quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Hinos e canções


Recentemente comemorou-se mais um aniversário da Proclamação da República. Por mera curiosidade, na ocasião desejei saber detalhes da proclamação republicana, por exemplo, a letra do hino comemorando a efeméride. Os hinos são composições musicais em louvor ou adoração, que marcam acontecimentos memoráveis, exaltam as tradições e virtudes de um povo, enaltecem o deslumbre pelos atos heroicos, revelam a identidade patriótica de um país. O hino pode ser composto dignificando uma personalidade, homenageando um clube desportivo, honrando uma divindade. Assim, o hino tem um cunho diversificado, que pode ser significativo ao patriotismo, ao social e ao religioso. Há hinos com letras requintadas, poéticas, outras nem tanto, algumas bravas, outras de conotação enfurecida, como a Marselhesa.
Musicalmente os hinos tem som agudo, ressoando com fortes vibrações.
O hino da Proclamação da República é complicado em sua interpretação, de difícil entendimento por sua letra, confuso, de rebuscado vocabulário. Inicia assim: “Seja um pálio de luz desdobrado; sob a larga amplidão desses céus”; “este canto rebel que o passado vem remir dos mais torpes labéus”. No hino ressalte-se o refrão libertário: Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós! Das lutas na tempestade, dá que ouçamos tua voz”.
O hino à bandeira do Brasil tem léxico também  de difícil compreensão: “Salve lindo pendão da esperança, salve símbolo augusto da paz. Tua nobre presença a lembrança. A grandeza da pátria nos traz”.
Na tradição nacionalista para glorificar passado histórico, como a Independência do Brasil, mais um cântico, mais um estilo de primor, pelo esmero na linguagem: “Os grilhões que nos formava; da perfídia astuto ardil; houve mão mais poderosa, zombou deles o Brasil”.
Canção do Expedicionário, homenageando participação de soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na II Guerra Mundial. Desta feita, letra simples, impregnada pela poesia. “Você sabe de onde eu venho? Venho da choupana onde um é pouco, dois é bom, três é demais; venho das praias sedosas, das montanhas alterosas, do pampa, do seringal.
Inesquecível, tempo da minha adolescência. Igreja Divino Salvador, da congregação dos padres Salvatorianos, bairro Piedade (RJ). Missa dominical horário de 8h30min. Entre o átrio e o altar, a grande nave ocupada do lado direito pelas moças, as Filhas de Maria, com vestuário composto de vestido branco, entrelaçado por uma faixa azul. No lado esquerdo os Marianos, rapazes de terno, engravatados. O grupo uníssono, com voz vibrante, entoava: “Queremos Deus, homens ingratos, ao pai supremo ao redentor, zombam da fé os insensatos, erguem-se em vão contra o Senhor... queremos Deus que é o nosso rei, queremos Deus que é nosso pai”. Cântico harmonioso, de acordo com a realidade cristã brasileira.
Há exceções, os hinos de verdadeira glorificação, incontestáveis por seus adeptos, menosprezados por adversários: “Até a pé nós iremos para o que der e vier, mas o certo é que estaremos com o Grêmio, onde o Grêmio estiver”. Outros cantam: “Glória do desporto nacional, oh Internacional, que eu vivo a exaltar, levas as plagas distantes, feitos relevantes, vives a brilhar”

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