segunda-feira, 26 de março de 2018

LAVA JATO: quatro anos


Faz quatro anos. Posto de abastecimento para combustíveis usual em prestação de serviçoso: o fornecimento de gasolina, troca de óleo, a loja de conveniências, o lava jato, cortesia da administração do posto para com a sua freguesia. Além do comércio normal, nada decente e honesto também pode ocorrer. Outros negócios paralelos aconteciam de forma criminosa, adjetivados como escusos, qualificados como escabrosos. Enfim, negociatas escandalosas, mutretas, falcatruas, uma série de atividades ilícitas, envolvendo a Petrobras, políticos e grandes empreiteiras, descobertas pela polícia com a investigação deflagrada para descobrir o esquema de lavagem e desvio de dinheiro, originadas em posto de serviço com lava-jato, em razão disso operação policial o levou o epíteto de Lava Jato. Faz sentido.
A investigação policial tem como um dos principais protagonista no esquema criminoso, o sujeito de nome Alberto Youssef.
O homem nascido em Londrina (PR) de família oriunda do Oriente Médio. Criança, pelas ruas de Londrina, vendia salgadinhos. Cresceu. Adolescente iniciou sua vida bandida. Seu banditismo começou como sacoleiro: mercadorias compradas no Paraguai, sem o devido pagamento de impostos, revendidas no Brasil.
Por esse comércio ilícito foi detido cinco vezes. Perdia a muamba, mas ficava em liberdade para novas aventuras desonestas internacionais.
Youssef cresceu na vida bandida. De muambeiro passou a ser um doleiro. Como agente de câmbio, operante no mercado paralelo, esteve envolvido em falcatruas do Banestado. Naquela ocasião enviou de maneira irregular 30 milhões de dólares para o exterior do banco paranaense. Ao mesmo tempo Youssef administrava contas bancárias no estrangeiro, utilizadas para remessas de dinheiro. Na época, por tudo isso, foi condenado. Conhecido também como dedo-duro, pela delação premiada entregou seus parceiros e como prêmio a liberdade. Tem mais. As atividades criminosas de Youssef eram diversificadas. Ainda, no ano de 2002, esteve envolvido com a Cia. Paranaense de Energia por um desconfiado e suspeito pagamento de milhões de reais. A eficiência do doleiro no Paraná foi aproveitada em nível nacional, no chamado Petrolão , com a incumbência em enviar ilicitamente dólares para o exterior provenientes de propinas. Na delação premiada da operação Lava Jato o alcaguete declarou que ouviu do falecido ex-deputado José Janene (PP) e do presidente de uma empresa que prestava serviços a Furnas (Eletrobrás) que o então deputado Aécio  Neves recebia propina daquela empresa, valores entre 100 mil e 150 mil dólares. Youssef se envolveu também com o senador mineiro Antônio Anastasia (PSDB) com a suspeita de pagamento de 1 milhão de reais de origem duvidosa. A vida bandida de Youssef é dessa maneira. Politicamente correto na desonestidade, pois serve a todo e qualquer político desde que seja bem aquinhoado.
Para a polícia, quando foi condenado pelas negociatas do Banestado (2002), admitiu ser dono de cinco milhões de dólares. Por escutas telefônicas, mais recentemente, a polícia descobriu que numa conversa de Youssef com alguém, lamentava que tinha em conta 150 milhões de dólares, mas faliu e ficou no negativo financeiro de 20 milhões. Alguém acredita. Como dedo-duro, pela delação premiada, pela progressão de regime de pena está em liberdade. O único desconforto é usar a tornozeleira eletrônica.   

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