segunda-feira, 8 de abril de 2013

Receita de miojo


Prova de redação do Enem, condição preliminar e importante num exame institucional de um órgão público federal como o Ministério da Educação. 

Pois bem. Surge então um gaiato tentando fazer da seriedade uma brincadeira, coisa mais grave, uma chacota, achincalhe para com uma instituição e o pior, isso agradou de modo profundamente positivo os bobocas e apalermados militantes da direita reacionária. Erros merecem críticas, porém sem o radicalismo de extremistas.

O rapaz travesso e malicioso, que nem precisava do Enem (já é estudante de curso superior) resolveu desafiar a proposta, competência e lisura do exame em troca, talvez por aqueles famosos minutos de fama, ou a serviço da necessidade dos alunos se prepararem nos famigerados “cursinhos” com a mensagem de que também para o Enem é preciso realizar um curso preparatório, ou ainda, a serviço de algum órgão oposicionista e radical, com clara intenção de tumultuar, desmoralizar toda e qualquer iniciativa que tenha como pretensão fortalecer a educação pública. Como a hipocrisia que nos cerca, como o baixo senso crítico que nos rodeia, abobados bateram palmas para a infantil e imbecil atitude.

Muitas vezes a censura por parte de algumas pessoas é inadequada por não terem a capacidade da crítica, cínica pela desfaçatez e assim, pelo conjunto da obra, despropositada e incoerente.

Fácil reparar erros grosseiros na escrita, mas há pessoas (esses ditos críticos) que numa publicação de texto precisam de revisores para evitar barbaridades lingüistas, como exemplos, usar o trema, quando empregar o hífen, o uso adequado de uma vírgula.

Pessoas públicas, comunicadores, políticos, etc. se expressam sem qualquer obediência as mais simples concordâncias nominais ou verbais e pronunciam disparates, absurdos lingüísticos, ditos amiúde, como tu vai? Tu quer ? Nós vamo!!!

Pessoas com rudimentar conhecimento da língua portuguesa só podem mesmo tratar, até onde permite precários conhecimentos, de uma simplista receita de miojo e que se sentem soberanos ao criticar bizarrices no português.             

O rapaz que protagonizou a palhaçada é pouco criativo, não mostrou qualquer inventividade ao incluir em sua redação uma receita de miojo, o macarrão instantâneo, que qualquer ignorante, na educação ou culinária, prepara sem precisar de qualquer receita. Mais. È discutível seu paladar. Aparenta gosto culinário de profundo mau gosto: se satisfaz com um insosso prato de miojo, ou é parceiro da lei do menor esforço ao se alimentar. Porém convenhamos, em termos saudáveis, preferível o enjoativo miojo ao invés de um hambúrguer carregado de calorias, parceiro do colesterol.

Ainda, pensando em termos de paladar até que um miojo é melhor do que algumas ditas especiarias, por exemplo, o ensopado do amargo jiló ou quiabo cozido com miúdos de galinha, como moelas, acompanhado de maxixe em conserva e uma salada de chuchu.

Da próxima vez o engraçadinho do Enem pode aproveitar, combinando com o seu bizarro gosto literário, receitas de quiabo, chuchu e maxixe. Pode ser que se satisfaça.

 

 

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