terça-feira, 5 de setembro de 2017

Cultura desprezada

A ciência que estuda fatos passados com referências a um povo, um país, uma cidade, caso especifico de Farroupilha, denomina-se História. É a maneira pela qual se analisam processos históricos envolvendo personagens e fatos para compreender determinado período.  
A instituição dedicada a conservar e guardar valores culturais, exibir objetos concernentes à História, denomina-se museu. É a entidade onde se preserva a memória de fatos ocorridos, que nos fazem viajar no tempo, lugar de relembrar o passado para pensarmos no presente.   
Biblioteca é um espaço físico onde se arquivam livros, enciclopédias, dicionários, monografias, revistas, jornais, local onde se aprimora ou complementa-se o conhecimento. Onde se busca a informação, elementos para a pesquisa, lugar para o lazer passando algum tempo lendo  um livro. A História, parte da memória farroupilhense, se encontra resguardada em dois museus: Museu do Casal Moschetti e o Museu Municipal da Casa de Pedra. O Museu do Casal Moschetti apresenta-se em boas condições. Fundado por Lidia Moschetti, inaugurado em abril em 1972 foi consagrado como primeiro museu da região nordeste do estado, o único no país em seu gênero, revelando a grande odisséia dos imigrantes peninsulares. O museu é formado em sua maioria de bens doados pelo casal Moschetti, objetos que servem para cultuar a tradição de imigrantes italianos.
O outro museu é o Municipal da Casa de Pedra instalado numa construção de pedra do ano de 1896, residência e casa de comércio da família Finn.
No térreo a entrada do museu se mostra convincente. No andar superior o desencanto. A imagem que se tem é deplorável. Uma imensa lona preta cobre o assoalho servindo de proteção em dia de chuva, evitando goteiras. No mesmo museu uma obra abandonada. O que deveria ser um elevador para facilitar a visita de cadeirantes tem somente vestígios.
A Biblioteca Pública Municipal Olavo Bilac, cânone da cultura farroupilhense, com um acervo de 77 anos, está abandonada, esquecida, relegada, desprezada. Sem planejamento, iniciou-se uma reforma, para a retirada do reboco em razão de paredes que apresentavam-se úmidas e que revelaram visíveis problemas maiores e a necessidade de uma reforma total. Obra paralisada. A biblioteca teria que mudar de endereço. Ainda pela falta de planejamento: não havia sido escolhido o novo local. Ao que parece já existe um alugado e apresenta dois inconvenientes: sua má localização fica na contra-mão para acesso principalmente de estudantes; segundo fala-se numa sala e a indagação: caberão 17 mil exemplares?  O tradicional prédio no centro da cidade está as penúrias. Situação abominável. Sujeira, sensação de pleno abandono. Há aproximadamente três meses dezenas de caixas espalhadas, contendo exemplares para serem transportados. Os funcionários mal acomodados. Já faz um trimestre para quem deseja adentrar à biblioteca fará por apertada porta lateral. E o principal: a dificuldade para o usuário efetuar consultas, adquirir ensinamento e conhecimento. Lamentável a situação pelo abandono de algo tão fundamental: a cultura, pela qual se constrói a História.

     

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