência. Não há para eles, como bem para a humanidade, de que forma foi a morte do inescrupuloso terrorista. Demonstram ser por suas atitudes e pensamentos estereótipos da ideologia fascista.
Alias deve ser esse o pensamento que predomina de modo geral na população, por força do ambiente, do desejo da humanidade - particularmente dos americanos – em ver exterminado do convívio um assassino em série.
Os dois outros participantes – um procurador e um desembargador de Justiça – sem se deixarem levar pela emoção, pela comoção do espírito de vingança, são pragmáticos de acordo com os conceitos e conformidade do Direito, entre eles os Direitos Humanos. Os dois juristas mostram a virtude moral e legal que inspira o respeito dos direitos de outrem.
Como se pode observar três participantes são irascíveis conceitualmente. Bin Laden morreu, não interessa de que forma. Os dois outros se mostram racionais de acordo com os princípios, os direitos que regem a humanidade.
O debate permite a interpretação de cada pessoa. Bin Laden, o terrorista, não se discute por suas barbáries realizadas pelo mundo. Por outro lado, um grupo de soldados, sem oferecer qualquer direito de defesa executam um ser humano.
Para alivio dos americanos Bin Laden ao que parece está morto (há controvérsias) nem para que isso acontecesse prisioneiros foram torturados na prisão de Guantánamo, entre eles um mensageiro. A civilização de um país como os Estados Unidos não vale nada, é desrespeitada em nome da vingança. A incivilidade a ela é permitida. Foi necessária a tortura porque os 25 milhões de dólares por Bin Laden morto ou vivo não resolveram. Na verdade uma delação tornaria um milionário rapidamente num cadáver.
O anuncio da morte do terrorista foi uma grandiosa festa nos Estados Unidos Espocaram foguetes, fogo de artifícios nas mais variadas matizes iluminando o céu. Parecia a comemoração pela conquista do campeonato da Liga Americana de beisebol pelos Yankees ou o título de campeão de futebol americano pelo Giants ambos de Nova York. Nunca se viu algo na comemoração da morte de alguém. A morte de Osama Bin Laden de lambuja valeu também até para conferir uma melhoria nos índices de popularidade do Obama, o Barack, que já passou a ser candidato a reeleição, pelas pesquisas agora realizadas, como favorito. Não há nada de mal um Obama morto para melhorar a vida de outro Obama. Portanto um viva ao Bin Laden por mais paradoxal possa ser.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Kate
A mulher informa eufórica ao marido.
- Kate, nossa filha, vem nos visitar. Vai passar o fim de semana conosco. E com uma novidade. Vem junto com o namorado:
O pai meio cabreiro, desconfiado do provável, prevendo para ele o indesejável – os dois dormirem juntos -, intromete logo uma indagação como não quer nada, mas deseja ter a certeza de alguma coisa:
- Ah é... Mas ele vai dormir em que lugar? Pergunta que poderia impedir qualquer possibilidade de os dois dormirem juntos.
A mãe protetora e compreensível informa ao pai que isso é o de menos. Sempre se arrumará um lugar para cada um dos dois, algo que não se confirmou.
O pai é do tempo de casar de papel passado. Esse negócio moderno de “namorido”, de juntar os trapos e morar junto não é com ele. Nem mesmo expressões jurídicas para explicar esse estado de coisas, como a situação neo-estável é pouca coisa para convencê-lo. Para ele essa relação não formalizada, mas estável e legal, não tem valor algum. O seu raciocínio é de antanho, arcaico na interpretação, como se dizia antigamente de forma pejorativa: trata-se de um casal amasiado e amancebado.
Fim de semana. Para desespero e fúria do pai, o casal de namorados dormiu junto.
A mãe de Kate, observando o inconformismo do marido e pai, tentou desanuviar seus pensamentos indignos, explicando que os tempos são outros, que tudo mudou até no relacionamento de um casal de namorados.
