quarta-feira, 5 de outubro de 2016

A eleição que não houve...houve sim, vencida por 1 voto

Temporada de eleição municipal. Estimulado pela curiosidade busco conhecimentos relativos às outras eleições farroupilhenses. Na verdade muitas eleições que deveriam ter sido realizadas não aconteceram.
Tempo da revolução de 1930, ditadura de Getulio Vargas. O despotismo não permitia ao cidadão manifestar sua escolha pelo voto.
Em 1934, sobre pressão Vargas teve que aceitar que uma nova Constituição fosse promulgada.  
Na emancipação de Farroupilha (1934), ainda persistia o regime de exceção e sem eleição, o primeiro prefeito de Farroupilha não é escolhido pelo voto livre e universal de seus munícipes. Armando Antonello, primeiro prefeito, foi nomeado.
Em 1935, realizam-se as eleições. O então prefeito nomeado Armando Antonello se candidata e pelo voto dos farroupilhenses o primeiro prefeito eleito.
Esse período democrático durou pouco. Em 1937 o retorno do regime autoritário com a outorga da Constituição que instituiu o Estado Novo, liberdade e direitos extinguidos. Antonello legitimamente eleito, desapossado.
O poder arbitrário mais uma vez retirou o estado de direito, fim de eleições, o retorno ao sistema de nomeação dos governantes.
Em Farroupilha, exonerado Armando Antonello, nomeado para o cargo o capitão Eudoro Lucas de Oliveira. A sequência dos nomeados: tenente Januário Dutra; Nelson Thooy Schneider; Antonio Pedroso Pinto; Raul Cauduro; Alberto Farinon.
Em 1946, nova Constituição, estado pleno de direito, a independência dos poderes.
Eleições em Farroupilha, vencedor João Baumgartner que falece no exercício de seu mandato. Assume o vice Angelo Bartelle.
Ainda na democracia eleito em 1951 Dr. Jayme R, Rossler. Em 1955 Giacomo V. Luchese, que se exonerou do cargo, substituído pelo vice José Francischini. Em 1960 prefeito eleito João Grendene.
Eleição municipal de 1963. Para maiores informações nada encontro no TRE.
Há informações das eleições de 1959 e de 1968. Há um interregno entre aqueles anos. Eleições de 1963, nada constam.
 Na época, entre os 180 municípios do RS, somente cinco tem dados daquela eleição: Caxias do Sul, Casca, Irai, Marau e Tapejara.
Explicação existe quanto ao desleixo: a falta de preocupação com caráter público da informação isso porque os cartórios não guardavam a documentação.
A falta de das informações oficiais não era primazia do Rio Grande, aconteceu em todo o território nacional e por isso esse escamteamento havido – trata-se de outra explicação - acredita-se, por interferência do golpe militar de 1964 com a intenção dar sumiço as informações. Diante da ausência de dados oficiais se sabe que a eleição municipal de 1963 em Farroupilha ocorreu e valeu porque nos corredores do prédio da prefeitura está postada na galeria de ex-prefeitos a foto de Arno Busetti, como também na galeria da Câmara Municipal fotos dos vereadores eleitos.
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Nessa eleição ocorreu um fato pitoresco de repercussão nacional narrado por envolvidos na ocasião. Arno Busetti, aberta as urnas, na primeira contagem, ganhou a eleição por 1 voto. O candidato Jose Francischini não aceitou o resultado, erro na contagem, alegou. Recontagem, Francischini venceu por 5 votos. Advogados de Busetti recorrem à Justiça eleitoral, alegando que as urnas depositadas no Clube do Comércio não tinham a segurança, vigilância policial necessária e por isso foram violadas e adulteradas e por isso modificação na recontagem. Recurso aceito, Arno Busetti prefeito.
   



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