A turma do crime de colarinho branco anda por aí, pessoas de
alta posição, de conceito supostamente ilibado, gente de enganosa
respeitabilidade, políticos. Carregam de um lado para outro pixuleco em
mochilas, propina em malas. Dinheirama achacada do erário, extorquido do contribuinte,
pagador de impostos. Dinheiro sério e limpo, transformado em sujeira, imundície,
emporcalhado pela corrupção. Lógico que essa ladroagem não é praticada por
nenhum pé de chinelo. Nem pensar, não tem condição para roubar em alto nível.
Não são da classe política. Cenas profundamente desagradáveis são mostradas na
televisão. Sujeitos enfiando dinheiro em malas, bolsas e mochilas. Envolvida mulher
prefeita, homens com cargos políticos. Entre eles, um trapalhão que tenta enfiar
a grana nos bolsos. São pequenos, insiste, o dinheiro não cabe e se esparrama
pelo chão. Ridículo, momento de escárnio, de zombaria, de achincalhe. Bandalheira
total. O que chama a atenção é que a bandidagem, diríamos, a turma do pé de
chinelo, nem desconfiou de tanta gente carregando dinheiro ilícito de lá para
cá e vice e versa. Poderiam assaltar com facilidade um por vez ou todos juntos.
Pé de chinelo não tem gabarito para ser bandido de colarinho branco.
O sujeito sai apressadinho de uma pizzaria com uma mala na
mão. Coloca no porta-malas de um taxi e se manda. Não é uma mala qualquer de
viagem. É um objeto de couro com 500 mil reais. Mais uma vez pela televisão, em
horário nobre se assiste cenas de falta de pudor, constrangimento em ver a ação
indecorosa. Um deboche ao cidadão. Mais safadeza. A bandidagem, pé de chinelo
mais uma vez perde outra oportunidade de um assalto facilitado pela transação
ilegal. Ninguém iria reagir. São todos
ladrões. Sem remorsos. Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.
Mais cenas desaforadas,
patifaria. Um apartamento com caixas e malas abarrotadas de dinheiro, negócio
de mais de 50 milhões. Cenário surreal de uma comédia pastelão, chanchada
pitoresca do mau gosto. Dinheiro fácil, isolado entre quatro paredes. Detalhe:
a bandidagem mais uma vez nada descobriu, passa por otária. Ao invés de gastar dinamite
em explodir caixas eletrônicos, com um simples arrombamento de uma porta teria
uma fortuna.
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Humor numa hora dessa:
- A
Polícia Federal vai até a residência de Geddel e informa que foi encontrada uma
quantia em dinheiro. Geddel emocionado, abobalhado, chorando, agradece a PF.
Ele não sabia onde tinha guardado o dinheiro.
- Enganaram
o Geddel. Alarme falso. Alguém gritou para ele que aquele famigerado
apartamento estava pegando fogo, tudo destruído. Geddel, alucinado chorando: “Perdi
minhas economias”.
- O
procurador Janot bebe uma cerveja com advogado de Joesley num bar qualquer.
Puro merchandising. Foto mostra engradados de cervejas das marcas Brahma e Heineken
- Joesley
e Ricardo conversam bebericando aquele whisky importado. As vozes são pastosas,
denotando o consumo da bebida. Os diálogos, nada republicanos, são arrastados,
quase incompreensíveis. O trago proporcionou a distração. Um gravador estava
ligado. Aconteceu. Foi parar na PGR. Bebuns idiotas
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