Todos os anos a mesma rotina natalina. O
amigo secreto ou oculto é a tradição realizada em ambiente corporativo ou
familiar. Uma semana antes do Natal, no mural da empresa, está um aviso, o lembrete,
para que os colegas funcionários que desejarem participar do amigo secreto ou oculto,
devem informar o nome à colega Regina Helena, organizadora do festivo
acontecimento. É diante da Re, que o participante escolhe um bilhetinho, sorteando o nome de um colega a
presentear. Para haver isonomia, tratar todos iguais, justiça social na
empresa, do chefe ao auxiliar geral, fica estabelecido o valor na compra do regalo.
Como também não valendo R$1,99.
O sorteio é aleatório e pode oportunizar
o nome de um chato ou uma chata inconveniente, ele ou ela de jeito maçante,
incomodativo. Quem sabe a sortuda, para causar inveja e ciumeira as colegas, retirou
o papelzinho com o nome de Paulinho, recentemente admitido e que todas elas
acham parecido com o Luan Santana, todas dispostas a um relacionamento amoroso com
o galã. Bem, mas quem tirou o nome de Paulinho, para ser presenteado foi o seu Alcibíades,
veterano na empresa. Melhor assim: não
haverá estados emocionais descontrolados. Ninguém desejava que no bilhetinho
sorteado não aparecesse o nome daquele machão arrogante, esnobe, narcisista, metido
a besta, metrossexual. Na brincadeira está a Maria Eduarda, recepcionista, que todos
chamam de Dudu, bonita, querida, simples, simpática e amada enfim todos os
qualificativos. Fina flor para se dar um presente. O contrário está naquela
figura, secretária do chefe, poderosa, soberba, presunçosa, também metida a
besta, para as mulheres. Os homens a admiram, elegante, sempre com aquele
sapato de salto 15. Chama à atenção o caminhar malemolente, provocativo, cheio
de charme. A brincadeira natalina se popularizou a partir de 1929, época da
depressão. Não havia dinheiro e simplesmente realizava-se troca de presentes. Amigo
secreto ou oculto é interessante, inusitado, surpreendente, movido pela
curiosidade. As pessoas não sabem o que ganharão e, muito menos quem é o secreto
amigo. Muita ansiedade no troca/troca. Na
ocasião existem exclamações espontâneas, alegre e públicas: “Muito obrigado,
era isso o que realmente desejava”
Em outro momento, em circunstância fora
do comum pelo sucedido, alguém dá o presente a outrem. Ouve-se somente um
obrigado forçado de outrem, mais pela educação. Não precisa falar mais nada. A
fisionomia denota claramente em silêncio, o que o pensamento ressalta: “Que
porcaria ganhei”.
Alguém é sorteado com outro que não lhe
é simpático. O discurso na entrega do presente é difícil: “Oh mau caráter toma
aí.” O segundo outro aquele que recebeu o presente, pensa: “Presente daquele
cretino. Não tem a brincadeira do inimigo secreto?”.
É isso aí: a brincadeira envolve a
todos, amigos e inimigos.
Fica estipulado também que aquele
discursinho na entrega do presente deve ser rápido. Ano passado o Eugenio teve
a felicidade de sortear o nome do seu chefe. Bajulador, verdadeiro puxa-saco, levou
20 minutos, enaltecendo o trabalho da chefia.
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