segunda-feira, 20 de maio de 2013

Como foi o Dia das Mães


Como foi o dia de comemorações e homenagens às mães é tema recorrente em relação às festividades do domingo passado.

Para o comércio, no aspecto filosófico do materialismo, da força consumista, dos valores econômicos e financeiros, do resultado positivo entre custo e beneficio, de vendas e lucro: excepcional.

 Pela espiritualidade, pelo sentimento amoroso, pela sensibilidade do carinho, para inumeráveis famílias, plena felicidade.

Para uma quantidade imensurável de mães um dia de afago, data de ternura e meiguice, abraços, beijos, felicitações e principalmente receber presentes.

Para aquela família de 14 irmãos – 10 mulheres e quatro homens – não foi muito diferente, embora entre as mulheres nem todas são mães, por uma questão ou outra.

Uma certeza: a causa não é a infertilidade.

Na verdade entre as 10 mulheres há sete mães, portanto três não alcançaram a sublime realização da maternidade, a condição da fêmea em ser mãe.

As três seriam na forma maldosa, pejorativa, como estigma, rotuladas de solteironas.

Na reunião familiar de congraçamento entre mães e filhos evidentemente as setes mães estavam felicíssimas com o carinho dos filhos, o reconhecimento dos pais.

Mas e as outras três irmãs. Qual seria o sentimento em não ser mãe, numa festa que para elas poderiam ser consideradas como estranhas?

São três diferentes razões. Para a irmã mais velha seria de frustração.

Como primogênita arcou com responsabilidades familiares. Verdadeiro arrimo das irmãs perdeu sua juventude, parte de sua vida, com as obrigações, no período em que os pais somente não poderiam dar sustentabilidade ao lar

Passou o tempo e o tempo passado não deu tempo para namorar, iniciar um relacionamento, buscar a felicidade, encontrar a almejada alma gêmea, casar ou não, pouca importa, mas sim, ser mãe.

A segunda das irmãs encontrou na vida religiosa sua realização. Como freira fez seus votos de castidade, se manter celibatária.

 Os compromissos com a religião, os votos monásticos, obviamente a impedem de ser mãe. Apesar disso, das formalidades imperiosas, ela também se sente mãe pelas palavras do papa Francisco quando “ insistiu na necessidade de que as religiosas sejam espiritualmente fecundas e nesse sentido sejam mães e não solteironas”.

A terceira irmã, a mais nova, claro que também não é mãe, é liberal, cabeça aberta, vivendo no seu tempo. É homossexual.

Sua opção sexual é ser lésbica. Essa atração sexual, física e afetiva por outra mulher e evidentemente por esse tipo de escolha, por sua pela natureza, implica quem sabe biologicamente, pela genética, ou fisiologicamente,  mais do que tudo isso, pela vontade própria, pelo seu jeito de ser nunca será mãe, jamais engravidará. Três situações que não fizeram das três irmãs serem mães.

São simplesmente três detalhes, três fatos diferenciados para explicar o quê: não ser mãe. Mãe é mãe. Indiscutível. Acabou. Ponto final.

Se a mulher não é mãe, oportunizará a marca desagradável, o dito espirituoso pela pilhéria, da maldade zombeteira em ser solteirona.

A primeira protagonista, a irmã mais velha talvez por uma sua vontade, por sentimento nunca aflorado jamais seria uma solteirona pelo deboche, diríamos simplesmente solteira, porque deveres assim a fizeram.

 As outras duas serão o quê por suas opções? Não se sabe.

O que se sabe em definitivo é de que elas, solteiras ou solteironas, não fazem parte da sociedade de consumo do Dia das Mães, o que o comércio lamenta profundamente.

                                                    *** ***

 

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário