terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Misericórdia para os brasileiros

Gosto da palavra misericórdia, uma doçura. O sabor pode ser inusitado, mas me faço compreender. Entendo como uma palavra cativante, carinhosa, caridosa, muito mais que tudo nobre, e assim, por que não, bonita. O substantivo de misericórdia merece, em seu significado, a adjetivação de bonito e todos os seus correlatos.
Misericórdia é o sentimento de solidariedade com alguém que sofre uma tragédia pessoal, que caiu em desgraça ou pela miséria alheia.
Ensinam os compêndios que etimologicamente misericórdia tem origem latina formada pela junção de miserere (ter compaixão) e cordis (coração).
O afeto pela palavra vem desde o tempo do catecismo, com a oração: Salve Rainha, mãe de misericórdia, vida doçura, esperança nossa, salve...
O carinho, a lembrança para com a misericórdia não é circunstancial, ocasional. Esse ano encerrou-se o Ano Santo da Misericórdia, ano Jubilar. A celebração do Jubileu se origina no Judaísmo. Jubileu consistia em uma comemoração de um ano sabático, com um significado especial desta feita, ratifica-se, o Ano Santo da Misericórdia. Ano, mais do que nunca do perdão, da benevolência, graça e clemência, da indulgência.
Misericórdia é a aptidão pela sensibilidade, a capacidade de percepção do sofrimento alheio, ser solidário com sofridas pessoas.
Misericórdia é a exclamação usada quando deparamos com uma situação de desespero, de sofrimento, da desgraça.
Misericórdia nos faz ter compaixão dos familiares, parentes dos trágicos protagonistas de uma tragédia, como aconteceu recentemente com a delegação de futebol com a Associação de Futebol Chapecoense.
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Misericórdia é pronunciada as vezes seu nome em vão.Por exemplo na boca do ex-deputado, ex-presidente de um dos poderes da República, o agora presidiário Eduardo Cunha (PMDB)  quando expressou-se no julgamento de Dilma com a seguinte frase: “Tenho misericórdia do povo brasileiro”.
Misericórdia fica fora do contexto, de sua etimologia para com Cunha. O povo brasileiro não é nada misericordioso com corruptos.
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O povo brasileiro é misericordioso, mas tem tanto. Não pode ter misericórdia de um político presidente do outro poder (senado) Renan Calheiros (PMDB) que se nega a receber uma intimação judicial, afrontando a lei, lá no planalto, onde fica Brasília (aqui na planície o cidadão desobediente é preso imediatamente).
Não pode ter misericórdia o povo brasileiro com o poder judiciário, com o STF, participante de um conchavo, do acórdão com o legislativo e executivo, resultando segundo entendimento de “chefs de culinária”, da maior pizza da política brasileira com forte tempero da PEC-55.
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Sofrido povo brasileiro merece misericórdia com a política de Renan, Michel, Lobão, Padilha, Gedel, Barbalho, Romero Jucá entre outros (todos dos PMDB). O Renan que não é misericordioso, deve ter muito borogodo. É o Sarney da atualidade na política nacional. Serviu a diversos governos (FHC, Lula, Dilma). Por tudo isso, por impressionante influência em todos os poderes, deverá o próximo candidato do PMDB, a presidência da Re pública. Ahh... Quanto aos 12 inquéritos a responder na Justiça provavelmente será absolvido pelo STF (há exemplo recente). Mais misericórdia.
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O senador Jorge Viana (PT), vice-presidente do Senado, foi um dos  interlocutores co cos ministros do STF para o entendimento do acórdão.
O PT será misericordioso com o senador?

 


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