quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Agosto, desgosto. Eduardo Campos na História

A cultura popular usa a expressão habitual – agosto mês do desgosto – para determinar que o oitavo mês do calendário gregoriano, é precedido, tem a fama de ser  maldito, turbulento, azarado, cheio de vibrações e energias negativas.
O mês assombrado é muito notório, anunciado ao seu início e durante todo seu tempo de vigência por temeroso vento forte, por assustantes ventanias e diz mais a sabedoria popular: mês do cachorro louco, quando aumenta a proliferação da raiva canina.
Na Roma antiga os romanos acreditavam no agouro, nos maus presságios que estavam relacionados com o mês de agosto.
E assim, desde aquele tempo, agosto ficou amaldiçoado pelo renome de agourento e a História demonstra e comprova.
Bem no início da Era Cristã. Exatamente 24 de agosto, ano 51 d.C, ocorre o martírio do apóstolo São Bartolomeu, martirizado e executado por sua pregação do evangelho promovendo milhares de conversões ao cristianismo na Armênia que passou pelo suplício de sentir sua pele retirada e depois decapitado.
Decapitação, barbárie na antiguidade, barbárie na era moderna, quando agora em agosto, também d.C, a sinistra execução de um jornalista americano, decapitado.
24 de agosto de 1572 por ordem de Catarina de Médici o massacre da noite de São Bartolomeu, matança que dizimou os huguenotes, protestantes franceses calvinistas.
Mais um 24 de agosto trágico, esse no ano de 1954, funesto acontecimento que assolou o país com a morte de Getulio Vargas, que pelo suicídio renunciou não somente a presidência da República, mas a própria vida.
Agosto de 1914, o Império Austro-hungaro - outrora importante estado europeu - invadiu a Servia e teve início da 1ª Grande Guerra Mundial, quando morreram nove milhões de combatentes.
Agosto de 1939, Hitler invadiu a Polônia e em razão da agressão a soberania começa 2ª Grande Guerra Mundial, a segunda grande carnificina da humanidade. Mais de 40 milhões de mortes somadas, das quais seis milhões podem ser atribuídas ao racismo nazista que promoveu o holocausto contra os judeus.
No início de agosto de 1945, Hiroshima e Nagazaki foram destruídas por uma bomba atômica. Milhares de pessoas morreram no momento das explosões e outras milhares, no decorrer do tempo, por efeito da radioatividade pelas graves lesões e câncer.
No Brasil o mês de agosto é marcado também por tragédias e crises políticas. Já foi mencionado o suicídio de Getulio Vargas alterando e tumultuando a vida política nacional. Jânio Quadros não se suicidou, mas também renunciou a presidência da República, ocasionando mais desentendimento, caos na política brasileira.
Agosto comprovadamente funesto no país. Agosto de 1976, dia 22, na via Dutra morre tragicamente em acidente automobilístico Juscelino Kubitscheck.
Morre em 13 de agosto de 2005, lenda viva da esquerda brasileira, Miguel Arraes.
Em 13 de agosto 2014, morre precocemente, de modo trágico por desastre avião seu neto Eduardo Campos, candidato a presidência da República.
Todos esses fatos no mês de cada agosto trouxeram como resultados efeitos marcantes na vida e história política do país.
Agora, mais uma vez. No episódio funesto mais recente com Eduardo Campos, o cenário político e eleitoral transformou-se completamente.
Com a morte de Campos, Marina Silva, sua obscura vice, tem a ascensão política desejada anteriormente, presidência da República.

Eduardo Campos oscilava nas pesquisas eleitorais em torno de ínfimos 10%. Marina candidata próxima dos 30%. A morte de Campos mudou tudo. Por caminho infausto e cruel, foi demonstrado que Marina era a candidata de fato à presidência. Por desventurado e enlutado momento foi ungida à condição favoritíssima para governar a República Federativa do Brasil a partir de 2015. Que Deus a abençoe.     

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