Gosto da
palavra misericórdia, uma doçura. O sabor pode ser inusitado, mas me faço
compreender. Entendo como uma palavra cativante, carinhosa, caridosa, muito
mais que tudo nobre, e assim, por que não, bonita. O substantivo de misericórdia
merece, em seu significado, a adjetivação de bonito e todos os seus correlatos.
Misericórdia
é o sentimento de solidariedade com alguém que sofre uma tragédia pessoal, que
caiu em desgraça ou pela miséria alheia.
Ensinam os
compêndios que etimologicamente misericórdia tem origem latina formada pela
junção de miserere (ter compaixão) e cordis (coração).
O afeto pela
palavra vem desde o tempo do catecismo, com a oração: Salve Rainha, mãe de
misericórdia, vida doçura, esperança nossa, salve...
O carinho, a
lembrança para com a misericórdia não é circunstancial, ocasional. Esse ano
encerrou-se o Ano Santo da Misericórdia, ano Jubilar. A celebração do Jubileu
se origina no Judaísmo. Jubileu consistia em uma comemoração de um ano
sabático, com um significado especial desta feita, ratifica-se, o Ano Santo da
Misericórdia. Ano, mais do que nunca do perdão, da benevolência, graça e
clemência, da indulgência.
Misericórdia
é a aptidão pela sensibilidade, a capacidade de percepção do sofrimento alheio,
ser solidário com sofridas pessoas.
Misericórdia
é a exclamação usada quando deparamos com uma situação de desespero, de
sofrimento, da desgraça.
Misericórdia
nos faz ter compaixão dos familiares, parentes dos trágicos protagonistas de
uma tragédia, como aconteceu recentemente com a delegação de futebol com a
Associação de Futebol Chapecoense.
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Misericórdia
é pronunciada as vezes seu nome em vão.Por exemplo na boca do ex-deputado,
ex-presidente de um dos poderes da República, o agora presidiário Eduardo Cunha
(PMDB) quando expressou-se no julgamento
de Dilma com a seguinte frase: “Tenho misericórdia do povo brasileiro”.
Misericórdia
fica fora do contexto, de sua etimologia para com Cunha. O povo brasileiro não
é nada misericordioso com corruptos.
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O povo
brasileiro é misericordioso, mas tem tanto. Não pode ter misericórdia de um
político presidente do outro poder (senado) Renan Calheiros (PMDB) que se nega
a receber uma intimação judicial, afrontando a lei, lá no planalto, onde fica
Brasília (aqui na planície o cidadão desobediente é preso imediatamente).
Não pode ter
misericórdia o povo brasileiro com o poder judiciário, com o STF, participante de
um conchavo, do acórdão com o legislativo e executivo, resultando segundo
entendimento de “chefs de culinária”, da maior pizza da política brasileira com
forte tempero da PEC-55.
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Sofrido povo
brasileiro merece misericórdia com a política de Renan, Michel, Lobão, Padilha,
Gedel, Barbalho, Romero Jucá entre outros (todos dos PMDB). O Renan que não é
misericordioso, deve ter muito borogodo. É o Sarney da atualidade na política
nacional. Serviu a diversos governos (FHC, Lula, Dilma). Por tudo isso, por
impressionante influência em todos os poderes, deverá o próximo candidato do
PMDB, a presidência da Re pública. Ahh... Quanto aos 12 inquéritos a responder
na Justiça provavelmente será absolvido pelo STF (há exemplo recente). Mais
misericórdia.
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O senador
Jorge Viana (PT), vice-presidente do Senado, foi um dos interlocutores co cos ministros do STF para o
entendimento do acórdão.
O PT será
misericordioso com o senador?
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