segunda-feira, 23 de março de 2015

Manifestação da elite branca: pobres e negros excluidos

Por tudo aquilo que se viu por imagens da televisão, por fotografias nos jornais, observou-se que a manifestação ocorrida domingo teve predominantemente a presença de determinada classe social, aquele grupo de pessoas abastadas e afortunadas, que o qualifica como rico ou da classe média, pertencente a sociedade discriminada pelo epíteto de “elite branca”.
No que foi mostrado, observou-se uma minoria de pessoas com rosto de cor negra, não foi notada gente de vestimenta simples denotando ser pobre.
Segundo o Instituto de Pesquisas Datafolha, os manifestantes eram assalariados entre 5 a 10 mil reais mensais, quando se sabe que os salários da classe média baixa e dos pobres ultrapassam um pouco mais de mil reais e talvez nem isso, sem falar nos renegados e excluídos sociais, os desamparados na indigência. Uma reflexão importa dizer que na manifestação, de forma explicita, é mostrada a diferença entre ricos, remediados e a pobreza.
No meio daquele aglomerado, pessoas portavam cartazes com “Fora Dilma”, anúncios de pedido de impeachment e até o retorno da ditadura militar. Nenhum cartaz pedindo ao governo a preservação dos direitos trabalhistas, o resguardo e a permanência das questões sociais alcançadas, pertinentes ao trabalhador.
Essa desigualdade social, a diferença entre classes sociais, no ativismo recente como protesto contra “aquilo que aí está”, foi denotada também pelo percurso feito por diversos movimentos em forma de passeata, que partiram de bairros sofisticados, de regiões burguesas. Em Porto Alegre a passeata iniciou-se no requintado bairro Moinhos de Vento. Em São Paulo os manifestantes percorreram a glamorosa Avenida Paulista. No Rio de Janeiro o movimento compreendeu a refinada sociedade capitalista da Zona Sul. Não se teve notícia de qualquer movimentação nos subúrbios e periferias das cidades, habitadas pela classe média baixa e pobres.
A partir dessas observações se indaga se as manifestações são autênticas, abrangentes, tem validade como representatividade absoluta da sociedade brasileira sem separação de classes. É bem verdade, temos que respeitar toda e qualquer manifestação.  A democracia permite, dá o direito ao protesto a quem quer que seja, indiferente as classes sociais.
A maior manifestação ocorreu em São Paulo. A Policia Militar tucana acredita que 1 milhão de pessoas foram às ruas. Mas segundo alguns paulistas, uma multidão inferior àquela da parada gay.  Por sua vez o Instituto Datafolha calculou com recursos técnicos modernos a presença de 210 mil pessoas.
Centenas de faixas exibidas entre as quais o pedido de impeachment, solicitação despropositada pela condição atual em respeito a Constituição, imperativo que passa se entender como golpismo. Com total espírito antidemocrático sujeitos portavam cartazes pedindo de forma descabida a volta da ditadura militar.
 Indivíduos de pensamento retrógrado, estirpes que pareciam extirpadas, golpistas querendo desestabilizar um governo eleito democraticamente pelo povo.
Talvez não saibam ou não querem saber que foi em São Paulo, em março de 1964, que ocorreu a marcha denominada Família, com Deus pela Liberdade. Deu no que deu. No dia 1º de abril as famílias com Deus e os militares golpistas destituiram do poder o democraticamente eleito presidente Jango. Foi imposta a ditadura militar.
São os falsos nacionalistas, adulterados e espúrios patriotas que indignamente se vestem de verde e amarelo. Esses imbecis não sabem ou deixam de saber que a democracia é o direito soberano do povo, a doutrina inalienável da liberdade. Energúmenos, déspotas, discípulos da onipotência, da exceção as regras, desconhecem que a democracia permite que as pessoas vão as ruas para se manifestarem contra a própria democracia.







terça-feira, 17 de março de 2015

Coxinhas e Petralhas aprendam com o PMDB

Época do Império. Imperador Dom Pedro I, depois na ordem natural da sucessão Dom Pedro II. Outro Pedro, o Simon, do partido político que tem como sigla quatro consoantes p,m,d,b, foi conselheiro e até ministro dos dois imperadores.
Dizem ainda, em tempos de antanho, de Dom João VI, que Ulisses Guimarães era seu consultor político. Assim se acredita que em remoto passado e como hoje, o PMDB não era governo, mas estava no governo. O PMDB só não foi assim em sua sina fisiológica durante a ditadura de Getulio Vargas e o golpe militar de 1º de abri de 64, mas voltou ao seu destino na condição ubíqua, onipresente no estado político do país  como governo e parte do governo na redemocratização em década de 80.
O quadro acima descrito pode valer como uma metáfora, um exagero no sentido figurado, irreverência histórica do nada acontecido, enfim, uma analogia bem-humorada, uma sátira, uma censura jocosa para demonstrar a capacidade do PMDB em desenvolver ações políticas com a troca de favores na busca do objetivo em obter resultados desejados, as benesses, o famigerado “tomá lá dá cá” que resulta no aquinhoamento com cargos públicos em órgãos governamentais, ministérios e empresas estatais, para satisfação de todos apaniguados peemedebistas.  
Partido adesista, oportunista político, apóia qualquer governo de forma espúria, independente da coerência ideológica, de uma coesão doutrinária programática.
Apesar de todos esses procedimentos políticos em que os mais críticos denotam falta absoluta da ética e moral política, há de se considerar que a ciência referente ao Estado de direito e democrático, com seus sistemas e organizações, permite negociações partidárias, habilidade de se impor nas questões políticas de forma sorrateira, de modo matreiro, astuto e sagaz por seus interesses.
 Isso o PMDB faz eficientemente, que talvez possa ser politicamente incorreto. Pode se discutir se são procedimentos antiéticos, conceitos imorais, o que pouco importa quando se obtém os resultados desejados de estar governo, ser governo.
Política pela política conceitualmente maquiavélica quando os fins justificam os meios.
Nesse aspecto os peemedebistas tem muito a ensinar aos petralhas e aos coxinhas, praticantes e executantes de política nos moldes de alunos pertencentes a grêmio estudantil. Quanto ao PMDB é pós-graduado em causas políticas, diploma de doutorado pelo pragmatismo político, honoris causa em filigranas e chicanas políticas.
O PMDB foi governo com José Sarney e Itamar Franco. Está no governo desde Fernando Henrique, passado por Lula e prossegue com Dilma. Somados os anos em ser governo e estar no governo são quase 30, uma majestosa epopéia política histórica.
De repente os peemedebistas vão deixar de estar no governo e ser governo. São promissoras essas possibilidades pelas desventuras do governo do PT com Dilma.
Mais de repente ainda, o PMDB pode fazer coro, apoiar aos golpistas que desejam o impeachment de Dilma. O processo chega ao Congresso e se faz valer a força política do PMDB junto aos aliados e a oposição.
Assim, pela força política peemedebista Dilma é “impecheada” e nessa condição conforme a Constituição assume o vicce-presidente que é Michel Temer que nada coincidentemente é do PMDB e o PMDB já não está mais no governo, passa a ser de fato e direito governo.