sexta-feira, 8 de maio de 2015

Rede Globo: império de 50 anos

Ano 1925. Surge o jornal O Globo, fundado por Irineu Marinho, base de toda a estrutura da poderosa Rede Globo, o principio determinante da influência da família Marinho na sociedade brasileira. O Globo, no seu surgimento, fez forte oposição à República Velha. O primeiro Marinho queria de fato um regime autêntico democrático sem a tirania dos políticos de São Paulo e Minas Gerais. Desejava mudanças. Assim apoiou o movimento político denominado de Aliança Liberal, base da formação da República Nova com Getulio Vargas. No andamento do governo de Vargas o Globo se decepciona e a partir daí começa a criticar as medidas governistas. A família Marinho, proprietária de jornal e emissoras de rádio, desejava expandir seu poder na imprensa com uma emissora de televisão. Os preparativos para o início de funcionamento da futura TV Globo começaram em 1961. Encontrou inúmeras dificuldades iniciais.  Administração, tecnologia, dinheiro, eram objeções à realização do projeto. Um pouco antes, pelos anos 50, o grupo americano Time-Life buscava parcerias para criar um canal de televisão. Roberto Marinho gozava de importantes e poderosas amizades e assim conseguiu junto aos americanos oferecer a parceria desejada. Time-Life, tinha experiência e conhecimento e o mais importante recursos financeiros. Os Marinhos obtiveram dinheiro para comprar equipamentos e garantir a montagem de toda uma infraestrutura. Assim, em 1965 surgiu a Tv Globo, canal 4, no Rio de Janeiro.
O negócio feito com os americanos de tal maneira para muita gente se mostrava como uma negociata, por ser tratar de uma operação inconstitucional: era proibido, pela Constituição, qualquer pessoa ou empresa estrangeira ter participação na imprensa brasileira. Os brasileiros se indignaram com os acontecimentos pelo sentimento de lesa pátria, como se fosse um atentado a soberania nacional.
 As Organizações Globo peremptoriamente apoiaram o golpe militar de 1964. A colaboração ao militares tinha como compensação a proteção política à família Marinho. Com o resguardo oferecido, no passar do tempo, o escândalo Time-Life/ Globo, caiu no esquecimento, ficou por isso mesmo.
Por seu sistemático conservadorismo a Rede Globo sempre se contrapõe as mudanças. Foi opositora à posse de João Goulart. Em 1982 fez manipulações para fraudar as eleições inviabilizando a vitória de Leonel Brizola, como governador no Rio.
Na campanha das Diretas Já, absteve-se, ficou alheia ao movimento. Alienada não propagandeou, muito menos noticiou o grande ato de civismo da época.
Em 1989 temia uma possível vitória de Silvio Santos do SBT como presidente da República. Do nada buscou em Alagoas um tal “Caçador de Marajás”, o Fernando Collor. A legislação eleitoral impediu a candidatura de Silvio Santos. Quem passou a ser adversário da Globo e de Collor foi Lula. O favorito para vencer a eleição era Lula e por isso mais manipulação. Em seus noticiários a montagem do debate entre Collor e Lula favorecia Collor, detonava Lula.
Dúvida nenhuma quanto ao poder da Rede Globo como formadora de opinião, a capacidade de influenciar o povo brasileiro. Prevalece como determinante opinativa de maneira subjetiva, até mesmo no entretenimento das novelas e transmissões esportivas. Mais. Sempre tem gente que diz...”Deu no Fantástico”.  Mais. Quando aquela vinheta conhecidíssima do Jornal Nacional se faz ouvir anunciando “plantão do Jornal Nacional” é o corre-corre para frente da televisão.
Por esses caminhos a Rede Globo, ao seu bem entender, mediante sua vontade, de acordo com seu ditame do pensamento conservador é na verdade o governo desse país, diríamos pelo subjetivismo, comandada pela família Marinho. Assim foram os 50 anos passados e assim serão os próximos 50 anos.


   




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