quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Natal: Jesus ou Emanuel

Quatro semanas antes do Natal a igreja católica prepara-se para a festividade natalina.
Trata-se de um período litúrgico, religioso e cristão, chamado de Advento que significa a vinda e ou chegada de alguma coisa, de alguém, no caso a vinda de Jesus Cristo, verificada em Belém.
A característica desse tempo, com o qual começa o ano eclesiástico, é a purificação como preparação para receber aquele que está porvir.
O Advento tem como representação uma coroa, concebida em regiões evangélicas no norte da Alemanha, no século 19, maneira pela qual se anuncia a festa de Natal.
 A grinalda é um enfeite em forma circular (no círculo não há princípio nem fim, revela a eternidade), composta por ramos verdes entrelaçados do abeto (arvore da família dos pinheiros), verde que nos remete à esperança, á vida.
No centro do adorno quatro velas significando as quatro semanas do tempo do Advento, que se acendem uma após outra nos quatro domingos daquelas semanas.
O acender das velas determina a gradativa e progressista aproximação da vitória da luz sobre as trevas (nascimento de Cristo).
Das quatro velas, originariamente três são de cor roxa e uma cor de rosa, seguindo a cor das vestes litúrgicas sacerdotais.
A cor roxa é utilizada em três domingos e marca a conversão e penitência. A cor rosa usada no terceiro domingo sinaliza a alegria pela expectativa da chegada de Jesus.
No Brasil as velas são de cores diversas determinando o amor e a alegria.
As velas são circundadas, envolvidas por uma fita de cor vermelha significando o amor por Jesus.
Advento, preparação para o nascimento de Jesus ou Emanuel.
Emanuel é o nome que se originou do termo hebraico Immanuel, Immanu que significa conosco e El que quer dizer Deus.
Portanto Emanuel é a forma de dizer que “Deus está conosco”.
Esse nome é conhecido por ser umas das formas para chamar Jesus Cristo conforme profecias messiânicas descritas pelo profeta Isaias no Antigo Testamento da Bíblia.
Isaias exclama, profetizando quase 800 anos antes do nascimento do Salvador: “Uma virgem conceberá à luz a um filho e o seu nome será Emanuel”.
No Evangelho segundo São Mateus, nascimento e Infância de Jesus Cristo: “Maria sua mãe estava desposada com José. Antes de coabitarem (naquele tempo somente um ano depois do casamento o casal poderia viver junto) aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. José seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la resolveu rejeitá-la secretamente.
“Ela dará a luz a filho, a quem dará o nome de Jesus porque ele salvará o seu povo de seus pecados”.
Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta Isaias.
Jesus é outro nome hebraico significando “Salvador”, figura central do Novo Testamento, fonte da religião cristã.
É o filho de Deus que desceu à terra para cumprir as profecias do Velho Testamento, quando Jesus era chamado de Emanuel.
Jesus ou Emanuel, enfim para todos nós, Feliz Natal.   
 

   

