sexta-feira, 6 de julho de 2012
História
O desenvolvimento humano, a relação do homem e o tempo, os processos de acontecimentos narrados passados, envolvendo, pessoas, lugares e fatos podem ser fixados na memória, em pastas dentro de um arquivo de aço, no conteúdo de um computador. A narração metódica dos conhecimentos políticos, sociais e econômicos notáveis, dignos de serem conservados na lembrança do passado e quando é o desejo, resgatados no presente, tudo isso guardado e arquivado pela ciência que se chama e conceitua-se como História.
Certamente o envolvimento político de Lula com Paulo Maluf em nome de uma coligação partidária para a eleição na cidade de São Paulo, em busca de um pouco mais de um minuto em programa eleitoral ficará eternizado na História. Aquele fraterno abraço – será que foi autenticamente fraterno – entre risos amarelados num ambiente inóspito e hostil, até anteriormente para Lula – a casa de Maluf – historicamente será marcado como um fato dos mais esdrúxulos e incoerentes da política nacional. Juntos, quem diria. De um lado o sindicalista, líder popular de idéias progressistas, combatente diante da ditadura militar. No outro lado o reacionário, destaque maior do conservadorismo de direita, filhote da ditadura, procurado pela Interpol: Lula & Maluf.
A História vai contar e como já conta agora outras duas desagradáveis e inconseqüentes atitudes de Lula. Em busca de sua eleição para presidente pela terceira vez, meses antes da eleição – mês de maio – publicou uma carta aberta para a Nação, em que repudiava todos seus conceitos doutrinários, abria mão de uma ideologia, para satisfazer a elite formada por burgueses, em forma de ricos empresários e milionários banqueiros.
Com essa primazia às elites Lula elegeu-se presidente. Em outro ato de puro cinismo e hipocrisia, tempos depois, como presidente, foi visitar o representante do quarto maior poder, o empresário Roberto Marinho da Rede Globo, esse mesmo que em outra eleição, numa tramóia televisiva havia lhe tirado a chance de vitória.
Esses registros farão parte da História do Brasil para lamento de muita gente, como também para o próprio Lula. A História de Lula ficará manchada, maculada, por essas estrambóticas atitudes.
A História, guarda, lembra, jamais esquece. Outro grande líder popular manchou sua história por atitudes incoerentes. Leonel Brisola, deportado, teve que viver no exílio por imposição da ditadura militar. Retornou ao país, foi eleito governador do Rio. No momento em que suas aspirações políticas discutíveis eram do maior interesse pessoal deixou de lado autênticos princípios políticos, quando apoiou mais dois anos de governo para o presidente militar de João Figueiredo. Depois, pensando nas construções de Cieps com ajuda do governo federal, apoiou de forma incondicional o presidente Fernando Collor.
A História guarda e registra todos os momentos, especialmente os políticos nessa lembrança aqui refeita, por mais desagradáveis e constrangedores que possam ser.
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