Começa a recordar o namoro dos dois e como era diferente antigamente. O namoro na sala e sempre por perto a mãe, ou seja, a futura sogra. No sofá o casal sentado respeitosamente e o máximo permitido, as mãos dadas. Esse comportamento durava o tempo da novela das oito (hoje das nove). Ao final da novela a mãe, recolhia-se aos seus aposentos (bem assim como antigamente), recomendando a filha para não demorar. O “não demorar” significava um namoro até 11 horas, quando muito um acréscimo de meia hora. Nas reminiscências desse namoro, o marido, pai de Kate, rejubila-se:
- Era um namoro respeitoso.
A mãe de Kate, com um sorriso maroto parece dizer que não era bem assim.
Depois da novela, da mãe ter deixado a sala, o amor não tinha nada, se assim pode se entender, de respeitoso. Os amassos eram conduzidos por uma força sexual intensa. Propositadamente, em dias de namoro, ela colocava aquela blusinha cheia de botões, que desabotoados um a um permitiam uma mão boba a apalpar o desconhecido.
O antigo namorado, o marido, pai de Kate, calou-se, ficou quieto.
Para conformar o marido, mostrar de que realmente os tempos são outros, a mãe de Kate fez a seguinte observação:
- A outra Kate, a princesa, casada com o futuro rei namoraram durante oito anos, sendo que nos últimos quatro viviam juntos, ou seja, em tempo de “namorido”. Se a realeza pode porque os plebeus não.
- Kate, nossa filha, vem nos visitar. Vai passar o fim de semana conosco. E com uma novidade. Vem junto com o namorado:
O pai meio cabreiro, desconfiado do provável, prevendo para ele o indesejável – os dois dormirem juntos -, intromete logo uma indagação como não quer nada, mas deseja ter a certeza de alguma coisa:
- Ah é... Mas ele vai dormir em que lugar? Pergunta que poderia impedir qualquer possibilidade de os dois dormirem juntos.
A mãe protetora e compreensível informa ao pai que isso é o de menos. Sempre se arrumará um lugar para cada um dos dois, algo que não se confirmou.
O pai é do tempo de casar de papel passado. Esse negócio moderno de “namorido”, de juntar os trapos e morar junto não é com ele. Nem mesmo expressões jurídicas para explicar esse estado de coisas, como a situação neo-estável é pouca coisa para convencê-lo. Para ele essa relação não formalizada, mas estável e legal, não tem valor algum. O seu raciocínio é de antanho, arcaico na interpretação, como se dizia antigamente de forma pejorativa: trata-se de um casal amasiado e amancebado.
Fim de semana. Para desespero e fúria do pai, o casal de namorados dormiu junto.
A mãe de Kate, observando o inconformismo do marido e pai, tentou desanuviar seus pensamentos indignos, explicando que os tempos são outros, que tudo mudou até no relacionamento de um casal de namorados.
Começa a recordar o namoro dos dois e como era diferente antigamente. O namoro na sala e sempre por perto a mãe, ou seja, a futura sogra. No sofá o casal sentado respeitosamente e o máximo permitido, as mãos dadas. Esse comportamento durava o tempo da novela das oito (hoje das nove). Ao final da novela a mãe, recolhia-se aos seus aposentos (bem assim como antigamente), recomendando a filha para não demorar. O “não demorar” significava um namoro até 11 horas, quando muito um acréscimo de meia hora. Nas reminiscências desse namoro, o marido, pai de Kate, rejubila-se:
- Era um namoro respeitoso.
A mãe de Kate, com um sorriso maroto parece dizer que não era bem assim.
Depois da novela, da mãe ter deixado a sala, o amor não tinha nada, se assim pode se entender, de respeitoso. Os amassos eram conduzidos por uma força sexual intensa. Propositadamente, em dias de namoro, ela colocava aquela blusinha cheia de botões, que desabotoados um a um permitiam uma mão boba a apalpar o desconhecido.
O antigo namorado, o marido, pai de Kate, calou-se, ficou quieto.
Para conformar o marido, mostrar de que realmente os tempos são outros, a mãe de Kate fez a seguinte observação:
- A outra Kate, a princesa, casada com o futuro rei namoraram durante oito anos, sendo que nos últimos quatro viviam juntos, ou seja, em tempo de “namorido”. Se a realeza pode porque os plebeus não.
Assinar:
Postagens (Atom)