Os anos passam e os costumes se
repetem. Trabalha-se de março a dezembro, no meio alguns feriadões, e nos meses
de janeiro e fevereiro, o país praticamente para, evidentemente para a classe
privilegiada. Operários, do chã de fábrica, não tem prerrogativas cedidas aos
elitizados. O mau exemplo parte principalmente de políticos, parlamentares como
senadores, deputados e vereadores, que desfrutam do recesso parlamentar, que na
verdade são prolongadas férias, mas que se trata oficialmente de “suspensão
temporária das atividades do poder legislativo, como também do judiciário”. O
recesso, dos poderes brasileiros citados, foi copiado de países de intenso frio,
de forte precipitação de neve, que impediam as atividades normais durante
rigoroso inverno. Só que no Brasil, todos sabem, o recesso acontece no verão, e
nossos políticos, desfrutando de pomposos honorários, viajam, aproveitam o
veraneio pelas mais concorridas regiões turísticas no país e no exterior.
O que não se entende é que as
eleições se repetem e a população se repete votando em figurinhas carimbadas
pela corrupção, desonestidade, antiéticas. O eleitor deixa de fazer o
necessário escrutínio, a avaliação indispensável de seu candidato: o que fez no
passado, o que faz no presente e o que poderá fazer no futuro. Recentemente, ao
início do recesso parlamentar, os deputados federais auto presentearam-se com
novo reajuste salarial, passando a receber um pouco mais de 200 mil cruzados
novos a cada mês, prova da injustiça social, quando se sabe da enorme diferença
salarial na comparação ao cidadão comum, aquele do salário mínimo de NCr$
1.283,51, sabendo-se mais, que o salário de uma professora supera um pouco mais
que o mínimo. Pior, no interior das regiões norte e nordeste, a remuneração é
inferior ao mínimo determinado por lei. Mais: trata-se de um salário bem
superior ao cidadão médio, instruído, de capacidade comprovada, com salário bem
inferior, comparado ao parlamentar analfabeto funcional. É bom lembrar ainda que
aquela gente de Brasília trabalha de terça a quinta-feira, o que significa
dizer que em 12 meses trabalham 10, o que condiz com salário de marajá.
Toda essa imoralidade, falcatrua e
corrupção, parte de uma classe governante que deveria ter uma imagem sem jaça,
sem mácula.
É bom lembrar que o presidente eleito
“collorido” Fernando afirma que estará na busca dos marajás (segundo a Rede
Globo) no serviço público: será? Seriedade e honestidade é que o brasileiro
espera do seu novo governante. Por enquanto, “depois de uma árdua e cansativa
campanha política”, o inimigo dos marajás, desfruta um repouso em hotéis de
primeira grandeza em Roma e Paris. Talvez por lá, comece caçar marajás. Para
que tudo aconteça, ao menos razoavelmente na nova política, tudo dependerá do
eleitor, se votou conscientemente, se fez o necessário escrutínio, a precisa
avaliação. Caso contrário, se o voto foi um favor em troca de outro favor, por
uma gratificação ou uma cesta básica, dessa forma, permissivamente colabora com
a politicagem, assim conhecida a política reles, mesquinha, de interesses
pessoais. Se você votou de forma inescrupulosa você está no mesmo nível
“daquela gente”.
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