Estado do Acre tem o poder e o domínio
político comandado pelo o PT. Tem o maior número de filiados e em diversos
pleitos eleitorais elege governadores e senadores. O Acre é o estado natal do
ativista político e ambientalista falecido Chico Mendes, ligado ao PT. Foi lá
que também nasceu Marina Silva, que foi senadora pelo PT.
Dias desses, esteve por lá o capitão
Bolsonaro fazendo campanha política como candidato à presidência da República.
Sentiu-se em terra estranha, em lugar incomum, esquisito, ele, líder da
ideologia política da extrema direita, se encontrava em território petista.
Provavelmente por essa situação, pelo sentimento de profunda aversão política, radicalmente
contrário a ideologia de esquerda, aflorou ao capitão, intenso rancor, forte
ressentimento. No seu desígnio oratório, com seu comportamento histriônico, empunhando
um tripé como se fosse uma metralhadora, discursou com execrável, abominável repugnância,
características demonstradas pela face rígida, o rosto transfigurado, os
movimentos tensos. Foi dito pelo candidato: “Vamos fuzilar a petralhada, vamos
botar esses picaretas pra correr do Acre. Já que eles gostam da Venezuela, essa
turma tem que ir pra lá. Só que lá não tem mortadela e aí galera vão ter que
comer é capim mesmo”. Essa fúria tempestuosa demonstrada com a tentativa de agredir
alguém, coincidentemente ocorreu na real dias depois com aquele mesmo
candidato. Por um capricho do destino foi atingido por uma facada de um
desafeto incentivado também por emoção odiosa, pelo sentimento de raiva que nem
lá no Acre.
Carregado nos ombros por
correligionários o candidato se tornou alvo fácil para a agressão. Poderia ter
sido atingido com maior facilidade por um tiro de revolver partido de qualquer
janela de algum prédio vizinho. Possuir uma arma é o direito incontestável do cidadão
para defender-se da violência para que ele mesmo faça justiça, afirma o
capitão. Paradoxalmente uma arma na mão de um radical elemento poderia tê-lo
matado. Por suas atitudes, por seus conceitos, pela forma que se expressa com palavras
ofensivas e exacerbadas afronta adversários políticos. Com sua violência verbal
humilha todos aqueles que são contra suas soluções violentas. Sua linguagem
insultuosa atinge determinada parte da sociedade, as minorias, os índios
indolentes, os negros preguiçosos e malandros, as pessoas ligadas ao movimento
LGBT, gera contra Bolsonaro forte repulsa por parte do cidadão comum.
O capitão tem consigo muitos
ressentimentos, não respeita a diversidade, não reconhece os direitos das
pessoas contrárias aos seus conceitos. Não aceita a pluralidade, não atura o dissenso.
Para ele na maioria das questões peremptoriamente não há acordo, prevalece sua
opinião.
Temos que compreender que uma vítima é
sempre uma vítima, não se pode desconhecer, mesmo sendo ela o capitão Bolsonaro,
muito embora a pessoa sofra os resultados infelizes por seus próprios atos.
Não se sabe o que pode resultar em
termos da campanha política com o objetivo da presidência do país.
Desconhece-se o que pode ocorrer pela patética comoção emocional ocorrida.
Capitão Bolsonaro pode se tornar um mártir da pátria, uma vítima da
intolerância que ele pratica.