O mais importante e altaneiro projeto de quem faz carreira
política, na realização de seu objetivo maior, é eleger-se presidente de uma
nação e no caso específico aqui a ser mencionado, permite uma pergunta direta,
indispensável e fundamental:
A pessoa que não tem capacidade de organizar e fundar um
partido político teria competência em governar um país?
Marina Silva não conseguiu satisfazer as exigências da
Justiça eleitoral para regularizar o seu partido Rede Sustentabilidade. Não
teve como arregimentar o número mínimo de assinaturas (496 mil) devidamente
autenticadas. A adesão esperada de eleitores para satisfazer os procedimentos
legais não teve o espírito, o desejo não foi correspondido ao que foi proposto,
a oficialização partidária.
Sabia que se tratava de uma causa perdida, pela não
observação da legislação para registro de um partido, mas esteve lá, na última
instância, presente evangelicamente e piedosa na platéia do tribunal, quando
seu processo foi apreciado, acreditando na benevolência, na comiseração, na
condescendência dos senhores juízes do Tribunal Superior Eleitoral.
Mas se fez a lei. Prevaleceram os requisitos impostos pela
legislação o que foi verificado e esclarecido conforme julgamento pelos
senhores juízes, de forma insofismável, inequívoca e inquestionável.
Marina perdeu e acusou o PT de pérfido. O seu ex-partido tentou
obstruir de todas as maneiras a criação do Rede Sustentabilidade, primeiro num
projeto no Congresso, depois pela má vontade dos cartórios eleitorais e segundo
seu pensamento, funcionários a serviço da ordem petista. Seriam milhares de
petistas em cartórios nacionais, mas ao que parece, não. Faltou competência ao
Rede para se mostrar lídimo, se legitimar como partido. No Cartório Eleitoral
de Caxias do Sul, cidade que ultrapassa aos 322 mil eleitores, 560 eleitores
assinaram ficha pelo Rede. Desses somente 438 foram legitimados, 93 assinaturas
não conferiram com documentos (portanto falsas) e 46 eleitores nem pertenciam a
cidade. No Cartório Eleitoral de Farroupilha, somente 185 assinaturas, foram
devidamente aceitas e registradas num universo de pouco mais de 51 mil
eleitores. Talvez acreditando em seu carisma, não tão comprovado assim agora, e
nos milhões de votos na última eleição, por isso tudo Marina, mostrou exagerada
convicção, uma deslumbrada autoconfiança, de que o tempo não seria problema, o
curto espaço de tempo sete meses.
O recém criado Solidariedade, que tem como base a força dos
sindicatos dos trabalhadores, levou dois anos para se organizar e atender os
requisitos da legislação. O outro novel partido criado PROS, seu líder levou
seis anos para se organizar.
Marina, na tentativa frustrada de fundar seu partido
político, foi com desalento que teve que adiar a ideia de ter uma agremiação
como paradigma autêntico da ética, uma associação pela decência no exercício da
atividade política de acordo com os valores morais da conduta humana.
Marina não conseguiu, perdeu. Sem o partido ideal da
integridade de caráter político, inevitável a postergação de uma candidatura para
uma eleição presidencial por mais quatro anos. Não quis esperar. Esqueceu seus
propósitos idealistas, desprezou os princípios de uma política pela retidão.
Quis ser imediatista ou vingativa. De imediato não teve a paciência da espera, não
poderia ficar afastada do próximo pleito eleitoral, por isso a adesão a outro
partido, o que pode ter decepcionado, imaculado profundamente seus puristas
seguidores.
Dona de 20 milhões de votos na última eleição, o que
determinou um segundo turno no pleito de 2010, Marisa com o espírito vingativo,
buscando a desforra, não poderia ficar fora em 2014, não ficaria sem atrapalhar
mais uma vez a eleição do PT, determinando provavelmente mais um segundo turno
ou até mesmo vencer a eleição desde que o PSB de Eduardo Campos permitir.
Imediatista ou vingativa a verdade é de que Marisa traiu os princípios, a
ética, do morto no nascedouro Rede Sustentabilidade.
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