A história é bem assim. No império romano, idade média, o bispo ignorava as ordens do imperador que havia proibido a celebração de casamentos durante as guerras,
acreditando que os solteiros eram soldados mais bravos, melhores combatentes.
O bispo desobedecia ao imperador, continuando a celebrar casamentos, e mais que isso, numa afronta corajosa à proibição, o bispo casou-se secretamente.
O acontecimento foi descoberto e o bispo Valentim foi preso, condenado a morte.
Enquanto estava preso, muitos jovens enviavam flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor do qual ele se tornava autêntico representante.
Enquanto aguardava na prisão o cumprimento da sentença ele se apaixonou pela filha cega de um carcereiro. O namoro, amor e paixão, foi tão forte que a jovem cega, milagrosamente recuperou a visão.
Antes da execução, por conseguinte a morte, Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela sobressaindo-se ao final “como seu namorado” e “de seu Valentim”.
Por essa reciprocidade, namorado e Valentim, surgiu o Dia dos Namorados. Por assim ser, a comemoração do Dia dos Namorados é inerente ao dia de São Valetim.
Essa história mostra o profundo romantismo do amor, significado pela simples troca de mensagens por bilhetes, como assim acontecia durante muitos anos atrás. Bilhetinhos, telefonemas, coisas que hoje passam por ridículas. Hoje existe a internet.
O bispo Valentim, pelo amor enfrentou ao imperador, foi condenado e morto, fez milagre para sua namorada, intuitos que são verdadeiros símbolos, prova cabal de um intenso amor romântico. No entanto Valentim jamais pensaria que um dia, o Dia dos Namorados, em sua homenagem, fosse comemorado de forma tão desvirtuada, materializado pela sociedade de consumo.
Para a demonstração do amor um simples cartão, um ramalhete de flores, seria de profundo romantismo. Mas, não. O consumismo forte, a idéia de quem acredita que o amor se realiza por um bem valioso, que demonstre poder de aquisição, a vaidade de oferecer alguma coisa além de sua posse. A fatura do cartão de crédito para pagar, talvez seja o sacrifício do amor. É o par de tênis, a bolsa da moda, o agasalho fashion. Os comerciantes adoram. Até o farmacêutico lucra. A jovem para ver a melhoria do namorado, na verdade o parceiro, no desempenho sexual oferece-lhe - desinibida, desejosa, voluptuosa – um presente inusitado no Dia dos Namorados: a caixinha de Viagra. Dias e dias. Dia das Mães, Dia dos Pais, dos Namorados, da Sogra. Não, da sogra não, nem pensar. Não interessa a sociedade de consumo, por conseqüência aos negócios. Os tempos são outros em qualquer sentido.
Em tempo de antanho, a dificuldade em segurar a mão da namorada, o primeiro beijo na face, na boca (jamais se pensaria num de língua). Para os jovens de hoje era tempo de bobocas, atraso, nostalgia descabida. Acham ridículo a simples demonstração de amor, através de um gesto com as mãos formando um desenho no ar em forma de coração, numa mensagem carinhosa, romântica. Opinam. Trata-se de uma caratice
O primeiro encontro, o primeiro beijo, a primeira transa, tudo rápido. O desejo sobrepõe-se a qualquer romantismo.
Adolescentes transformaram-se, modernizaram-se.
Antes: “hoje sairei com a minha namorada”. No moderno: “vou levar a mulher”
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