Como foi o dia de comemorações e homenagens às mães é tema
recorrente em relação às festividades do domingo passado.
Para o comércio, no aspecto filosófico do materialismo, da
força consumista, dos valores econômicos e financeiros, do resultado positivo entre
custo e beneficio, de vendas e lucro: excepcional.
Pela espiritualidade,
pelo sentimento amoroso, pela sensibilidade do carinho, para inumeráveis
famílias, plena felicidade.
Para uma quantidade imensurável de mães um dia de afago, data
de ternura e meiguice, abraços, beijos, felicitações e principalmente receber
presentes.
Para aquela família de 14 irmãos – 10 mulheres e quatro
homens – não foi muito diferente, embora entre as mulheres nem todas são mães,
por uma questão ou outra.
Uma certeza: a causa não é a infertilidade.
Na verdade entre as 10 mulheres há sete mães, portanto três
não alcançaram a sublime realização da maternidade, a condição da fêmea em ser
mãe.
As três seriam na forma maldosa, pejorativa, como estigma,
rotuladas de solteironas.
Na reunião familiar de congraçamento entre mães e filhos
evidentemente as setes mães estavam felicíssimas com o carinho dos filhos, o
reconhecimento dos pais.
Mas e as outras três irmãs. Qual seria o sentimento em não
ser mãe, numa festa que para elas poderiam ser consideradas como estranhas?
São três diferentes razões. Para a irmã mais velha seria de
frustração.
Como primogênita arcou com responsabilidades familiares. Verdadeiro
arrimo das irmãs perdeu sua juventude, parte de sua vida, com as obrigações, no
período em que os pais somente não poderiam dar sustentabilidade ao lar
Passou o tempo e o tempo passado não deu tempo para namorar,
iniciar um relacionamento, buscar a felicidade, encontrar a almejada alma
gêmea, casar ou não, pouca importa, mas sim, ser mãe.
A segunda das irmãs encontrou na vida religiosa sua
realização. Como freira fez seus votos de castidade, se manter celibatária.
Os compromissos com a
religião, os votos monásticos, obviamente a impedem de ser mãe. Apesar disso, das
formalidades imperiosas, ela também se sente mãe pelas palavras do papa
Francisco quando “ insistiu na necessidade de que as religiosas sejam
espiritualmente fecundas e nesse sentido sejam mães e não solteironas”.
A terceira irmã, a mais nova, claro que também não é mãe, é
liberal, cabeça aberta, vivendo no seu tempo. É homossexual.
Sua opção sexual é ser lésbica. Essa atração sexual, física
e afetiva por outra mulher e evidentemente por esse tipo de escolha, por sua pela
natureza, implica quem sabe biologicamente, pela genética, ou fisiologicamente, mais do que tudo isso, pela vontade própria,
pelo seu jeito de ser nunca será mãe, jamais engravidará. Três situações que
não fizeram das três irmãs serem mães.
São simplesmente três detalhes, três fatos diferenciados
para explicar o quê: não ser mãe. Mãe é mãe. Indiscutível. Acabou. Ponto final.
Se a mulher não é mãe, oportunizará a marca desagradável, o
dito espirituoso pela pilhéria, da maldade zombeteira em ser solteirona.
A primeira protagonista, a irmã mais velha talvez por uma sua
vontade, por sentimento nunca aflorado jamais seria uma solteirona pelo deboche,
diríamos simplesmente solteira, porque deveres assim a fizeram.
As outras duas serão
o quê por suas opções? Não se sabe.
O que se sabe em definitivo é de que elas, solteiras ou
solteironas, não fazem parte da sociedade de consumo do Dia das Mães, o que o
comércio lamenta profundamente.
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