quarta-feira, 15 de março de 2017

Praia: plena democracia

Aquela orla de terra, quase sempre coberta de areia, umas a beira-mar, outras as margens de um rio ou lago, tem a denominação de praia.
 A praia tem formações geológicas, compostas por partículas soltas de mineral ou rocha. Em razão dessa estrutura, pela formação mineral, há praias de areia branca e fina. Outras são formadas por fragmentos de rochas, cascalhos e de cor escura.
Esse texto não tem continuação como um tratado de estrutura e composição de uma praia, abrange exclusivamente no contexto praiano a liberdade ilimitada proporcionada a qualquer ser humano.
Qualquer tipo de praia é especialíssimo, por sua plena democracia, a liberdade de qualquer pessoa em utilizá-la.
Seu acesso é igual para todos e de forma gratuita. Para adentrá-la nada  se paga. Não há necessidade guichês para compra de ingressos (em algumas praias européias isso ocorre), roletas discriminatórias de acordo com valor pago. Trata-se de um diferencial entre o que se paga em um estabelecimento comercial, ingressos para o teatro, para o futebol, enfim tudo aquilo que é pago.
Na praia inexiste o contexto capitalista de se pagar por alguma coisa, avessa a condição material pelo dinheiro.
Na praia é tudo 0800. A prática de um exercício físico é grátis, como jogar frescobol ou futevôlei, assim como caminhar por sua orla. Refrescar-se com um mergulho no mar, estender o corpo sobre a areia para satisfazer a vaidade em busca da ostentação de um bronzeamento, tudo isso nem imposto existe.
A praia por essa condição da gratuidade é o paradigma da benevolência da natureza. Ali, como se fosse uma sala de espetáculos, assiste-se a beleza de um mar que mistura a cor azul com o amarelo e que resulta num brilhante verde. Todo esse verde em forma de ondas se espraiam e rebentam na orla, resultando daí um monte de bolinhas, que se transforma numa espuma branca e cristalina.
Na praia observa-se mais um espetáculo, desta feita no aspecto humano, da beleza feminina, um desfile sobre a areia em reverência ao belo, a veneração ao culto encantador do corpo de uma mulher.
A moça de cabelo dourado chega a praia. Num ritual pré-concebido, metódico e malicioso (ela sabe que está sendo observada) se despe de sua saída (ou entrada) de praia e expõe o corpo esbelto, longilíneo, esguio e delgado, autêntico modelo artístico despertando a libido dos homens.
Em outro momento, caminhando pela orla, num passo cadenciado e malemolente, desfila a morena estonteante, tipo assim, mulher pêra, mulher maçã, vestida de forma reduzida, com  um erótico biquini fio dental.  Até aquele pedreiro que foi à praia fica embevecido.
Praia de moças encantadoras, da rapaziada cultuando o corpo. Lá estão sem discriminação alguma, numa autêntica harmonia humana e social, gente de diferenças classes culturais, credos, raças, de  todos gêneros, de todas as tendências sexuais.
Praia de todos, dos carecas, dos moços de cabelos compridos, dos gordos, das gordinhas, de qualquer nacionalidade, daqueles de diferentes ideologias, gente de diferentes profissões, de diversas nacionalidades. 
Assim é a praia, plenamente democrática, aberta de forma espontânea para todos.
  




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