segunda-feira, 27 de junho de 2011

Goleadas: 6x3 e 8x0

Legalmente, concernente ao aspecto jurídico, o fato foi bem assim: No último dia de mandato como presidente da República, Lula, negou extradição ao italiano Cesare Battisti, condição, poder de decisão, outorgada pelos juizes do STF.
Os italianos acreditavam piamente numa resolução favorável à extradição, o que não aconteceu, causando enorme mal-estar, segundo eles, descalabro à Justiça italiana.
Pior ficou quando a suprema corte brasileira (STF), no recurso italiano, resolveu que a decisão de Lula era independente, cabendo unicamente a ele, como presidente da República, chefe do Executivo, avocar para si decidir, como aconteceu.
A partir daí o governo italiano demonstrou em muitas ocasiões um desconforto sem precedente, motivando um clamor popular com variados protestos.
Até mesmo no Congresso italiano, um deputado, de forma desrespeitosa, declarou que o Brasil era reconhecido por suas bailarinas, não por seus juristas, num total desrespeito às instituições brasileiras. Esse tipo de impropério, ultrajes proferidos, ficou simplesmente e tolamente nos anais, como uma revolta descabida pela decisão soberana e irrevogável tomada pelo poder jurídico.
Reportando aos fatos. Após a não permissão de extradição de Battisti por Lula, o governo italiano buscou junto ao STF a tentativa de rever o imbróglio jurídico a partir da decisão presidencial. O pleno do poder judiciário brasileiro ratificou a deliberação anterior de que se tratava de um assunto relativo exclusivamente ao executivo.
Constitucionalidade, a legalidade, o aspecto jurídico, por decisão tomada, se baseou no respeito à soberania nacional e a separação constitucional entre os poderes constituídos, não cabendo ao STF contestar a decisão soberana de um presidente da República, justamente pela exigência constitucional de independência e respeito entre os poderes executivo, judiciário e legislativo. A decisão tomada por Lula não poderia ser questionada, pois manifestou a vontade soberana do Estado brasileiro.
Na contagem de votos dos magistrados, seis votos a favor e três contra (6x3).
Em outro caso polêmico mais recente o STF, de forma incontestável deu o direito aos cidadãos de realizarem livres manifestações pela legalização das drogas, com protestos e eventos públicos, como a marcha da maconha e outras manifestações congêneres. Com a unanimidade de oito votos a favor (8x0) foi dada mais uma vez ao cidadão o livre direito de manifestação, a liberdade de expressão.
Acompanhei essas duas celeumas jurídicas através das transmissões do canal a cabo TV Justiça. Não precisei dos chamados formadores de opinião, a maior parte conservadora e reacionária direitistas. O acompanhamento dos debates me proporcionou condições de opinar, de formar o pensamento: sou de forma irretocável, irrevogável e irrecorrível, plenamente favorável as duas decisões jurídicas. “Data venia”

terça-feira, 21 de junho de 2011

Dias e dias

A história é bem assim. No império romano, idade média, o bispo ignorava as ordens do imperador que havia proibido a celebração de casamentos durante as guerras,
acreditando que os solteiros eram soldados mais bravos, melhores combatentes.
O bispo desobedecia ao imperador, continuando a celebrar casamentos, e mais que isso, numa afronta corajosa à proibição, o bispo casou-se secretamente.
O acontecimento foi descoberto e o bispo Valentim foi preso, condenado a morte.
Enquanto estava preso, muitos jovens enviavam flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor do qual ele se tornava autêntico representante.
Enquanto aguardava na prisão o cumprimento da sentença ele se apaixonou pela filha cega de um carcereiro. O namoro, amor e paixão, foi tão forte que a jovem cega, milagrosamente recuperou a visão.
Antes da execução, por conseguinte a morte, Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela sobressaindo-se ao final “como seu namorado” e “de seu Valentim”.
Por essa reciprocidade, namorado e Valentim, surgiu o Dia dos Namorados. Por assim ser, a comemoração do Dia dos Namorados é inerente ao dia de São Valetim.
Essa história mostra o profundo romantismo do amor, significado pela simples troca de mensagens por bilhetes, como assim acontecia durante muitos anos atrás. Bilhetinhos, telefonemas, coisas que hoje passam por ridículas. Hoje existe a internet.
O bispo Valentim, pelo amor enfrentou ao imperador, foi condenado e morto, fez milagre para sua namorada, intuitos que são verdadeiros símbolos, prova cabal de um intenso amor romântico. No entanto Valentim jamais pensaria que um dia, o Dia dos Namorados, em sua homenagem, fosse comemorado de forma tão desvirtuada, materializado pela sociedade de consumo.
Para a demonstração do amor um simples cartão, um ramalhete de flores, seria de profundo romantismo. Mas, não. O consumismo forte, a idéia de quem acredita que o amor se realiza por um bem valioso, que demonstre poder de aquisição, a vaidade de oferecer alguma coisa além de sua posse. A fatura do cartão de crédito para pagar, talvez seja o sacrifício do amor. É o par de tênis, a bolsa da moda, o agasalho fashion. Os comerciantes adoram. Até o farmacêutico lucra. A jovem para ver a melhoria do namorado, na verdade o parceiro, no desempenho sexual oferece-lhe - desinibida, desejosa, voluptuosa – um presente inusitado no Dia dos Namorados: a caixinha de Viagra. Dias e dias. Dia das Mães, Dia dos Pais, dos Namorados, da Sogra. Não, da sogra não, nem pensar. Não interessa a sociedade de consumo, por conseqüência aos negócios. Os tempos são outros em qualquer sentido.
Em tempo de antanho, a dificuldade em segurar a mão da namorada, o primeiro beijo na face, na boca (jamais se pensaria num de língua). Para os jovens de hoje era tempo de bobocas, atraso, nostalgia descabida. Acham ridículo a simples demonstração de amor, através de um gesto com as mãos formando um desenho no ar em forma de coração, numa mensagem carinhosa, romântica. Opinam. Trata-se de uma caratice
O primeiro encontro, o primeiro beijo, a primeira transa, tudo rápido. O desejo sobrepõe-se a qualquer romantismo.
Adolescentes transformaram-se, modernizaram-se.
Antes: “hoje sairei com a minha namorada”. No moderno: “vou levar a mulher”

sábado, 18 de junho de 2011

Outras e umas

Impressiona sobremaneira a fase de desenvolvimento da região leste farroupilhense, mais exatamente no entorno e adjacências de Linha Palmeiro. Crescimento observado sobretudo pelas novas construções para sediar estabelecimentos industriais e, em escala menor, construções de condomínios para moradia, horizontais e verticais.
Explica-se o desenvolvimento auspicioso daquela região por três importantes fatores: o complexo de campo de provas de uma indústria metalúrgica que atrai outras empresas para sua vizinhança; o asfaltamento da estrada que liga Forqueta a Mato Perso e a proximidade com a vizinha Caxias do Sul.
Além das novas indústrias – existe uma de Caxias do Sul com o terreno em fase de terraplanagem e por essa razão, por suas medidas, deverá ser uma construção de grande área – a região atrai também empreendimentos imobiliários. Já existe um condomínio horizontal que ocupa o lado direito e esquerdo da estrada na direção de Caravaggio. Nas proximidades, em tempo de terraplanagem, está planejado um condomínio horizontal. O que se observa é de que pelo processo de procura – para estabelecimento de novos negócios - começam a surgirem ofertas, com propriedades coloniais colocadas à venda.
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O cidadão que mora na região de Monte Bérico e cercanias, se ele gosta de tranqüilidade, tem admiração pela ecologia, se sente bem em ambiente privilegiado pela natureza, deve ter ficado satisfeito pela não construção do aeroporto em sua vizinhança. Imagina-se alguém vivendo num recanto em que o barulho saudável é produzido pela cantoria de pássaros, pelo mugir de uma vaca. De repente o sossego termina, o silêncio passa a ser perturbado pelo ronco ensurdecedor da turbina de um avião de propulsão a jato. Os pássaros debandam, pequenos animais desaparecem, a natureza reclama. Como se sentiria, como iria se comportar o cidadão, quando sua plena tranquilidade poderia ser invadida pelas asas do progresso? Difícil compreender, quando o sossego de alguém, a atenção de outrem, é levemente quebrada, vez por outra, pela movimentação na estrada de algum solitário veículo e de repente, em nome do progresso, ter que passar a conviver com intenso fluxo de carros, o incessante vai-e-vem de veículos ao aeroporto. O cidadão com esse espírito, de desejo da paz, de Monte Bérico, continuará a ter tranqüilidade. Felizmente as asas do progresso vão voar para outras bandas, perturbar a vida de outras pessoas.
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A Justiça, por suas leis, em certos episódios, tem a força castrante da censura. Coibi exageradamente, por uma bobagem qualquer, a democrática liberdade de expressão.
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Em Buenos Aires o clássico River Plate x Boca Juniors na famosa Bombonera. Chama atenção no uniforme do River o patrocínio de empresas brasileiras. Na frente da camiseta uma faixa com o nome Petrobras. Na manga, Tramontina.
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Os índices de aceitação dos americanos para com Obama, em determinado momento, em fase difícil, girava em torno de 40%. As coisas melhoraram quando ele comprovou de que é realmente americano e quando Bin Laden morreu. Chegou perto de 60% e presunçosamente queria de aproximar dos 85% de Lula. Não deu. E agora os índices começam a retornar aos patamares indesejaveis anteriores. Para recuperar-se, quem sabe, anunciar que Michelle está grávida.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

