Jogo difícil, muito equilibrado,
resultado o empate de 5x5. Partida de futsal (cinco jogadores em cada equipe),
em que cada um dos 10 jogadores marcou o seu gol. O regulamento determina haver
um vencedor e sendo assim, decisão por pênaltis. Depois de mais de três séries
de cobranças da chamada penalidade máxima e prevendo-se que as cobranças
ocorreriam por longo tempo, em comum acordo e nesse caso por se tratar de uma
decisão importantíssima a cobrança caberia ao presidente da liga, excepcionalmente
naquele jogo, a presidente. Para equilíbrio e imparcialidade um chute para cada
equipe. A presidente encaminhou-se para a marca fatal, claro aquela do pênalti.
Preparou-se de forma habitual. Puxou o “meião” até o joelho. Pegou a bola. Verificou
onde estava situado o birro (orifício pelo qual se enche a bola de ar) para obter
um maior efeito e a colocou na marca
penal a sua feição. Enquadrou o corpo e chutou, hi... na verdade isolou a bola,
atingindo um pobre torcedor no alto da arquibancada. A mesma a tendência em
outro chute, bola fora e por isso a vitória (6x5 para o adversário)
surpreendente, verdadeira zebra para grande torcida brasileira, ansiosa pela
decência e prevalecimento do bom senso.
O texto inicial serve como uma metáfora
quanto a sessão no Supremo Tribunal Federal (STF) que julgou e decidiu sobre as
medidas cautelares (procedimento postulado para prevenir, conservar ou defender
direitos). As sessões do STF, principalmente as últimas realizadas de cunho
político, conhecendo-se o perfil de cada um dos 11 ministros não é difícil
antecipar o resultado de um julgamento, sempre equilibrado, com o resultado em
5x5. Com empate se faz o chamado voto de minerva. Decisão no plenário do
tribunal, na figura de linguagem “ campo de jogo”. A presidente cobra o pênalti,
hi... isolou a bola que foi lá na arquibancada e bateu na cara do povo
brasileiro. O placar final 6x5, foi contrário, uma derrota contra todas as
perspectivas, do bem comum, das noções da razão e sabedoria. O adversário, time
de Aécio e companheiros, saudou a vitória como uma goleada de 7x1. Por
entendimento do STF as decisões de afastar senadores e deputados só podem ser
efetivadas com a aquiescência do senado ou câmara, portanto será o legislativo
que dará a palavra final sobre a suspensão ou não do mandato de parlamentares. Essa
decisão do egrégio tribunal se faz remontar ao conhecido adágio popular:
“colocar a raposa para tomar conta do galinheiro”.
Tudo isso aconteceu em nome do dialogo
institucional e preservar o bem maior que é a democracia. A vontade da grande
maioria dos brasileiros em prol da decência, prevalecendo honestidade, moral, ética
e decoro, nada atendido. Na arena do senado, acontecerão inúmeras partidas com
goleadas pelo corporativismo, imperando o jogo sujo. Na verdade serão amistosos
quando se sabe antecipadamente quem será o vencedor, os vitoriosos pela
corrupção e falcatruas. Vale tudo até para aqueles 18 jogadores, digamos senadores
que respondem a inquéritos e que estariam assim impendidos de jogar. Bola fora
da presidente.
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