quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Viagem ao fica mundo; Ushuia

A viagem é via terrestre em confortável ônibus leito. Dirijo-me com minha mulher, junto com divertida turma de farroupilhenses, detalhe: quatro homens e um bando de mulheres, à cidade de Ushuaia, na Patagônia, conhecida por sua localização como aquela que fica no fim do mundo.
Primeira etapa. Aduana na divisão do Brasil, cidade de São Borja, com a Argentina, cidade de São Tomé. Enquanto se aguarda a liberação para ingresso em solo argentino, observo no outro lado, intensa movimentação. São mais de uma centena de argentinos, em fila, aguardando o mesmo procedimento junto a alfândega brasileira para aproveitarem as praias catarinense.
Autorizados, Dalí o rumo é Buenos Aires. Na capital portenha, chuvisca, temperatura acima de 30 graus. 24 horas de estada, tempo o suficiente para me dirigir a determinado local. Na primeira vez em Buenos Aires realizei o tradicional e manjado circuito turístico oferecido. Conhecer o decrépito estádio do Boca Juniors, a antiquada La Bombonera, que vive do passado, muito menos uma visita tétrica ao cemitério da Ricoleta, reflexo da senilidade de tradicionais famílias argentinas,de uma aristocracia que agora é passado ou então na Plaza de Maio e ver o obelisco na 4 de julho.
O determinado local é o tradicional e centenário o Café Tortoni. Ali é Indispensável saborear gostoso café. Num canto, ao fundo, situam-se imagens de figuras famosas e inesquecíveis: Jorge Luis Borges, Carlos Gardel e Afonsina Storni. No Tortoni a satisfação de reviver glorioso passado.Do passado ao presente. Conheci o moderno bairro de  Puerto Madero, que surgiu devido a decadência do antigo porto.
Parte do porto dividiu-se e transformou-se. De um lado, numa das margens, a lembrança, os resquícios da movimentação portuária do passado: armazéns  e guindastes.
Do outro lado, o que era degenerado, modificou-se. A outra margem, revitalizada e moderna com sofisticados e elegantes edifícios tornou-se um centro financeiro e gastronômico.
A capital argentina fica para trás. O caminho a percorrer (650 km) é em direção a Baia Blanca, com intenso calor, onde se fez um pernoite, cidade  de aproximadamente 350 mil habitantes. Na excelente estrada de  longínquas retas observa-se  imensas culturas de trigo,milho e girassol, encontrando-se  ainda algumas enormes oliveiras. De Bahia Blanca o rumo é outra cidade da Patagônia, Trelew.
No trecho de aproximadamente 700 quilômetros é notado um cenário de aparência desoladora, com uma plantação rasteira em solo que mostra ser bem árido. Não poderia ser diferente, pois se trata tipicamente de ser parte do desértico pampa. De Trelew, mais um pernoite. No dia seguinte  percorre-se 120 quilômetros em estrada de chão até a costa do Oceano Atlântico, para conhecer uma colônia de centenas de pingüins, localidade de Punta Tombo, todos com aquela roupa de gala, tipo fraque, de andar desengonçado. Curiosa, interessante e linda observação.
De Trelew até Comodoro Rivadávia, cidade balneária, percorre-se outros 700 km, em estrada, como sempre em retas que parecem ser intermináveis. Nessas longas estradas o panorama de deserto é monótono e então a solução passa a ser assistir um filme ou dormir, ou palavras cruzadas. Percorre-se um pouco mais de mil quilômetros até chegar a próxima parada que é a cidade de Rio Gallegos.
Foi muita quilometragem. Paramos por aqui.


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