Viajando no passado, na história da
educação verificamos que quase nada mudou, talvez pouca coisa, desde o começo
do processo educacional até hoje. O que ocorreu na verdade foram alguns
avanços, maior ainda foi a sucessão de tropeços. Nos primórdios podemos afirmar
que a educação escolar iniciou-se com realizações dos padres jesuítas, mais
tarde expulsos. Expulsos, o processo escolar ficou esquecido, pior, alterado
para pior. Pouco importava, porque na verdade, em todo aquele período os filhos
das elites iam estudar na Europa. Em 1808, a família real portuguesa
desembarcou em território brasileiro. Transformações foram feitas pelo líder
português Dom João VI, fujam dos ingleses, umas sem importância, uma
importante: abertura dos portos para as nações amigas. No aspecto de ensino nada
diferente ocorreu. Camadas inferiores da população aumentavam analfabetas. A
educação continuava como privilégio das elites. Alguma coisa poderia ser
considerada diferente quando foram criados especiais cursos, considerados
depois como as primeiras faculdades, claro para elitistas. Passou o tempo,
século XX, a escolarização da população brasileira prosseguia em atraso. Fim da
1ª Guerra Mundial, desenvolvimento da industrialização e com isso a preocupação
com o aprimoramento do ensino. Demorou o desejo de concretizar-se a necessidade
educacional, de forma positiva, substancial. Somente a partir do ano de 1960,
com a mobilização da sociedade, dos movimentos sociais é que surgiram as
primeiras experiências de popularização da escola deixando de ser exclusiva aos
grupos minoritários elitistas. Mas esse objetivo democrático da escola pública não
conseguiu difundir-se, o golpe militar de 1964 interferiu. O governo ditatorial
compreendeu que aquela escola não era adequada por ter princípios socialistas, contrários
à sociedade conservadora. Ocorreu a redemocratização, mas a educação não
evoluiu, o atraso continuou sendo entrave ao ensino moderno. Escolas
enfrentando problemas, cada vez mais sem encontrar devidas soluções, concernente
especialmente as escolas públicas. Verbas governamentais não são repassadas,
quando acontece são minguadas. A escassez dos repasses empobrece o sistema.
Espaço físico para abrigar alunos é exíguo. A carência é predominante, o estado
geral das instituições escolares é desordenado, confuso.
A escola não se projeta para o caos
total pela perseverança dos professores, pela pertinácia dos mestres,
profissionais de plena retidão, de total competência, do amor a causa na preparação
do ser humano. Profissionais mal remunerados – remuneração média dos docentes é
equivalente 70% da remuneração de profissionais do mesmo nível escolar -.
Professores esforçam-se preparando condizentemente alunos, filhos dos pais que
confiantemente lhes entregam. Acham eles pais, que a escola como instituição só
merece repúdio, não oferece confiança. Mestre que encontra aluno problemático
devido ao desastroso relacionamento e comportamento familiar.
O professor passa a ser também o
assistente social. O relapso de autoridades educacionais ultrapassa o básico. Espaços
físicos irrisórios, faltam salas de aulas, provocando todos os anos a penosa
situação dos pais na busca de uma vaga para a devida matricula do filho. Tudo
decorrência da incompetência a inépcia das autoridades. Educação: atraso no
passado, persistente no presente...futuro?
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