Quero-Quero
A figura em destaque é chamada também de tetéu,
terém-terém, pertence a ordem dos charadriformes, da família dos charadriidae e
que tem a denominação científica de vanellus chilensis, que habita os campos e
a orla marítima.
Toda essa prosopopéia, demonstração de cabedal cientifico
sobre a fauna, tudo isso desnecessário, pouco interessante para quem conhece o
simplesmente quero-quero que tem esse nome popular em razão de uma derivação
onomatopaica de seu grito.
Por um motivo, pela aventura envolvendo o também conhecido
espanta-boiada, e o autor desse, pertinente ao vertebrado ovíparo com o corpo
coberto de penas pode ser até um elogio: a capacidade de proteção dos seus
domínios, a vigilância constante, o alarme ao primeiro intruso que se aproxima.
Acrescente-se e por isso, é um tremendo bandidão, um ferrenho defensor de seus
interesses, e também por isso, um sem-vergonha, arrogante e autoritário
mau-caráter.
O alarme para quem não sabe é o grito estridulo, de som
agudo e penetrante, profundamente rechinante.
Pois bem. Ano passado numa praia do Atlântico sul, caminhava
pela areia, exercício que faz parte de minha atividade física. Para maior
conforto e melhor equilíbrio costumo utilizar o tênis. Em determinados momentos
para evitar molhar o calçado tenho que saltar por sobre pequenas correntes de
água. Em alguma oportunidade se encontra um fluxo de água maior, mais largo. Impossível
superá-lo com um salto. Nesse caso se busca alternativa. A cem metros da areia a
estrada com uma ponte é a minha opção.
Nessa direção, a meio caminho, três meninos brincando por
ali, me avisam: “Tio, cuidado com os queros-queros”. Agradeço e vou em frente.
Fui mal.
Repentinamente o grito estridente, sinal de alarme de um
ataque.
O bicho vem em minha direção em alta velocidade, em vôo rasante,
parece um kamikaze japonês. É o macho protegendo o ninho nas imediações, na
função de guardião dos filhotes, algo natural na paternidade. Pelo instinto de
defesa me atiro no chão. Penso. Deus me livre, se algum esporão do bicho me
atinge. Acredito, repenso que o perigo passou. Dedução errada. Lá vem outra vez
o quero-quero. De novo me atiro no chão. E assim aconteceu por mais duas vezes.
Tive que sair dali, como se diz, de quatro, engatinhando que nem criança.
Enquanto isso os três meninos se divertiam, riam de modo
acanhado, até com algum respeito, da minha situação hilária, do meu comportamento
numa conjuminância do bizarro e constrangimento.
Agora, acreditem. Nesse ano, na mesma praia, na mesma
situação, sofrendo mais ataques de queros-queros e mais uma vez, em defesa de
minha integridade física, outra vez me arrastando na areia, de quatro,
engatinhando.
Desta vez não tinha nenhum menino, ninguém por perto para
rir de minha pândega situação, das minhas vexatórias atitudes, do inusitado, do
prosaico, do vulgar.
Porém, mais do que ninguém, descobri porque o quero-quero é
conhecido pela alcunha de Sentinela dos Pampas, no meu caso Sentinela da Praia.
*** ***
Continuo andando por aí. A comunicação é fácil pela
internet, por isso os textos são atuais. Por duas ou três semanas vou andar por
mais longe, percorrer caminhos inóspitos, o desconhecido, onde gato perdeu as
botas, pelos “mares nunca dantes navegados”, lugares de comunicação difícil. O
meu blog: falasimpatia.blogspot.com desde
a sua criação já foi visualizado milhares de vezes, mas algo muito modesto, uma
micharia perto de cronistas célebres e articulistas famosos. Pois nesse blog
três colunas foram as mais acessadas e na minha ausência elas serão
reproduzidas nesse espaço.
Vale a oportunidade. O blog é visualizado em sua maioria por
brasileiros, depois pelos americanos e na Europa acessado na Alemanha, Russia,
Ucrania, Bielorúsia, Franca, Reino Unido, Polônia, Austria e por aí a fora. Até
na Malásia e de Bahrein. Pois bem pelo blog
ou pelo e-mail ruschel_gomes@hotmail.com desejava ter contato com essas pessoas.
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