sexta-feira, 29 de abril de 2011

Armas

O trágico acontecimento ocorrido numa escola pública no bairro de Realengo (RJ) colocou em pauta novamente a questão do desarmamento da população, em razão de que o homicida da dolorosa tragédia utilizou duas armas, dois revólveres calibres 32 e 38 e vasta munição, adquiridas na ilegalidade conforme a polícia investigou e apurou.
O desarmamento da população é necessário, até mesmo vital para que não se repita o assassinato estúpido de 12 crianças? Eis a questão.
Em dezembro de 2003 passou a vigorar o Estatuto do Desarmamento, lei federal que fazia uma série de exigências a quem possuía ou desejava ter uma arma em seu poder em termos de registro, posse ou comercialização.
O artigo 35 do Estatuto tinha seguinte redação: É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo as entidades previstas no art. 6º desta lei (Forças armadas, policiais, agentes prisionais e algumas outras).
O artigo citado envolveu muitas discussões na sociedade brasileira em termos de sua validade e necessário foi realizar um referendo sobre o assunto. E assim foi feito em 2005 e decidido através do voto democrático da população.
Referendo é convocado após a edição de uma norma devendo o povo ratificá-la ou não. Trata-se de um instrumento da democracia por meio do qual é chamada a população para que por sufrágio direto e secreto, a título vinculativo, decida sobre determinado assunto de relevante interesse à soberania nacional. Portanto o eleitor assume a responsabilidade de aceitar ou não a norma já aprovada pelo poder constituído.
Naquela ocasião assim foi feito. O leitor deveria responder a seguinte pergunta: O comércio de arma de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?
A pressão das classes conservadoras, lobies da indústria armamentista influenciaram a população Diante disso o NÃO (não deveria ser proibido) venceu quase 64%. O SIM (a favor da proibição) resultou somente em 36%.
Agora o Senado deseja realizar um plebiscito. O plebiscito é convocado antes da criação de uma lei (ato administrativo ou legislativo) em que o cidadão, da mesma forma democrática, por meio do voto, vai aprovar ou não a questão que lhe for submetida. Portanto é pelo voto, que poderá ser ou não obrigatório, que a população decida mais uma vez diretamente sobre a proposta a ser constituída ou não pelo Congresso Nacional concernente ao desarmamento.
No referendo de 2005 votei pelo Sim. Caso haja um plebiscito voto novamente pela proibição da comercialização de armas no país.
É bom lembrar que o monstro assassino, demente mental, esquizofrênico, num surto psicótico, matou inocentes com armas devidamente adquiridas de forma legal, mas que se transformaram em ilegais por roubo ou comercialização criminosa e que foram responsáveis por uma verdadeira chacina;.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Ovos e Coelhos

Tempo da Páscoa. Tudo tem a ver com o coelhinho, os ovos de chocolate, ligados a concepção filosófica do materialismo, comercialização dos produtos próprios da época. Certamente, a ausência de sensibilidade cristã, a falta de espiritualismo, faz com que o aspecto religioso seja esquecido, resumido estritamente as comemorações da igreja.
Afora a questão filosófica e religiosa, da satisfação famélica de gulosos por chocolates, qual a relação da Páscoa com os coelhos? E o mais intrigante: o que é que os coelhos têm a ver com os ovos?
Acredita-se que os missionários e os cruzados trouxeram para a Europa Ocidental o costume de se presentear com ovos, representantes pelo simbolismo a vida, o começo do universo. Pela sua forma anatômica, perfeita e inimitável embalagem natural, condiz com o conceito. Alguns asseguram pelas lendas que o ovo é o símbolo pascoal inspirado no costume chinês de colorir os ovos de pata para celebrar a vida que deles se origina.
Na época medieval eram pintados de vermelho para representar o sangue de Cristo. Os cristãos adotaram essa tradição que passou a ser o símbolo da tumba da qual Jesus ressuscitou. Coloridos, também eram presenteados para celebrar a chegada da florida primavera depois do inverno branco no Hemisfério Norte.
Essas culturas tinham o ovo como emblema do Universo, significado da suprema divindade, princípio da vida.
O tempo passou, a história por meio de lendas nada mais significa. Hoje o ovo em tempo de Páscoa é artigo de bem de consumo, involucrado nas mais modernas embalagens.
Quanto ao coelho é uma figura também simbolicamente relacionada à Páscoa. Representa a fertilidade pela notável capacidade de reprodução com grandes ninhadas e com isso a continuidade da espécie. Assim, ovo e coelho representam, são símbolos da ressurreição, a renovação da vida, conforme preceitos cristãos da Páscoa.
Enfim a relação entre ovo e coelho. Segundo a lenda uma mulher pobre colocou alguns ovos de galinha e os escondeu para dá-los aos seus filhos como presentes de Páscoa. Quando as crianças descobriram os ovos um coelho passou correndo no exato momento. Espalhou-se então, a história de que o coelho tinha trazido os ovos.
A lenda em sua prática continua até hoje numa forma mais criativa: papais e mamães escondem dos filhos os ovinhos. Antigamente era mais arraigada. As crianças eram mais fáceis de serem tapeadas, eram bobocas. Tempo do chocolate Neugebauer, destacando-se aqueles cigarrinhos de chocolate induzindo as crianças ao vicio do fumo. Pais judiavam das crianças enganando-as. Pior para os mais espertos que tinham dificuldade maior em encontrar os ovinhos em maldosos esconderijos. Melhor para os menores que encontravam facilidade pela marcação no chão das patinhas do coelho.
Certamente não deve mais existir esse tipo de judiaria. As crianças são muito espertas. Não se deixam enganar, mas os ovos e coelhinhos estão por ai.

