A cultura popular usa a expressão habitual – agosto mês do
desgosto – para determinar que o oitavo mês do calendário gregoriano, é
precedido, tem a fama de ser maldito,
turbulento, azarado, cheio de vibrações e energias negativas.
O mês assombrado é muito notório, anunciado ao seu início e
durante todo seu tempo de vigência por temeroso vento forte, por assustantes
ventanias e diz mais a sabedoria popular: mês do cachorro louco, quando aumenta
a proliferação da raiva canina.
Na Roma antiga os romanos acreditavam no agouro, nos maus
presságios que estavam relacionados com o mês de agosto.
E assim, desde aquele tempo, agosto ficou amaldiçoado pelo
renome de agourento e a História demonstra e comprova.
Bem no início da Era Cristã. Exatamente 24 de agosto, ano 51
d.C, ocorre o martírio do apóstolo São Bartolomeu, martirizado e executado por
sua pregação do evangelho promovendo milhares de conversões ao cristianismo na
Armênia que passou pelo suplício de sentir sua pele retirada e depois
decapitado.
Decapitação, barbárie na antiguidade, barbárie na era
moderna, quando agora em agosto, também d.C, a sinistra execução de um
jornalista americano, decapitado.
24 de agosto de 1572 por ordem de Catarina de Médici o
massacre da noite de São Bartolomeu, matança que dizimou os huguenotes,
protestantes franceses calvinistas.
Mais um 24 de agosto trágico, esse no ano de 1954, funesto
acontecimento que assolou o país com a morte de Getulio Vargas, que pelo
suicídio renunciou não somente a presidência da República, mas a própria vida.
Agosto de 1914, o Império Austro-hungaro - outrora importante
estado europeu - invadiu a Servia e teve início da 1ª Grande Guerra Mundial, quando
morreram nove milhões de combatentes.
Agosto de 1939, Hitler invadiu a Polônia e em razão da
agressão a soberania começa 2ª Grande Guerra Mundial, a segunda grande
carnificina da humanidade. Mais de 40 milhões de mortes somadas, das quais seis
milhões podem ser atribuídas ao racismo nazista que promoveu o holocausto
contra os judeus.
No início de agosto de 1945, Hiroshima e Nagazaki foram destruídas
por uma bomba atômica. Milhares de pessoas morreram no momento das explosões e
outras milhares, no decorrer do tempo, por efeito da radioatividade pelas graves
lesões e câncer.
No Brasil o mês de agosto é marcado também por tragédias e
crises políticas. Já foi mencionado o suicídio de Getulio Vargas alterando e
tumultuando a vida política nacional. Jânio Quadros não se suicidou, mas também
renunciou a presidência da República, ocasionando mais desentendimento, caos na
política brasileira.
Agosto comprovadamente funesto no país. Agosto de 1976, dia
22, na via Dutra morre tragicamente em acidente automobilístico Juscelino Kubitscheck.
Morre em 13 de agosto de 2005, lenda viva da esquerda
brasileira, Miguel Arraes.
Em 13 de agosto 2014, morre precocemente, de modo trágico por
desastre avião seu neto Eduardo Campos, candidato a presidência da República.
Todos esses fatos no mês de cada agosto trouxeram como
resultados efeitos marcantes na vida e história política do país.
Agora, mais uma vez. No episódio funesto mais recente com
Eduardo Campos, o cenário político e eleitoral transformou-se completamente.
Com a morte de Campos, Marina Silva, sua obscura vice, tem a
ascensão política desejada anteriormente, presidência da República.
Eduardo Campos oscilava nas pesquisas eleitorais em torno de
ínfimos 10%. Marina candidata próxima dos 30%. A morte de Campos mudou tudo. Por
caminho infausto e cruel, foi demonstrado que Marina era a candidata de fato à
presidência. Por desventurado e enlutado momento foi ungida à condição
favoritíssima para governar a República Federativa do Brasil a partir de 2015.
Que Deus a abençoe.
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