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

MUITA CALMA NUMA HORA DESSAS

Em certa ocasião, um nome próprio não usual, me chamou atenção, Têmis. Na época não havia o sabe tudo Google. A curiosidade a ser satisfeita foi por intermédio de enciclopédia. Então lá encontro: Thémis, no grego, trata-se de uma divindade mitológica, deusa dos juramentos, dos homens e da lei. Deusa da Justiça e ordem.
A imagem da Justiça brasileira é representada pela escultura de Têmis na frente do prédio do STF. Na iconografia há três elementos tradicionais. Lá está Têmis com os olhos vendados para indicar imparcialidade, empunha a balança, imóvel e nivelada, denotando equilíbrio, segura a espada para demonstrar o poder da Justiça.
Imparcialidade, equilíbrio e poder não estão sendo significativos no STF. Há claramente decisões políticas, determinações em que resplandece a ostentação e fatuidade. Um placar de 6x0 (Renan Calheiros não pode assumir a presidência da Republica por ser réu), quando tudo parece decidido, um ministro pede vistas ao que parece para proteger Renan. Outro ministro, em represália ao colega, concede liminar para a mesma questão. Outro ministro com jeito de tucano e exibicionista é protagonista no jogo de vaidades.  
As patacoadas do Supremo, a jactância de alguns ministros, estão em desacordo com os símbolos da Justiça. A espada do poder, nada significa diante da insolência desafiadora e desobediente de Renan Calheiros não atendendo uma intimação judicial. Certamente a balança balançou, perdeu o nível, ficou desequilibrada. Por tudo isso Têmis está com os olhos vendados por vergonha ou para não enxergar a cara de Renan.
Essa encrenca entre os três poderes (executivo, legislativo e judiciário), pode dar motivo aos 30 aloprados tresloucados a quebrar portas, invadir a Câmara dos Deputados, bagunçar, provocar baderna em nome do fechamento do Congresso, do retorno do militares e Bolsanaro para presidente. É preciso muita calma numa hora dessas.
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Excelente o artigo de Paulo Afonso Schneider (O Farroupilha, 2 de dezembro). Descreveu a Cuba de Fidel Castro pela pujança na educação, saúde e lidas esportivas. Faltou falar sobre a música esplendorosa cubana.
Da salsa, rumba, chan chan, da maravilha musical do Buena Vista Social Club, de artistas como Ibrahim Ferre, Company Segundo Omara.
Consternados milhares de cubanos acompanharam os atos fúnebres de Fidel. Não longe dali, em continente americano, Miami, cubanos (seriam mesmo ou americanizados) vibravam, plena alegria pela morte de Fidel. Muito deles provavelmente perderam tudo quando o déspota Fulgêncio Batista derrotado fugiu de Cuba. Gente que ganhava dinheiro com o dinheiro sujo de americanos da máfia, cassinos e pelos prostíbulos servindo de locais para a degradante prostituição.
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Essa semana radialista de uma rádio de Chapecó falando sobre o trágico acidente da Chapecoense em que um colega faleceu, disse:

“ 48 minutos do segundo tempo, três minutos de acréscimo o goleiro Danilo faz sensacional defesa. Defesa que deu a classificação a final da competição sul-americana. Se não acontecesse a defesa,  aconteceria o gol adversário, a desclassificação e não aconteceria a tragédia”. Ironia do destino. 

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Misericórdia para os brasileiros

Gosto da palavra misericórdia, uma doçura. O sabor pode ser inusitado, mas me faço compreender. Entendo como uma palavra cativante, carinhosa, caridosa, muito mais que tudo nobre, e assim, por que não, bonita. O substantivo de misericórdia merece, em seu significado, a adjetivação de bonito e todos os seus correlatos.
Misericórdia é o sentimento de solidariedade com alguém que sofre uma tragédia pessoal, que caiu em desgraça ou pela miséria alheia.
Ensinam os compêndios que etimologicamente misericórdia tem origem latina formada pela junção de miserere (ter compaixão) e cordis (coração).
O afeto pela palavra vem desde o tempo do catecismo, com a oração: Salve Rainha, mãe de misericórdia, vida doçura, esperança nossa, salve...
O carinho, a lembrança para com a misericórdia não é circunstancial, ocasional. Esse ano encerrou-se o Ano Santo da Misericórdia, ano Jubilar. A celebração do Jubileu se origina no Judaísmo. Jubileu consistia em uma comemoração de um ano sabático, com um significado especial desta feita, ratifica-se, o Ano Santo da Misericórdia. Ano, mais do que nunca do perdão, da benevolência, graça e clemência, da indulgência.
Misericórdia é a aptidão pela sensibilidade, a capacidade de percepção do sofrimento alheio, ser solidário com sofridas pessoas.
Misericórdia é a exclamação usada quando deparamos com uma situação de desespero, de sofrimento, da desgraça.
Misericórdia nos faz ter compaixão dos familiares, parentes dos trágicos protagonistas de uma tragédia, como aconteceu recentemente com a delegação de futebol com a Associação de Futebol Chapecoense.
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Misericórdia é pronunciada as vezes seu nome em vão.Por exemplo na boca do ex-deputado, ex-presidente de um dos poderes da República, o agora presidiário Eduardo Cunha (PMDB)  quando expressou-se no julgamento de Dilma com a seguinte frase: “Tenho misericórdia do povo brasileiro”.
Misericórdia fica fora do contexto, de sua etimologia para com Cunha. O povo brasileiro não é nada misericordioso com corruptos.
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O povo brasileiro é misericordioso, mas tem tanto. Não pode ter misericórdia de um político presidente do outro poder (senado) Renan Calheiros (PMDB) que se nega a receber uma intimação judicial, afrontando a lei, lá no planalto, onde fica Brasília (aqui na planície o cidadão desobediente é preso imediatamente).
Não pode ter misericórdia o povo brasileiro com o poder judiciário, com o STF, participante de um conchavo, do acórdão com o legislativo e executivo, resultando segundo entendimento de “chefs de culinária”, da maior pizza da política brasileira com forte tempero da PEC-55.
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Sofrido povo brasileiro merece misericórdia com a política de Renan, Michel, Lobão, Padilha, Gedel, Barbalho, Romero Jucá entre outros (todos dos PMDB). O Renan que não é misericordioso, deve ter muito borogodo. É o Sarney da atualidade na política nacional. Serviu a diversos governos (FHC, Lula, Dilma). Por tudo isso, por impressionante influência em todos os poderes, deverá o próximo candidato do PMDB, a presidência da Re pública. Ahh... Quanto aos 12 inquéritos a responder na Justiça provavelmente será absolvido pelo STF (há exemplo recente). Mais misericórdia.
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O senador Jorge Viana (PT), vice-presidente do Senado, foi um dos  interlocutores co cos ministros do STF para o entendimento do acórdão.
O PT será misericordioso com o senador?

 


segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

TROÇO ESQUISITO; ELEIÇÃO NA TERÇA-FEITA

 A indicação do dia, mês e ano, para a realização das eleições brasileiras, variava a cada período e por isso mesmo sem uma data determinada, fixa, para cada eleição programada.
As eleições no tempo da República Velha (1889-1930) eram realizadas na data de 1º de março e a posse do presidente eleito ocorria em 15 de dezembro.  Em 1930 encerra-se o período democrático, não há mais eleições. Ocorre a revolução de 1930, que destitui o governo democrático. Revolução que tem como líder Getulio Vargas. Vargas se torna ditador, tem o poder autoritário, a tirania, a liberdade é reprimida,
Evidentemente, não há mais eleições.
Esse período de opressão durou 15 anos. Terminou em 1945. Na redemocratização eleições, livres e diretas, realizadas em 2 de dezembro daquele ano. O marechal Eurico Gaspar Dutra é eleito presidente.
Prossegue o regime democrático. Retorna ao poder Getulio Vargas, eleito democraticamente pelo voto do povo.
A eleição foi marcada para o dia 3 de outubro, data escolhida em homenagem a revolução de 3 de outubro de 1930, na verdade cortesia particular do presidente eleito Vargas ao ditador Vargas.  
Pode ter sido uma coincidência, pois a eleição do dia 3 de outubro a posse do dia 1º de janeiro, a exigência legal do prazo de 90 dias.
Durante muitos anos as eleições desenrolavam-se em 3 de outubro, não importando o dia da semana, mesmo sendo dia útil: era feriado nacional.
Aconteceu na eleição de 1955, Juscelino Kubitschek. Em 1960 eleição fez de Janio Quadros também presidente.
Esse período de plena democracia de quase 20 anos encerrou-se abruptamente com o golpe militar de 1964. A ditadura dos militares interrompeu a liberdade e concomitantemente o mais soberano e universal direito: o voto direto para a escolha do presidente da nação.
Se no período de exceção não se elegia presidente diretamente, havia eleições majoritárias e proporcionais a partir de 1966 no feriado de 15 de novembro (Proclamação da República).
Depois de eleições indiretas para presidência, o retorno as eleições com voto direto. A última, no dia 3 de outubro, ocorreu eleição de Fernando Henrique Cardoso para presidente em 1994.
Em 1997 eleições passam a ter data fixa: primeiro domingo de outubro.
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Nos Estados Unidos a data das eleições é curiosa e surpreendente. Devido a uma lei federal de 1845, a data das eleições americanas foi fixada. Naquela época o calendário era caótico e com datas instáveis. A lei uniformizou o dia da eleição para todo o país. Ficou datada assim:
 “primeira terça-feira depois da primeira segunda-feira de novembro”.
Explicações: o dia primeiro de novembro descartado para um país religioso: Dia de Todos os Santos. No primeiro sábado ou no domingo fora de cogitação por questões religiosas (sábado judeus; cristãos, missas e cultos) Na primeira segunda-feira, em carruagens e cavalos, tempo a percorrer para votar na primeira terça-feira.
A tradição mantém a terça-feira. Mas a modernidade poderia mudar o dia, votar num domingo.