A
Organização das Nações Unidas (ONU) promulgou em 8 de março de 1975 o Dia
Internacional da Mulher. Uma data celebrada, comemorada anualmente, criada sem
qualquer intuito de apelo comercial, de congratulações, abraços, beijos, um
buquê de flores – pode até ser – mas fundamentalmente as homenagens as mulheres
empresárias, trabalhadoras, donas de casa, as mães de todos os homens. Uma data
que deve ser um reparo aos maus tratos, um resguardo as agressões.
O dia 8 de março registra a valorização
da mulher, a luta pela igualdade de gênero, a batalha por direitos iguais, o empenho
pelo igualitarismo, o desafio as amarras machistas, antigas reivindicações que
remontam ao início do século XX com protestos ao redor do mundo principalmente na
época envolvendo no contexto das lutas femininas as melhores condições de vida
e trabalho. Na linha do tempo os primeiros protestos.
Nova York 1909. Pelas ruas da cidade uma
imensa passeata, aproximadamente 15 mil mulheres além da reivindicação do
direito ao voto exigiam equiparação aos homens concernente a jornada de
trabalho: elas enfrentavam um expediente de 12 a 16 horas de trabalho, em
algumas oportunidades até os domingos. A estatística é comprovada por um
incêndio ocorrido numa fábrica em 1991 em que 146 trabalhadores morreram entre
eles 125 mulheres, que não tinham a desejada condição melhor de trabalho,
trabalhando muito mais que os homens.
Rússia 1917. Mulheres foram às ruas
contra a fome e a guerra, um dos movimentos que originou o início da revolução
russa.
As reivindicações atuais das mulheres continuam
ainda implicando nas condições iguais de
gênero concernente as questões trabalhistas. Na época atual esse contexto vai
mais além quando constatada violência, o avanço do feminicídio (crime definido
como assassinato de mulheres).
Foram registrados em 2017, 4473
homicídios dolosos (intenção de matar) contra as mulheres, 6,5% a mais em
relação ao ano de 2016. Os dados estatísticos informam que a cada duas horas no
Brasil uma mulher é assassinada, por dia 12 mulheres são vitimas de homicídios.
Questão muito atual é o assédio sexual às
mulheres. Em pesquisa realizada 86% das mulheres brasileiras afirmaram ter
sofrido assédio em locais públicos, fato registrado entre mulheres de todo o
mundo (Tailândia os mesmo 86%, Índia 79%, Inglaterra 75%). Segundo a
Organização Internacional do Trabalho (OIT), em todo mundo 52% das mulheres em
local de trabalho já sofreram algum assédio sexual.
A questão de assédio está aberta, é
relevante, mais do que nunca atual. Mulheres corajosas tomam posição, libertam-se,
revelam e acusam homens mau caráter em busca do sexo não consensual, como
aconteceu na entrega de prêmio em Los Angeles.
Durante o carnaval, moças criativas,
para evitar os avanços de caráter sexual não aceitável, não requerido, tomaram
posição contra os abusados e atrevidos, que se aproveitavam da barafunda, a
folia dos blocos carnavalescos. Uma campanha com uma mensagem obvia, uma frase
simples e clara estampada no corpo daquelas moças em forma de tatuagens
temporárias, um adereço, um aviso, uma proteção diante de qualquer assédio
sexual, a frase: Não é Não.
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