Aquela orla
de terra, quase sempre coberta de areia, umas a beira-mar, outras as margens de
um rio ou lago, tem a denominação de praia.
A praia tem formações geológicas, compostas
por partículas soltas de mineral ou rocha. Em razão dessa estrutura, pela
formação mineral, há praias de areia branca e fina. Outras são formadas por
fragmentos de rochas, cascalhos e de cor escura.
Esse texto
não tem continuação como um tratado de estrutura e composição de uma praia,
abrange exclusivamente no contexto praiano a liberdade ilimitada proporcionada
a qualquer ser humano.
Qualquer
tipo de praia é especialíssimo, por sua plena democracia, a liberdade de
qualquer pessoa em utilizá-la.
Seu acesso é
igual para todos e de forma gratuita. Para adentrá-la nada se paga. Não há necessidade guichês para
compra de ingressos (em algumas praias européias isso ocorre), roletas
discriminatórias de acordo com valor pago. Trata-se de um diferencial entre o
que se paga em um estabelecimento comercial, ingressos para o teatro, para o
futebol, enfim tudo aquilo que é pago.
Na praia
inexiste o contexto capitalista de se pagar por alguma coisa, avessa a condição
material pelo dinheiro.
Na praia é
tudo 0800. A prática de um exercício físico é grátis, como jogar frescobol ou
futevôlei, assim como caminhar por sua orla. Refrescar-se com um mergulho no
mar, estender o corpo sobre a areia para satisfazer a vaidade em busca da
ostentação de um bronzeamento, tudo isso nem imposto existe.
A praia por
essa condição da gratuidade é o paradigma da benevolência da natureza. Ali,
como se fosse uma sala de espetáculos, assiste-se a beleza de um mar que
mistura a cor azul com o amarelo e que resulta num brilhante verde. Todo esse
verde em forma de ondas se espraiam e rebentam na orla, resultando daí um monte
de bolinhas, que se transforma numa espuma branca e cristalina.
Na praia
observa-se mais um espetáculo, desta feita no aspecto humano, da beleza
feminina, um desfile sobre a areia em reverência ao belo, a veneração ao culto encantador
do corpo de uma mulher.
A moça de
cabelo dourado chega a praia. Num ritual pré-concebido, metódico e malicioso
(ela sabe que está sendo observada) se despe de sua saída (ou entrada) de praia
e expõe o corpo esbelto, longilíneo, esguio e delgado, autêntico modelo
artístico despertando a libido dos homens.
Em outro
momento, caminhando pela orla, num passo cadenciado e malemolente, desfila a
morena estonteante, tipo assim, mulher pêra, mulher maçã, vestida de forma
reduzida, com um erótico biquini fio
dental. Até aquele pedreiro que foi à
praia fica embevecido.
Praia de
moças encantadoras, da rapaziada cultuando o corpo. Lá estão sem discriminação
alguma, numa autêntica harmonia humana e social, gente de diferenças classes
culturais, credos, raças, de todos
gêneros, de todas as tendências sexuais.
Praia de
todos, dos carecas, dos moços de cabelos compridos, dos gordos, das gordinhas,
de qualquer nacionalidade, daqueles de diferentes ideologias, gente de
diferentes profissões, de diversas nacionalidades.
Assim é a
praia, plenamente democrática, aberta de forma espontânea para todos.
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