domingo, 24 de abril de 2016

Votação do impeachment !!! Espetáculo circense

 O local não seria adequado. Naquele amplo lugar, plenário de um dos poderes da República, venerável e respeitoso ambiente, durante a histórica votação do impeachment a maioria dos deputados não teve o comportamento desejado da figura idônea, a integridade de caráter, como parlamentar digno representante do povo.
O plenário da câmara naquele domingo parecia ser palco de cenas do teatro fantástico, gênero centrado em narrativas não ficcionais. Nada ali era fantasia. Pura realidade. Tudo ali acontecido poderia ser uma peça do teatro burlesco, que se caracteriza por misturar tipos, poderia ser também um tablado do teatro do absurdo em que os atores tem comportamentos estranhos e bizarros.
Lamentavelmente o solene local para cerimônias públicas e republicanas ficou maculado por muitos protagonistas, análogo a um picadeiro para um espetáculo circense.
Aconteceu cusparada. Deputado enaltecendo a tortura. Corruptos julgando a corrupção, a partir do líder maior, deputado Cunha (PMDB) com muita coisa a explicar  conforme investigação da Lava-Jato.
Coisa do teatro burlesco ou do absurdo. Paulo Maluf (PP) votou SIM contra a corrupção. Deputados do PP também disseram votar contra a corrupção, embora 17 deles estejam indiciados na Lava-Jato.
A deputada votou SIM, e proclamou enrolada na bandeira brasileira que sua cidade, muito bem administrada deveria ser um exemplo para o Brasil. No dia seguinte o camburão da Polícia Federal prendia o prefeito da cidade que é o marido da deputada.
Na verdade parte do Brasil segue o exemplo solicitado pela deputada com políticos da  estirpe do marido.
 Os 10 segundos de fama foram proporcionados aos deputados do chamado “baixo clero” – deputados de pouca expressão - diante do microfone e à frente da televisão.
Assim mesmo o tempo exíguo oportunizou que a língua portuguesa fosse vilipendiada por erros crassos na linguagem. Cassaram a concordância nominal e verbal.
Votaram pela família, a mulher, filhos e netos, ninguém votou pela pátria amada.
Deus também foi muito lembrado pelos deputados em estado pecaminoso: “Não pronunciar o santo nome de Deus em vão”. Pecado maior é misturar Deus com comparsas da desonestidade, da corrupção.
Deputado, no momento do voto, desejava votar com o filho no colo tentando torná-lo celebridade. Não conseguiu, não foi permitido.
A fuzarca prossegue. Deputados em volta do microfone se espremem no apertado local querendo aparecer, como papagaio de pirata, no vídeo da televisão.
Horas e horas insuportáveis com desfile de personagens bizarros, excêntricos, esquisitos. Por outro lado conhecemos deputados, que permite uma indagação: quais foram os “eleitores” que votaram neles?






  

      

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