Fisiologismo é uma das práticas mais
nocivas e vergonhosas, coordenadas no mundo político. Trata-se da condenável
prática, de políticos e partidos políticos, desprezando dogmas ideológicos ou
conteúdos programáticos, pelo troca-troca, sempre colaborando com o governo
vigente em busca de benesses.
É um tipo de relação de poder político,
em que ações e decisões, são tomadas em troca de favores, tratando-se do
famigerado “toma lá dá cá”.
Condutas e práticas de determinados
representantes políticos, visam à satisfação de interesses ou vantagens
pessoais ou partidárias, em detrimento do bem comum.
Há
30 anos, numa crônica, nesse espaço, sobre o mesmo assunto, o texto era assim
descrito: “Os representantes do povo no Congresso Nacional representam mais
interesses particulares, deliberando e votando pelo fisiologismo, não obedecendo
determinações da cúpula partidária - ou quem sabe, de acordo - não são
programáticos doutrinariamente e de poucas convicções.
Esse desditoso espelho do político é
comprovado por fatos. Há anos a famosa frente partidária denominada “Centrão”,
uma formação heterogênea com congressistas situacionistas e oposicionistas
todos na base do fisiologismo, deram apoio ao governo de José Sarney (PMDB) em
troca de favores, como distribuição de canais de rádios FM, estradas asfaltadas
e outros obséquios. Ainda no texto citado, registra-se: semana passada, um fato
parecido a tantos quantos outros repetiu-se no Congresso Nacional, por ocasião
da votação de uma medida provisória. O maior partido da situação governista o
PMDB, apresentou a emenda 168, que tratava do saque máximo de CR$ 600.000,00
junto à poupança. Surpreendentemente, estranho resultado: a medida foi aprovada tranquilamente, inclusive
pela maioria oposicionista. Não se sabe
se por ignorância, falta de informação, mas provavelmente por puro fisiologismo.
É dando que se recebe. Para oferecer, entregar alguma coisa, no ambiente
político sempre é solicitada uma vantagem, nada mais que aquele tipo promíscuo
de relações, de negociatas indecentes, pela falta de lideranças probas.
Assim acontece no passar do tempo: velhas
Repúblicas sucedidas por novas Repúblicas continuadamente até a nova República
de Jair Bolsonaro, que parece fará acordo com o famigerado “Centrão”.
Ocorreu
no passado, certamente acontece no presente e continuará no futuro. Esse
fenômeno político é atinente aos parlamentos corroídos pela corrupção. Ótimo
seria que atos e atitudes políticas fossem positivamente republicanas e assim
teríamos a ética, a moralidade, a transparência, a preocupação autêntica com os
anseios e vontades do povo. Decididamente assim não acontece e certamente
levará muitas repúblicas, demorará um longo prazo para acontecer.
O fisiologismo tem etimologia que
designa curiosamente, o sujeito que vira a casaca, coincidentemente como os
candidatos que mudam discurso.
Antes de tudo fisiologismo político
pegou carona na biologia. Depois passou a designar a prática de políticos
unicamente, sempre aqueles que deixam o interesse público e partem para a busca
de interesses pessoais.
Fisiologismo de ontem e hoje, mistura-se
o político com o biológico: a matéria sólida evacuada pelo ser humano, pode ser diferente, mas as moscas são sempre
as mesmas.
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