quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

História

A partir de 1930 o país passou a ser comandado pelo ditador Getulio Vargas.
Por força do tiranismo subiu ao poder com um golpe de estado pela revolução de 30, que despojou pela força das armas, o presidente da República Washington Luiz e impediu a posse do presidente eleito democraticamente naquele ano, Julio Prestes.
Esse movimento revolucionário provocou queda da chamada República Velha e início de um processo político denominado Governo Provisório, que de provisório nada tinha, perdurando por alguns anos
A Revolução Constitucionalista de 1932 provocada pelos paulistas tinha como bandeira de luta o retorno pleno da democracia. Superado e passado o momento revolucionário a questão política recrudesceu. Eleições realizadas e uma Assembléia Constituinte proclamou a Constituição de 1934, a segunda republicana.
Como toda a Constituição, foi redigida para organizar um regime democrático assegurando a Nação a unidade, a liberdade, a justiça, o bem-estar social e econômico.
Na realidade trata-se de uma retórica com um conjunto de regras nem sempre fielmente obedecido, sem o cumprimento à risca de seus princípios.
Foi a Constituição na história brasileira que menos durou, três anos, na verdade oficialmente durou apenas um ano. Em 1938, constitucionalmente, haveria eleições livres inclusive para presidente da República.
Não houve. Em 1937 surge uma nova constituição, essa autoritária, que foi outorgada por Getulio Vargas e assim ele, Vargas, continuando presidente e ditador e o pleno estado revolucionário autoritário.
Pois bem, todo esse preâmbulo, essa lenga-lenga revolucionária ditatorial, o texto histórico republicano é para afirmar que Farroupilha nasceu, emancipou-se, num interregno democrático de um ano, num breve período de liberdade, durante a Constituição e o ano de 1934.
Sendo assim surgiu Farroupilha num curto período de plena democracia, na verdade nem tanto assim, meio falseado, meio fajuto.
Num momento constitucional emancipou-se Farroupilha, mas foi necessário o poder despótico, o regime de exceção, a participação dos homens, governantes e governados, pertencentes ao regime autoritário, membros de um sistema ilícito, figuras da ilegalidade, para que o grito emancipador da liberdade ecoasse, para que o povo dessa
terra farroupilha livra-se do jugo, submissão, sujeição e opressão da autoridade caxiense.  Estava prestes a terminar o espólio, a privação das riquezas farroupilhenses por  Caxias do Sul, através da cobrança de escorchantes impostos, gente explorada pelo vizinho município por não possuir autonomia e independência.
General Flores da Cunha era uma dessas personalidades, protagonista ativo do momento revolucionário, da era Vargas, de quem era amigo e companheiro, súdito fiel.
Flores da Cunha, no período do governo totalitário de Vargas foi interventor nomeado,  ou seja, representante do governo federal no Rio Grande do Sul, desde 1930.   
Com a Constituição de 1934, com eleições programadas, Flores da Cunha tinha o desejo de legalmente se eleger governador e foi nessa campanha eleitoral junto aos futuros farroupilhenses que o general prometeu a emancipação política.
Há uma foto, já publicada pelo “O Farroupilha”, em que Flores da Cunha, em campanha política prometendo a emancipação, chega a antiga estação férrea de Nova Vicenza e aparece garbosamente uniformizado, descendo do trem. Sua visita não foi em vão.
Algum tempo depois uma comitiva de 35 farroupilhenses, liderada por Ângelo Antonello, representante das comunidades de Nova Vicenza, Nova Milano, Nova Sardenha e Vila Jansen, entregou a petição reivindicatória de emancipação.
E assim foi feito, criada a cidade de Farroupilha através do decreto estadual 5.779 de 11 de agosto de 1934 e o neófito município daquela maneira batizado, em homenagem ao centenário da Revolução Farroupilha, que seria comemorado no ano seguinte (1935). 
De certa maneira sinto-me honrado, me causa imensa satisfação nesse processo de emancipação, em razão de uma ligação familiar. Meu avô, Faustino Gomes, espanhol, radicado em terra farroupilhense, fez parte da comissão de emancipação.
Parabéns à Farroupilha e ao seu povo pelos 79 anos.
  






 


Nenhum comentário:

Postar um comentário