Acredite.
Até meados dos anos de 1960 o vereador não era remunerado. Desempenhava sua
função por idealismo, por um profundo espírito de civismo, devoção pelo
interesse público. O tempo passou. A época romântica de vereança, se assim
podemos definir, terminou e com isso o sistema ético pela pura vocação, em que
a questão pecuniária não tinha qualquer influência, nenhuma importância.
Em período atual
vereadores são bem remunerados, fazem da política um meio de vida, questão
profissional. Muito provavelmente por isso se explica os gastos excessivos numa
campanha eleitoral para o legislativo municipal. Além de bons salários,
vereadores podem melhorar seus rendimentos desfrutando algumas benesses como
diárias para viagens em que o argumento é a necessidade de adquirir
conhecimentos para uma perfeita legislatura. Normalmente os congressos programados,
talvez por uma mera coincidência, são realizados em cidades turísticas como Foz
do Iguaçu, em estações de águas ou balneários.
Cada Câmara
de Vereadores, de acordo com suas futuras despesas realiza previsões financeiras,
elabora um orçamento e envia ao Executivo anualmente.
Algumas
câmaras preparam o orçamento dentro do estritamente necessário, com ética e
respeito ao dinheiro público.
Outras nem
tanto. Não respeitam a decência. Erário público serve para gastos exagerados de
diárias, pagamentos a assessores que podem ser identificados, muito deles, de
fantasmas.
Senão
vejamos. O município de Tramandai por sua Câmara de Municipal teve uma despesa
total de R$ 4.246.225,56 (2014). Tramandai tem uma população de 45.744
habitantes. Vale a comparação.
Farroupilha tem mais de 68 mil habitantes e a despesa total de sua câmara foi de
R$ 2.203.556,33 (2014), ou seja, Farroupilha que tem aproximadamente 23.000
habitantes a mais que Tramandai, entretanto, o município do litoral norte, tem
uma Câmara Municipal que gasta R$ 2 milhões a mais que a farroupilhense.
Não foi à
toa que num levantamento de dados realizado pelo Ministério Público de Contas
(MPC) descobriu-se que Tramandai é a cidade gaúcha que teve os maiores gastos
com diárias em viagens um total de R$ 318.768,70. Como paradigma, como
diferencial Farroupilha teve uma despesa com diárias de R$ 14.518,16.
Essa farra
com diárias é praticada em muitos municípios o que surpreende são os municípios
de pequenas populações. O município também litorâneo de Imbé, vizinho de
Tramandai, com uma população de 19.676 habitantes, foi o terceiro no estado com
gastos de diárias com seus vereadores, um total de R$ 282.640,95. Isso
significa na relação de despesas da câmara com os gastos de diárias um
percentual de 10,22%. Mais. A despesa total (2014) da Câmara Municipal foi de
R$ 2.766128,20. Vale mais uma comparação com Farroupilha. São aproximadamente
mais de 48 mil farroupilhenses comparados aos habitantes de Imbé, no entanto as
despesas do legislativo imbeense (R$ 2.766.128,20) é superior em exato R$
562.571,87.
Por aqui, na
região serrana, o município de Bom Jesus, com 11.809 habitantes, teve uma
despesa total com a sua Câmara de Vereadores de R$ 861.761,38, gastou com
diárias R$ 51.364,50, o que significa na relação de despesas com os gastos de
diárias um percentual de 5.96%.
Mais
comparações com Farroupilha. A câmara farroupilhense com os gastos de diárias em
relação a despesa total, significou 0,66%. Farroupilha tem mais ou menos 57 mil
habitantes em relação a Bom Jesus.
Assim a
festança com dinheiro público prossegue. Erário publico esta ai para ser
esbanjado. Existem Câmaras de Vereadores em que a farra financeira faz a
alegria de muitos que desconhecem crise financeira e a econômica inexiste.
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