Enquanto no
planalto, lá em Brasília, vossas excelências, os deputados pelo povo eleitos,
discutem seus interesses políticos pessoais, esse mesmo povo na planície
enfrenta inúmeras dificuldades, tenta sobreviver no maldito cotidiano com a
insegurança, crianças entre balas perdidas, cidadãos assaltados e assassinados,
precário policiamento, dantesca situação flagrada no noticiário policial.
Nas
informações do setor econômico os fatos são desconsoladores com o deprimente
desemprego, servidores públicos com salário atrasado.
Nossos
eleitos debatem, discutem, brigam pelo poder, formam uma verdadeira algaravia
numa confusão de vozes e gritos. Lá estão eles, uns querendo ficar no governo,
outros com o desejo de chegar ao governo.
Estão
divididos em dois ferrenhos grupos: um “não vai ter golpe”, o outro “impeachment
já”. Cada qual com cartazes determinando sua preferência. Verdadeiro carnaval
em meio a bandeirolas e fitinhas verde-amarelas.
O plenário transformou-se
num local despudorado, de plena algazarra. Regras de bom comportamento não são
respeitadas.
Os presentes
não condizem com respeitoso tratamento de vossa excelência. Alteram-se. Um quer falar mais alto que o
outro, para isso gritam, há ameaças.
A baderna
prossegue. Nessa assembléia seus personagens protagonizam cenas de alunos em
recreio na escola: gozações, ofensas, impropérios. É revelada a essência da
má-educação, a falta de civilidade pelo comportamento inadequado naquele local
que deveria ser de total reverência, um dos poderes da República.
O ambiente
pode ser análogo a uma quermesse beneficente onde há prêmios. O governo
oferece, negocia cargos desde ministérios até o terceiro escalão. Quem quer ser
governo não faz de menos: oferece mamatas futuras.
Na baderna
parlamentar tem gente enrolada na bandeira verde-amarela. Um acinte para com um
dos símbolos da República. Nesse caso, alguém assim desfraldando a bandeira
tenta mostrar pela sua causa, o patriotismo. Segundo o inglês Samuel Johnson “o
patriotismo é o último refugio dos canalhas”.
A Câmara
Federal tem entre seus representantes gente envolvida com inquéritos judiciais,
casos de polícia, começar pelo próprio presidente dessa gente. A comissão
especial formada para o processo de impeachment por 65 deputados, 37 tem contas
a prestar à Justiça por ações criminais e cíveis.
O Impeachment
passou na comissão especial com 58 votos a favor e contra 27. Dos 58 deputados
a favor 35, respondem a inquéritos. Dos 27 contra, dois estão sendo
investigados.
A Câmara
Federal em seu todo tem 160 deputados investigados pelo Supremo Tribunal
Federal (STF), alvos de inquéritos e ações penais.
Essa gente
no próximo domingo é que irá votar e determinar o destino da Nação, estabelecer
um novo poder ou não para os brasileiros.
A realidade
é que democraticamente temos que aceitar o processo, embora com o sentimento de
escracho pela desmoralização da classe política.
*** ***
- Na há dúvida quanto o favoritismo da turma do
“impeachment já”. Assim Michel Temer será presidente, o PMDB de fato governo.
Há 24 anos o partido foi governo. Tempo de José Sarney.
- Fica
difícil para a Dilma com o voto aberto no plenário vencer a oposição. Como 60%
da população desejando impeachment, deputados não irão votar contra seus
eleitores.
- Proporcionalidade.
Na comissão especial o impeachment foi aprovado
por 38
deputados, ou seja 58% dos votos.. Contra foram 27 percentual de 42%.
Se levarmos
em consideração essas porcentagens entre os 513 deputados Dilma fica, com 215
votos, Michel perde com 297.
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