segunda-feira, 25 de maio de 2015

Youssef: vida bandoda

Um posto de abastecimento para combustíveis é usual em sua prestação de serviços, o fornecimento de gasolina, troca de óleo, a loja de conveniências, o lava jato para rápidas lavagens, cortesia da administração do posto para com a sua freguesia.
Além do comércio normal, nada decente e honesto também pode ocorrer. Outros negócios paralelos acontecem de forma criminosa, adjetivados como escusos, qualificados como escabrosos. Enfim, negociatas escandalosas, mutretas e falcatruas, uma série de atividades ilícitas, envolvendo a Petrobras, políticos e grandes empreiteiras, que foram descobertas pela polícia com a investigação deflagrada iniciada para descobrir o esquema de lavagem e desvio de dinheiro, evasão de divisas, que foram flagradas, originadas em posto de gasolina. Por isso a operação policial da lavagem rapidinha em posto levou o epíteto de Lava Jato. Faz sentido.
A investigação policial tem como um dos principais protagonista no esquema criminoso, o sujeito de nome Alberto Youssef.
O homem nascido em Londrina (PR) é de família oriunda do Oriente Médio. Criança, pelas ruas de Londrina, vendia salgadinhos. Cresceu. Adolescente iniciou sua vida bandida. Seu banditismo começou como sacoleiro: mercadorias compradas no Paraguai, sem o devido pagamento de impostos, revendidas no Brasil.
Por esse comércio ilícito foi detido cinco vezes. Perdia a muamba, mas ficava em liberdade para novas aventuras desonestas internacionais.
Youssef cresceu na vida bandida. De muambeiro passou a ser um doleiro.
Como agente de câmbio negro, operante no mercado paralelo da compra e venda de dólares, esteve envolvido em falcatruas do Banestado. Naquela ocasião enviou de maneira irregular 30 milhões de dólares para o exterior do banco paranaense. Ao mesmo tempo Youssef administrava contas bancárias no estrangeiro, utilizadas para remessas de dinheiro. Na época, por tudo isso, foi condenado. Conhecido também como dedo-duro, pela delação premiada entregou seus parceiros e como prêmio ficou em liberdade. As atividades criminosas de Youssef eram diversificadas. Ainda, no ano de 2002, esteve envolvido com a Cia. Paranaense de Energia por um desconfiado e suspeito pagamento de milhões de reais.
A eficiência do doleiro no Paraná foi aproveitada a nível nacional, no chamado Petrolão , com a incumbência em enviar ilicitamente dólares para o exterior de achacadores, provenientes de propinas, de extorsões de dinheiro na Petrobras.     
A vida bandida de Youssef remonta aos anos 90. Na delação premiada pela operação Lava Jato (gravação em vídeo Youssef Furnas no YouTube) o alcaguete declarou que ouviu do falecido ex-deputado José Janene (PP) e do presidente da empresa Bauruense que prestava serviços a Furnas (Eletrobrás) que o então deputado Aécio  Neves recebia propina daquela empresa, valores entre 100 mil e 150 mil dólares ao final dos anos 90. Youssef se envolveu também com o senador mineiro Antônio Anastasia (PSDB) com a suspeita de ter pago 1 milhão de reais de origem duvidosa.
A vida bandida de Youssef é dessa maneira. Politicamente correto, pois serve a todo e qualquer partido político, claro desde que seja bem aquinhoado.
Para a polícia, quando foi condenado pelas negociatas do Banestado (2002), admitiu ser dono de cinco milhões de dólares. Por escutas telefônicas, mais recentemente, a polícia descobriu que numa conversa de Youssef com alguém, lamentava que possuía em conta 150 milhões de dólares, mas faliu e ficou no negativo financeiro de 20 milhões de dólares. Que peninha. Alguém acredita.
 Como dedo-duro, pela delação premiada, como já aconteceu anteriormente, não demorará muito e estará em liberdade para desfrutar aqueles dólares nunca denunciados em algum esconderijo fiscal no exterior. Excelente prêmio.


  

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