segunda-feira, 18 de abril de 2016

DILMA OU MICHEL

Enquanto no planalto, lá em Brasília, vossas excelências, os deputados pelo povo eleitos, discutem seus interesses políticos pessoais, esse mesmo povo na planície enfrenta inúmeras dificuldades, tenta sobreviver no maldito cotidiano com a insegurança, crianças entre balas perdidas, cidadãos assaltados e assassinados, precário policiamento, dantesca situação flagrada no noticiário policial.
Nas informações do setor econômico os fatos são desconsoladores com o deprimente desemprego, servidores públicos com salário atrasado.
Nossos eleitos debatem, discutem, brigam pelo poder, formam uma verdadeira algaravia numa confusão de vozes e gritos. Lá estão eles, uns querendo ficar no governo, outros com o desejo de chegar ao governo.
Estão divididos em dois ferrenhos grupos: um “não vai ter golpe”, o outro “impeachment já”. Cada qual com cartazes determinando sua preferência. Verdadeiro carnaval em meio a bandeirolas e fitinhas verde-amarelas.
O plenário transformou-se num local despudorado, de plena algazarra. Regras de bom comportamento não são respeitadas. 
Os presentes não condizem com respeitoso tratamento de vossa excelência.  Alteram-se. Um quer falar mais alto que o outro, para isso gritam, há ameaças.
A baderna prossegue. Nessa assembléia seus personagens protagonizam cenas de alunos em recreio na escola: gozações, ofensas, impropérios. É revelada a essência da má-educação, a falta de civilidade pelo comportamento inadequado naquele local que deveria ser de total reverência, um dos poderes da República.
O ambiente pode ser análogo a uma quermesse beneficente onde há prêmios. O governo oferece, negocia cargos desde ministérios até o terceiro escalão. Quem quer ser governo não faz de menos: oferece mamatas futuras.
Na baderna parlamentar tem gente enrolada na bandeira verde-amarela. Um acinte para com um dos símbolos da República. Nesse caso, alguém assim desfraldando a bandeira tenta mostrar pela sua causa, o patriotismo. Segundo o inglês Samuel Johnson “o patriotismo é o último refugio dos canalhas”.
A Câmara Federal tem entre seus representantes gente envolvida com inquéritos judiciais, casos de polícia, começar pelo próprio presidente dessa gente. A comissão especial formada para o processo de impeachment por 65 deputados, 37 tem contas a prestar à Justiça por ações criminais e cíveis.
O Impeachment passou na comissão especial com 58 votos a favor e contra 27. Dos 58 deputados a favor 35, respondem a inquéritos. Dos 27 contra, dois estão sendo investigados.
A Câmara Federal em seu todo tem 160 deputados investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), alvos de inquéritos e ações penais.
Essa gente no próximo domingo é que irá votar e determinar o destino da Nação, estabelecer um novo poder ou não para os brasileiros.
A realidade é que democraticamente temos que aceitar o processo, embora com o sentimento de escracho pela desmoralização da classe política.
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- Na há dúvida quanto o favoritismo da turma do “impeachment já”. Assim Michel Temer será presidente, o PMDB de fato governo. Há 24 anos o partido foi governo. Tempo de José Sarney.
- Fica difícil para a Dilma com o voto aberto no plenário vencer a oposição. Como 60% da população desejando impeachment, deputados não irão votar contra seus eleitores.
- Proporcionalidade. Na comissão especial o impeachment foi aprovado
por 38 deputados, ou seja 58% dos votos.. Contra foram 27 percentual de 42%.
Se levarmos em consideração essas porcentagens entre os 513 deputados Dilma fica, com 215 votos, Michel perde com 297. 







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