Nas quatro semanas que antecedem o Natal, os cristãos se
preparam para as comemorações natalinas, liturgia denominada de Advento (do
latim adventus, que pode significar vinda ou chegada).
É um tempo com o ritual de preparação em que predomina a
alegria, a imensa expectativa dos fiéis esperando o nascimento de Jesus Cristo,
tempo em que vivem o amor, a fraternidade e a paz.
Tem outra gente – talvez não tão cristã assim - que se
prepara para o Natal até dois meses com antecedência. Seriam os infiéis, ateus ou
agnósticos, descrentes profanos com suas irreverências em relação às coisas
sagradas, como o nascimento de Cristo.
Seriam todos aqueles em que o Natal não teria aspecto tão
rigorosamente religioso.
O Natal concernente ao capitalismo, as cifras, as vendas, a
ganância sem limites, o exagero em agradar, contentar a sociedade de consumo.
Sociedade que esta ligada ao materialismo, a luxuria, à
satisfação pessoal ou de outrem, com espiritualidade em segundo plano, se não
for totalmente esquecida.
Casas de famílias cristãs com árvore
de Natal montada.
Luzinhas piscantes a envolvem como
se fossem estrelas guias assinalando o caminho da fraternidade, da paz, da esperança,
do amor, na estrada da vida.
As luzonas de lojas possuem aquele forte fluxo radiante de
estonteantes cores, capaz de estimular a vontade de compra, chamar a atenção de
um distraído passante.
No lar cristão há sempre a
exposição do presépio com o menino na manjedoura, simbolismo da humilde.
Para o consumo essa imagem da
modéstia, da simplicidade não interessa.
O substancial é o poder para
adquirir, condição para comprar, materialismo em forma de dinheiro.
A real comemoração do Natal, o
nascimento de Jesus Cristo, fica restrita aos cristãos.
Na sociedade de consumo a figura
de Cristo é substituída pelo lendário e tradicional Papai Noel, hoje em dia, o
elemento simbólico do consumismo.
Uma imagem deturpada, pois o
verdadeiro Papai Noel, mais precisamente São Nicolau Taumaturgo, arcebispo
turco, costumava ajudar as pessoas pobres da cidade de Mira com presentes.
As crianças - que no dia do
nascimento também foram “jesus” - enlevadas se encantam com Papai Noel, o bom
velinho, que significa presentes e que está a serviço da sociedade consumista
da classe média.
Como se observa esse texto nos
remete a clássica e antiga discussão que envolve a espiritualidade e
materialismo, os dogmas religiosos e a sociedade de subsistência, conceitos
ideológicos, o capitalismo selvagem, desenfreado ou não.
São assuntos polêmicos,
discutíveis, de focos diferenciados pela vontade e opinião de cada um, pelo
jeito de ver de cada qual ao encontro do interesse de cada um.
Conforme o ceticismo são teses
baseadas na dúvida constante, na renúncia de atingir a verdade absoluta.
Assim há os do lado de cá, tem os
do lado de lá, respeitando a doutrina religiosa, o pensamento filosófico de cada
um, até mesmo daquele “que nem tá ai”, “tá fora dessa”.
Assim conceitos, opiniões e definições
se houverem, nesse aspecto serão eternas.
Algo é certo e obrigatoriamente
se busca entender. Na verdade existe a vida espiritual, mas há a filosofia do
materialismo, obviamente em que perdura a matéria, o dinheiro, o consumo, a
subsistência humana, o conjunto das coisas necessárias para o sustento da vida,
necessidades para mover a roda da fortuna, a roda da vida.
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