A caminhada

Uma promessa pode ser equiparada a um juramento. Trata-se de uma afirmativa de que se há de dar ou fazer alguma coisa. No aspecto da corporalidade é a obrigação de alguém cumprir com o que foi prometido. Exemplo bem conhecido, a promessa de compra e venda de um imóvel. Compro, pago e conforme o prometido sou o dono da propriedade. O cartão de credito, o cheque, o carnê, são objetos de que quando usados significa a promessa do pagamento da dívida. A promessa faz parte e é inalienável no cotidiano, no mundo dos negócios. É a garantia de que se cumpra algo comprometido.
A promessa também está associada como uma tradição religiosa, particularmente cristã, que consiste em prestar o culto a uma entidade especifica (um santo, Deus).
As exigências, o comprometimento com as promessas no aspecto material, faz com se possa discordar no aspecto espiritual, quando a promessa feita por pensamentos, a idéia empenhada para cumprir algo, parece ser factível na esperança de uma graça a ser alcançada, mas ao mesmo tempo se mostra como abstrata pela facilidade em prometer:
“se conseguir a graça pedida faço a promessa de rezar um rosário, mandar celebrar uma missa ao santo de fé ou, ir a pé até Caravaggio”. Colocada assim, com esse conceito, a promessa parece ser uma explicita troca de favores: eu consigo isso, em troca lhe dou aquilo. O ideal, sem um maior comprometimento, sem promessa, é realizar algo como prova de religiosidade, o agradecimento a uma graça alcançada. Desse modo tudo passa a ser mais autêntico, verdadeiramente religioso.
Caminhei ao lado do meu filho até Caragaggio na sexta-feira passada, na maior tranqüilidade sem o borborio, longe das aglomerações de peregrinos no feriado, sábado e domingo. Caminhada sem cumprir qualquer promessa, nem para efeito de pagamento em forma de sacrifício, como uma alma penada devendo alguma coisa. Religiosamente sou movido pela fé. Caminho, rezo em alguns momentos. Aprecio a paisagem bucólica, morros e vales mostrando ainda resquícios, o que sobrou de uma antiga mata Atlântica.
Da minha residência até Caravaggio são exatamente 19 quilômetros medidos num odômetro, distância que foi percorrida em 3hs 20 min. Poderia ter feito em menos tempo, mas em razão de um empecilho extenuante, a dificuldade em vencer um cansativo e exaustivo aclive, o tempo do percurso é aumentado.
Caminho diariamente, como exercício físico, em torno de uma 1h30min. Nesse espaço de tempo percorro aproximadamente entre 12 a 15 quilômetros.
Portanto, preparado para a caminhada de 19 quilômetros. A minha passada é ligeira (tipo soldadinho). Em 1 minuto dou 110 passos – terreno plano - o que equivale a percorrer 6.600 metros em 60 minutos, ou seja, uma hora. Sendo assim a caminhada até Caravaggio seria percorrida por volta de três horas.
O trajeto, de modo geral, se apresenta com leves e pequenos aclives e declives. Quase ao final da caminhada há uma aliviada descida. Descida do vale do arroio Biazus. Geograficamente se sabe que se há descida, existe a subida e vice-versa.
Após uma pontezinha, sobre o arroio, começo uma longa e parece ser interminável trajetória. É necessário intenso esforço para vencer o aclive quase íngreme de mais ou menos 1,5 km. Em conseqüência a passada cai para 60 passos por minuto. Esforço desproporcional, ai sim sacrifício mesmo, em que a ajuda e o ânimo é insistentemente solicitado a Nossa Senhora, pedido que é atendido sem nenhuma promessa.