Sim ou Não

Tempo da Páscoa. Tudo tem a ver com o coelhinho, os ovos de chocolate, ligados a concepção filosófica do materialismo, comercialização dos produtos próprios da época. Certamente, a ausência de sensibilidade cristã, a falta de espiritualismo, faz com que o aspecto religioso seja esquecido, resumido estritamente as comemorações da igreja.
Afora a questão filosófica e religiosa, da satisfação famélica de gulosos por chocolates, qual a relação da Páscoa com os coelhos? E o mais intrigante: o que é que os coelhos têm a ver com os ovos?
Acredita-se que os missionários e os cruzados trouxeram para a Europa Ocidental o costume de se presentear com ovos, representantes pelo simbolismo a vida, o começo do universo. Pela sua forma anatômica, perfeita e inimitável embalagem natural, condiz com o conceito. Alguns asseguram pelas lendas que o ovo é o símbolo pascoal inspirado no costume chinês de colorir os ovos de pata para celebrar a vida que deles se origina.
Na época medieval eram pintados de vermelho para representar o sangue de Cristo. Os cristãos adotaram essa tradição que passou a ser o símbolo da tumba da qual Jesus ressuscitou. Coloridos, também eram presenteados para celebrar a chegada da florida primavera depois do inverno branco no Hemisfério Norte.
Essas culturas tinham o ovo como emblema do Universo, significado da suprema divindade, princípio da vida.
O tempo passou, a história por meio de lendas nada mais significa. Hoje o ovo em tempo de Páscoa é artigo de bem de consumo, involucrado nas mais modernas embalagens.
Quanto ao coelho é uma figura também simbolicamente relacionada à Páscoa. Representa a fertilidade pela notável capacidade de reprodução com grandes ninhadas e com isso a continuidade da espécie. Assim, ovo e coelho representam, são símbolos da ressurreição, a renovação da vida, conforme preceitos cristãos da Páscoa.
Enfim a relação entre ovo e coelho. Segundo a lenda uma mulher pobre colocou alguns ovos de galinha e os escondeu para dá-los aos seus filhos como presentes de Páscoa. Quando as crianças descobriram os ovos um coelho passou correndo no exato momento. Espalhou-se então, a história de que o coelho tinha trazido os ovos.
A lenda em sua prática continua até hoje numa forma mais criativa: papais e mamães escondem dos filhos os ovinhos. Antigamente era mais arraigada. As crianças eram mais fáceis de serem tapeadas, eram bobocas. Tempo do chocolate Neugebauer, destacando-se aqueles cigarrinhos de chocolate induzindo as crianças ao vicio do fumo. Pais judiavam das crianças enganando-as. Pior para os mais espertos que tinham dificuldade maior em encontrar os ovinhos em maldosos esconderijos. Melhor para os menores que encontravam facilidade pela marcação no chão das patinhas do coelho.
Certamente não deve mais existir esse tipo de judiaria. As crianças são muito espertas. Não se deixam enganar, mas os ovos e coelhinhos estão por ai.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Deu no que deu

