Disputa
eleitoral acirrada é conhecida propriamente por voto a voto. Faz sentido aquela
afirmação de que todo voto faz diferença. Pode se tratar como força de expressão
para ilustrar o quanto pode ser uma disputa eleitoral.
Roda de
chimarrão. Um grupo de gaúchos reunidos, na verdade caseirenses, gentílico de
quem nasce em Caseiros - município de um pouco mais de três mil habitantes -,
lá para as bandas de Passo Fundo, saboreia o mate naquela manhã de domingo de
eleição. Como não poderia ser diferente, a gauchada está proseando sobre o
pleito local. Enquanto a cuia passa de mão em mão em certas ocasiões a prosa se
torna uma charla. Em certo momento a conversa á toa deixa de ser monótona por
uma decisão radical. Alguém na roda desperta a atenção quando de vereda afirma:
- “Não irei votar. Com mais de 70 anos não tenho mais obrigação, além de que o
meu macanudo candidato já venceu a corrida, então não vai nem precisar do meu
voto”.
A conversa
fica animada, vira discussão. Parte do grupo classifica o voto como dever do
cidadão não importando a idade, claro, desde que ele tenha a condição saudável
para votar. Outra parte tem a opinião de que o eleitor pode ter a atitude de
não votar, o que a lei lhe faculta. Pareceres discutidos sem haver consenso.
Outro alguém
do grupo se manifesta. Está amparado em muletas devido a fratura em uma das
pernas. Diz que irá votar, embora com imensa dificuldade em se locomover.
Afirma que nada está ganho e o seu candidato não pode perder seu voto.
Final de
tarde, fim da eleição. Apuração. O candidato do eleitor da perna fraturada
somou 1.246 sufrágios e se elegeu prefeito. O candidato do septuagenário somou
1.245, infelizmente como se nota perdeu por 1 voto. Seria o voto perdido do
eleitor beneficiado pela lei eleitoral?
*** ***
No município
de Pescaria Brava, sul do litoral de catarinense, vizinho a cidade de Laguna, população
de um pouco mais de 10 mil habitantes, o candidato Deyvison (PMDB) somou 2.751
votos (41%), Honorato (PSDB) 2.750 (40,99%), Marciano (PSD) 1.208 (18.01%). Deyvison
como se observa elegeu-se prefeito por 1 voto e fez tudo para isso:- “Três
eleitores acamados que não teriam condição de irem votar devido a doença, foram
levados pelos filhos e votaram em nossa chapa”. Três doentes que devem ter
decidido uma eleição.
*** ***
No município
de Cariús, no sul do Ceará, com uma população de mais de 18 mil habitantes, a
apuração apresentou como resultado o empate em votos, fato que já ocorreu em
outras eleições, mas que desta feita em 2016, foi o único.
A eleição por lá não foi decidida por um eleitor
com mais de 70 anos que não compareceu para votar, ou aquele da perna fraturada
que se esforçou em votar ou os três doentes votantes e por outros mais motivos.
Em Cariús o que decidiu foi a certidão de nascimento. As urnas apresentaram
como resultado empate: o candidato
Nenhum comentário:
Postar um comentário