A viagem é via terrestre em confortável ônibus leito.
Dirijo-me com minha mulher, junto com divertida turma de farroupilhenses,
detalhe: quatro homens e um bando de mulheres, à cidade de Ushuaia, na
Patagônia, conhecida por sua localização como aquela que fica no fim do mundo.
Primeira etapa. Aduana na divisão do Brasil, cidade de São
Borja, com a Argentina, cidade de São Tomé. Enquanto se aguarda a liberação para
ingresso em solo argentino, observo no outro lado, intensa movimentação. São mais
de uma centena de argentinos, em fila, aguardando o mesmo procedimento junto a
alfândega brasileira para aproveitarem as praias catarinense.
Autorizados, Dalí o rumo é Buenos Aires. Na capital portenha,
chuvisca, temperatura acima de 30 graus. 24 horas de estada, tempo o suficiente
para me dirigir a determinado local. Na primeira vez em Buenos Aires realizei o
tradicional e manjado circuito turístico oferecido. Conhecer o decrépito
estádio do Boca Juniors, a antiquada La Bombonera, que vive do passado, muito
menos uma visita tétrica ao cemitério da Ricoleta, reflexo da senilidade de
tradicionais famílias argentinas,de uma aristocracia que agora é passado ou
então na Plaza de Maio e ver o obelisco na 4 de julho.
O determinado local é o tradicional e centenário o Café
Tortoni. Ali é Indispensável saborear gostoso café. Num canto, ao fundo, situam-se
imagens de figuras famosas e inesquecíveis: Jorge Luis Borges, Carlos Gardel e
Afonsina Storni. No Tortoni a satisfação de reviver glorioso passado.Do passado
ao presente. Conheci o moderno bairro de Puerto Madero, que surgiu devido a decadência
do antigo porto.
Parte do porto dividiu-se e transformou-se. De um lado, numa
das margens, a lembrança, os resquícios da movimentação portuária do passado:
armazéns e guindastes.
Do outro lado, o que era degenerado, modificou-se. A outra
margem, revitalizada e moderna com sofisticados e elegantes edifícios tornou-se
um centro financeiro e gastronômico.
A capital argentina fica para trás. O caminho a percorrer
(650 km) é em direção a Baia Blanca, com intenso calor, onde se fez um
pernoite, cidade de aproximadamente 350
mil habitantes. Na excelente estrada de
longínquas retas observa-se imensas
culturas de trigo,milho e girassol, encontrando-se ainda algumas enormes oliveiras. De Bahia
Blanca o rumo é outra cidade da Patagônia, Trelew.
No trecho de aproximadamente 700 quilômetros é notado um
cenário de aparência desoladora, com uma plantação rasteira em solo que mostra ser
bem árido. Não poderia ser diferente, pois se trata tipicamente de ser parte do
desértico pampa. De Trelew, mais um pernoite. No dia seguinte percorre-se 120 quilômetros em estrada de
chão até a costa do Oceano Atlântico, para conhecer uma colônia de centenas de
pingüins, localidade de Punta Tombo, todos com aquela roupa de gala, tipo
fraque, de andar desengonçado. Curiosa, interessante e linda observação.
De Trelew até Comodoro Rivadávia, cidade balneária,
percorre-se outros 700 km, em estrada, como sempre em retas que parecem ser
intermináveis. Nessas longas estradas o panorama de deserto é monótono e então
a solução passa a ser assistir um filme ou dormir, ou palavras cruzadas. Percorre-se
um pouco mais de mil quilômetros até chegar a próxima parada que é a cidade de
Rio Gallegos.
Foi muita quilometragem. Paramos por aqui.
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