sexta-feira, 30 de março de 2018

PLACARES 7X4 E 6X5: PRÓ LULA


Reunidos os insignes 11 ministros do egrégio Supremo Tribunal Federal. A reunião de caráter preliminar era para julgar, acatar ou não o mérito de concessão de habeas corpus preventivo ao ex-presidente Lula. O HC é concedido apenas em uma situação de ameaça à liberdade de locomoção de uma pessoa, trata-se de um salvo-conduto. O Brasil, salvo engano, parece ser o único país no mundo que possui esse recurso jurídico. A palavra inicial é do relator que nega o habeas corpus. Seguem-se os demais ministros com aquela linguagem difícil de entender, que para o leigo trata-se de um dialeto. Em meio a verborragia, a abundância de palavras pelo “juridiquês”, o uso excessivo de jargões jurídicos, menções com citações de eminentes figuras históricas desconhecidas para muita gente a sessão torna-se uma chatice. Na verdade há necessidade da  hermenêutica jurídica para se interpretar muita coisa. A eloqüência, o talento de convencer até por emoções chega a ser demasiada. Parece que cada um dos ministros quer mostrar longamente e publicamente sabedoria, por vaidade ou exibicionismo. Os votos são longos, cada qual com suas teses. São horas de lenga-lenga jurídica. Nos Estados Unidos, na Suprema Corte os votos dos juízes são medidos por minutos. Por aqui seria mais rápido em algumas oportunidades, por exemplo, o juiz votante concordando com o relator se pronunciasse simplesmente: “acompanho relator”. Depois de quatro horas de pronunciamentos, entre discordâncias e assentimentos resolveram Vossas Excelências julgar a questão concernente ao mérito. Numa votação com o resultado de 7x4, os juízes determinaram que o STF tem sim, competência para aceitar e analisar o habeas corpus preventivo. Aceito o recurso jurídico todos acreditavam, que naquela tarde/noite, seria julgado definitivamente o recurso ajuizado pela defesa. No entanto a presidente suspendeu a sessão pelo desgaste físico de seus colegas de tribunal exauridos pelo trabalho. Para devido descanso, para a recuperação do esforço despendido iriam desfrutar do feriado de Páscoa, na verdade um feriadão de 12 dias. Antes porém o advogado de Lula, experiente, atento e competente, levantou uma questão técnica. O julgamento fora postergado, nada decidido. O paciente não poderia ser prejudicado se decisão do TRF da 4ª região determinasse sua prisão. Solicitou uma liminar que foi à apreciação e julgamento dos senhores ministros. Por 6x5 o tribunal acatou a liminar e assim Lula não poderia ser preso. Nada mais justo compreendeu o tribunal.
Pelas redes sociais se notou que a decisão do poder supremo deixou reacionários conservadores à direita atônitos, surpresos, esbravecidos. Coxinhas ficaram furibundos. O pessoal do “Vem prá rua” ficou espavorido. A turma do MBL estupefata e irada disse que STF é um tribunal político e petista. Lula festejando em casa a Páscoa. Uma afronta, ultraje e insulto para Kataguiri, líder do MBL. Fulo da vida, desesperado e possesso desapareceu misteriosamente. Dizem que foi para Cuba. Enquanto isso o pessoal ligado aquele embutido, defumado e aromatizado, é plena alegria.
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Habeas corpus é uma expressão latina que significa “que tenhas o teu corpo”. Lula manteve o seu.

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