Uma promessa pode ser equiparada a um juramento. Trata-se de uma afirmativa de que se há de dar ou fazer alguma coisa. No aspecto da corporalidade é a obrigação de alguém cumprir com o que foi prometido. Exemplo bem conhecido, a promessa de compra e venda de um imóvel. Compro, pago e conforme o prometido sou o dono da propriedade. O cartão de credito, o cheque, o carnê, são objetos de que quando usados significa a promessa do pagamento da dívida. A promessa faz parte e é inalienável no cotidiano, no mundo dos negócios. É a garantia de que se cumpra algo comprometido.
A promessa também está associada como uma tradição religiosa, particularmente cristã, que consiste em prestar o culto a uma entidade especifica (um santo, Deus).
As exigências, o comprometimento com as promessas no aspecto material, faz com se possa discordar no aspecto espiritual, quando a promessa feita por pensamentos, a idéia empenhada para cumprir algo, parece ser factível na esperança de uma graça a ser alcançada, mas ao mesmo tempo se mostra como abstrata pela facilidade em prometer:
“se conseguir a graça pedida faço a promessa de rezar um rosário, mandar celebrar uma missa ao santo de fé ou, ir a pé até Caravaggio”. Colocada assim, com esse conceito, a promessa parece ser uma explicita troca de favores: eu consigo isso, em troca lhe dou aquilo. O ideal, sem um maior comprometimento, sem promessa, é realizar algo como prova de religiosidade, o agradecimento a uma graça alcançada. Desse modo tudo passa a ser mais autêntico, verdadeiramente religioso.
Caminhei ao lado do meu filho até Caragaggio na sexta-feira passada, na maior tranqüilidade sem o borborio, longe das aglomerações de peregrinos no feriado, sábado e domingo. Caminhada sem cumprir qualquer promessa, nem para efeito de pagamento em forma de sacrifício, como uma alma penada devendo alguma coisa. Religiosamente sou movido pela fé. Caminho, rezo em alguns momentos. Aprecio a paisagem bucólica, morros e vales mostrando ainda resquícios, o que sobrou de uma antiga mata Atlântica.
Da minha residência até Caravaggio são exatamente 19 quilômetros medidos num odômetro, distância que foi percorrida em 3hs 20 min. Poderia ter feito em menos tempo, mas em razão de um empecilho extenuante, a dificuldade em vencer um cansativo e exaustivo aclive, o tempo do percurso é aumentado.
Caminho diariamente, como exercício físico, em torno de uma 1h30min. Nesse espaço de tempo percorro aproximadamente entre 12 a 15 quilômetros.
Portanto, preparado para a caminhada de 19 quilômetros. A minha passada é ligeira (tipo soldadinho). Em 1 minuto dou 110 passos – terreno plano - o que equivale a percorrer 6.600 metros em 60 minutos, ou seja, uma hora. Sendo assim a caminhada até Caravaggio seria percorrida por volta de três horas.
O trajeto, de modo geral, se apresenta com leves e pequenos aclives e declives. Quase ao final da caminhada há uma aliviada descida. Descida do vale do arroio Biazus. Geograficamente se sabe que se há descida, existe a subida e vice-versa.
Após uma pontezinha, sobre o arroio, começo uma longa e parece ser interminável trajetória. É necessário intenso esforço para vencer o aclive quase íngreme de mais ou menos 1,5 km. Em conseqüência a passada cai para 60 passos por minuto. Esforço desproporcional, ai sim sacrifício mesmo, em que a ajuda e o ânimo é insistentemente solicitado a Nossa Senhora, pedido que é atendido sem nenhuma promessa.
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