Golpes, golpes de Estado, conta história
republicana brasileira, oportunamente lembrados pela passagem do dia 15 de
novembro, Proclamação da República.
O mais recente ocorrido, teve como protagonista
a ex-presidente Dilma Rousseff, ela sentindo-se golpeada. A história toda
contada é de conhecimento público. Na verdade Dilma foi defenestrada do poder
mais em razão de seus erros, por gerir o país de forma incompetente e
desastrada. Havia dezenas de ações de impeachment, algumas com valores
jurídicos razoáveis, outras nem tanto, mais uma foi suficiente para provocar
seu impedimento na presidência do país. O processo teve como causa e efeito as
pedaladas que originalmente provem de pedais, instrumento que impulsiona aquele
aparelho hibrido conhecido como bicicleta e serviu como instrumento legal para
pedaladas fiscais termo que se tornou referência às operações orçamentárias.
Pelas pedaladas – e se Dilma não soubesse andar de bicicleta como seria? Talvez
por caminhadas? – o golpe de Estado concretizado, afirmação clara e convicta de
petistas.
Nessa história toda de golpe ou não, um
detalhe pouco discutido, quase nada lembrado, envolvendo uma indagação: e se
Dilma não fosse tão durona, inflexível, intolerante diante do então presidente
da Câmara deputado na época, hoje presidiário Eduardo Cunha?
Há tempos, pedidos de impeachment
abarrotavam gavetas do então deputado. Eleição para a presidência da Câmara,
reeleição de Cunha. Dilma teve o atrevimento de enfrentá-lo lançando um
candidato próprio, do seu partido PT, que foi derrotado fragorosamente. Deu no
que deu. Cunha não gostou. Foi reeleito. Desafiado retirou da gaveta o primeiro
processo de impeachment. Dilma fora. Vale a pergunta: se Dilma não fosse tão
marrenta, se fosse mais condescendente, não provocasse incitando Cunha, tudo
estaria bem, talvez não houvesse impeachment? Trata-se é claro de uma simples e
hipotética, talvez inexequível dedução, porém no ambiente da política muito
plausível.
Outro golpe: protagonista general Getúlio
Vargas, em 1930, decretando o fim da Velha República, que foi a primeira e por
consequência outorgando, criando o Estado Novo.
Ano 1889, golpe de Estado, esse também político-militar,
que proporcionou a promulgação da República, a forma republicana
presidencialista de governo o que implicava no término da monarquia
constitucional parlamentarista do império. Compêndios narram que a Republica
surgiu por um golpe. Até 15 de novembro de 1889, o Brasil como país republicano
era uma utopia. No Congresso deputados republicanos eram minoria e assim legalmente,
licitamente nenhuma oportunidade do Império transforma-se em República. Mas
enfim, o país transformou-se republicano por um golpe, cujo protagonista foi o
marechal Deodoro da Fonseca, principal autoridade militar na época, que era
monarquista e amigo pessoal do imperador, mas foi convencido pelos
conspiradores, mais objetivamente pelos golpistas. Assim pelo golpe surgiu a
Republica.
Golpe político-militar também ocorreu não
faz muito tempo, no ano 1964. Esse nada contra o Império, mas sim afrontando a
República, a liberdade e a democracia. Brasil republicano de golpe em golpe
protagonizado principalmente por militares. O país, conforme o exposto, que tem
a idiossincrasia golpista, curioso, deseja saber quando acontecerá o próximo
golpe.