Reminiscências. Relembranças. Tudo o que
se pode manter na memória, fatos que se tornam inesquecíveis, recordações que podem
ser associadas as evocações de um feito, de uma coisa qualquer, mas sempre de
relevante importância. A memória recuperada acerca de acontecimentos ocorridos,
a busca, o resgate de um passado, a admiração por aspectos marcantes
acontecidos, a sensação de saudade representada por momentos nostálgicos,
melancólicos, mas porque não, em maioria: momentos de exultação, contentamento,
alegria.
Reminiscências. Relembranças. Minha
mulher, senhora do meu destino, esposa amada, dileta mãe dos meus filhos é
perfeitamente organizada. Sua formação superior, graduada em ciências, matemática
e física é um natural indicativo, exigência das ciências exatas. Documentos
devidamente guardados em pastas. Uma agenda onde são registrados compromissos do
dia e futuros. O espaço, em minha residência é ocupado por uma saleta, serventia
de escritório com duas escrivaninhas, dois computadores, uma impressora e no
alto duas prateleiras, um capricho religioso, 41 figuras de São Francisco de
Assis, dispostas ordenadamente - devoção de minha mulher - desde uma estatueta
de quase 50 centímetros de altura até uma efigie representada num palito de
fosforo, involucrada por pequena proteção de vidro.
Sim. Duas escrivaninhas, cada uma com
três gavetas. Uma delas devidamente arrumada, até com detalhe: tampa do
computar fechada. A outra, aquela que me pertence, sem comentários.
Assim é. Documentos, papeis importantes,
utensílios, devidamente ordenados, arrumados, dispostos em ordem. Além dessa
sistematização exigida pela vida moderna, pelas coisas práticas, minha mulher organiza-se
também no aspecto afetivo, nos sentimentos de afeição familiar, o amor, a profunda
estima. Ela tem guardados álbuns de fotografias, porta-retratos, cartas, enfim
objetos rememorizando alegres e saudosos momentos. Entre essas coisas
históricas familiares e sentimentais arquivadas, coincidentemente pela data Dia
dos Pais, encontro uma mensagem da pequena Carolina, minha filha, hoje mulher,
mãe de Cecilia. Trata-se de uma mensagem pelo Dia dos Pais, tipo de um livrinho
em papel ofício recortado, (tamanho 15x20 cm), seis folhas devidamente grampeadas.
A capa, pintada em cor rosa, escrita com letras maiúsculas PAPAI. Sucedem-se folhas com diversos textos, mensagens
carinhosas: a primeira, “para você um
pouquinho de mim. Olha eu aqui”. Esse “olha eu aqui” é um autorretrato em forma
de desenho. Na segunda, o desenho de sua uma mão, escrito “olha a minha
mãozinha. Já sei até escrever com ela”. Segue a terceira folha, o texto:
“então, resolvi escrever uma frase bem bonita para você... Pai, oi tudo bem? Eu
tenho um presente para te dar. Olha, é esse livrinho. Você gostou? Carolina”.
Na quarta, colado na folha, fios de cabelo e a pergunta: “lembra do meu
cabelo?”. Enfim, encerrando, “e para mostrar minha gratidão, um beijo em seu
coração”. Há um desenho do coração, cor-de-rosa, uma mensagem amorosa: “pai, eu
te amo”. Data: um Dia dos Pais, Carolina tinha sete anos. Toda essa lembrança
graças a Neiva Teresinha, a organizada
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