terça-feira, 24 de outubro de 2017

Carmem Lúcia, pênalti, isolou a bola

Jogo difícil, muito equilibrado, resultado o empate de 5x5. Partida de futsal (cinco jogadores em cada equipe), em que cada um dos 10 jogadores marcou o seu gol. O regulamento determina haver um vencedor e sendo assim, decisão por pênaltis. Depois de mais de três séries de cobranças da chamada penalidade máxima e prevendo-se que as cobranças ocorreriam por longo tempo, em comum acordo e nesse caso por se tratar de uma decisão importantíssima a cobrança caberia ao presidente da liga, excepcionalmente naquele jogo, a presidente. Para equilíbrio e imparcialidade um chute para cada equipe. A presidente encaminhou-se para a marca fatal, claro aquela do pênalti. Preparou-se de forma habitual. Puxou o “meião” até o joelho. Pegou a bola. Verificou onde estava situado o birro (orifício pelo qual se enche a bola de ar) para obter um maior efeito e a colocou na  marca penal a sua feição. Enquadrou o corpo e chutou, hi... na verdade isolou a bola, atingindo um pobre torcedor no alto da arquibancada. A mesma a tendência em outro chute, bola fora e por isso a vitória (6x5 para o adversário) surpreendente, verdadeira zebra para grande torcida brasileira, ansiosa pela decência e prevalecimento do bom senso.
O texto inicial serve como uma metáfora quanto a sessão no Supremo Tribunal Federal (STF) que julgou e decidiu sobre as medidas cautelares (procedimento postulado para prevenir, conservar ou defender direitos). As sessões do STF, principalmente as últimas realizadas de cunho político, conhecendo-se o perfil de cada um dos 11 ministros não é difícil antecipar o resultado de um julgamento, sempre equilibrado, com o resultado em 5x5. Com empate se faz o chamado voto de minerva. Decisão no plenário do tribunal, na figura de linguagem “ campo de jogo”. A presidente cobra o pênalti, hi... isolou a bola que foi lá na arquibancada e bateu na cara do povo brasileiro. O placar final 6x5, foi contrário, uma derrota contra todas as perspectivas, do bem comum, das noções da razão e sabedoria. O adversário, time de Aécio e companheiros, saudou a vitória como uma goleada de 7x1. Por entendimento do STF as decisões de afastar senadores e deputados só podem ser efetivadas com a aquiescência do senado ou câmara, portanto será o legislativo que dará a palavra final sobre a suspensão ou não do mandato de parlamentares. Essa decisão do egrégio tribunal se faz remontar ao conhecido adágio popular: “colocar a raposa para tomar conta do galinheiro”.
Tudo isso aconteceu em nome do dialogo institucional e preservar o bem maior que é a democracia. A vontade da grande maioria dos brasileiros em prol da decência, prevalecendo honestidade, moral, ética e decoro, nada atendido. Na arena do senado, acontecerão inúmeras partidas com goleadas pelo corporativismo, imperando o jogo sujo. Na verdade serão amistosos quando se sabe antecipadamente quem será o vencedor, os vitoriosos pela corrupção e falcatruas. Vale tudo até para aqueles 18 jogadores, digamos senadores que respondem a inquéritos e que estariam assim impendidos de jogar. Bola fora da presidente.      
  



   

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