Ano de 1961. Estreou na terça-feira à noite a novela Amor e Revolução no SBT. O seriado retrata os anos da ditadura militar no país, tratando dos trágicos acontecimentos do golpe militar de 1964, fatos dramáticos da recente História do Brasil. Polêmica, a novela nos seus primeiros capítulos revive os anos de chumbo de uma época com fortes cenas de tortura.
Com a renúncia de Jânio Quadros assume a presidência o seu vice, João Goulart, ambos eleitos democraticamente pela vontade do povo através do voto popular.
Com sérias desconfianças sobre a trajetória política do novo governo, com a alegação de uma possível e ameaçadora hipótese da instalação do regime comunista no país, com a suspeição de uma ameaça a segurança nacional, militares, políticos conservadores, classes rica e média tentaram resistir com a transferência de cargo. Em vão. As forças populares asseguraram a posse de Jango. Em seu governo tentou transformar seu discurso em fatos promovendo as reformas de base, como a política, a agrária e outras.
Mais uma vez o inconformismo, a rebeldia, das elites e a classe burguesa. Não somente esses brasileiros, mas também os americanos não estavam aceitando aquele estado de coisas. Com medo da instalação do comunismo no Brasil (tempo da chamada Guerra Fria) os EUA cobravam dos militares uma ação repreensiva. Assim foi feito. A História cita, narra os fatos: golpe militar de 1964. A resistência de operários, estudantes, de militares menos graduados, a democracia suprimida, suspensão de direitos constitucionais, perseguição política, repressão aos contra do regime militar, prisões, torturas. Tudo era permitido contra o perigo vermelho, a favor de uma verdadeira democracia. Deu no que deu. A novela do SBT está recuperando esses terríveis episódios de uma época.
Alias, recentemente, no dia da mentira, 1º de abril, o golpe fez aniversário. Tiveram vergonha, os torturadores da época ou daqueles que sobraram de pouco ou quase nada comemorarem. A não ser uma missa em Brasília, mandada rezar por alguns carolas militares, nada mais se ouviu comentar. Quanto ao 1º de abril, uma cena na novela. A jovem senhora mora numa mansão de um general, casada com um também militar, que é filho do general. Em determinada refeição a discussão sobre, para eles a revolução. A jovem senhora tem idéias diferentes daquela conservadora família. De repente diz ela:
- Bem apropriada o começo dessa revolução, no dia da mentira, 1º de abril.
O general, meio ofendido, retruca rapidamente: “1º de abril não. Revolução de 31 de março”. O golpe militar enganou muita gente, mentiu descaradamente em nome de uma fajuta democracia. Tinha como objetivo, segundo seu propósito, salvar o país do perigo comunista, modelo arcaico e autoritário da esquerda de raízes populistas. Usou a força com ações escabrosas e violentas em nome de uma falsa democracia. Jornais tradicionais (O Globo, Estadão. Folha e outros) saudavam em manchetes o golpe militar, o falso retorno da democracia, todos eles apegados ao modelo obsoleto e autoritário da direita, de vinculo liberal, selvagem e excludente. Deu no que deu.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Elizabeth

Verdadeira entidade mitológica como as musas, a que são atribuídas capacidade de inspirar a criação artística, figura feminina real de um tempo, mulher formosa, diferente, incomum, ícone de uma época. Musa, diva, divindade, uma deusa.
Assim foi Elizabeth Taylor. Cabelos negros, pele alva, lábios perfeitos, conjunto em que se emoldurava os brilhantes e faiscantes olhos de tom violeta, formando enfim, conceito padronizado de uma bela mulher
Tão bela que hoje em dia, em termos tecnológicos poderia ser confundida como uma imagem virtual.
Sedutora, poderosa de intenso magnetismo, de uma atração eletrizante, ao mesmo tempo, paradoxalmente, mostrava-se frágil, com feição angelical. Foi romântica tanto quanto sensual. Amada, com o amor que chegava a idolatria, na imaginação de muitos homens, o desejo voluptuoso. Para alguns a realização do instinto libidinoso consolidou-se. Elizabeth teve alguns amores, casou oito vezes.
Pelas frustrações dos casamentos, para os conceitos puritanos daquele tempo, Elizabeth passou a ser escandalosa, uma depravada. Pouco lhe importou. Continuou sendo a rainha de intensa beleza, cortejada, idolatrada, desejada. E assim morreu semana passada. Fica na lembrança excelentes filmes dos quais participou (um canal pago apresentou alguns deles), como Um lugar ao Sol, Assim caminha a humanidade, De repente no ultimo verão. Fez filmes de muito mau gosto entre os quais Cleópatra.
Muitas vezes foi esnobada pela crítica, no entanto duas atuações excepcionais lhe proporcionaram dois Oscarue Butterfield 8 em que faz o papel de uma garota de programa e Quem tem medo de Virginia Woolf protagonizando uma mulher infeliz, de vida tortuosa por um casamento conturbado. Assim era Virginia, assim foi Elizabeth.
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