quinta-feira, 21 de outubro de 2010

E agora, como é que se faz

O peemedebista fervoroso não gosta de trairagem. O militante político não gosta de idas e vindas. Pode ter sido esse um dos motivos entre tantos do fracasso retumbante de José Fogaça e por conseguinte do PMDB. Fogaça se engraçou com o PPS. Não se deu bem. Retornou ao PMDB. Com isso perdeu certa magia, a do político carismático, que fez carreira de deputado, senador e prefeito de Capital. Enredou-se nos enganosos caminhos da política. Recentemente sua ligação com o fracassado governo estadual só lhe trouxe prejuízos, declinou em muito o seu prestígio. Além do mais não se definiu, não se mostrou abertamente posicionado com a candidatura presidencial de José Serra. Jamais decididamente fez a opção recomendada pelo partido. Por tudo isso, perdeu.
Sacrificar Fogaça unicamente pelo fracasso nas urnas é injusto. Tem culpa o PMDB por seu líder e presidente senador Pedro Simon. Oportunista, volátil politicamente, praticante equilibrista ao se colocar em cima do muro, deu insegurança aos adeptos peemedebistas. Primeiro, conforme resolução partidária, jamais deu apoio explicito a José Serra, candidato preferencial da cúpula peemedebista gaúcha. Por prudência, ou sabe-se lá porque, ficou em dúbia posição. Melhor o muro. Ali se equilibrou, impelido por forças opostas, a partir da divisão dessas mesmas forças pela preferência de candidatura: Dilma ou Serra. De repente, quando de fato ao que parece abandonou Serra, pulou do muro e se ensaiou para o lado de Dilma. Conservadores do PMDB local não gostaram, criticaram.
Simon retornou ao muro. Esquecido Serra, sua dubiedade ficou restringida a Dilma e Marina. O caráter de dualidade não deu certo quando escolheu Dilma. Depressa retornou para cima do muro e refletiu. Pulou para o outro lado, o de Marina. Ali permaneceu desconfortável, incomodado. O lado de Marina ficou vazio com a decisão do segundo turno. Solução: muro. E agora, como é que se faz? Dilma ou Serra há a necessidade de decisão ou a prática da valência física do equilíbrio em cima do muro.
O PMDD perdeu o governo do Estado, não elegeu senador e somente quatro deputados federais e encolheu sua representação na Assembléia Legislativa.
Para o Senado mais uma mancada do PMDB. Germano Rigotto demorou em ser lembrado e convidado. Seria bom descobrir o motivo dessa vacilação. Enfim Rigotto escolhido. Onipotente, sentindo-se já eleito por seu histórico político, não aceitou a recomendação partidária para ter como companheiro o deputado Ibsen Pinheiro. O raciocínio de alguém muito confiante e individualista era absoluto: votem em mim e escolham outro candidato. Entre a autoconfiança e a estratégia política, errou. O eleitor escolheu Ana Amélia e Paim, esqueceram o onipresente Rigotto. Além disso ninguém esquece. Não pegou bem a famosa transferência de votos na eleição para governo do Estado em 2006 e certamente perdeu votos petistas. Já estratagema político do PT deu certo. Com dois candidatos – Renato Paim e Abigail Oliveira – não ofereceu muita escolha para outros adversários políticos. Afinal Abigail somou um 1 milhão e meio de votos, que como segunda opção poderiam ter ido para Rigotto ou ser dividido com Ana Amélia.Por falar em Ana Amélia o poder de comunicação da RBS é retumbante. Assim como Ana Amélia outra comunicadora teve sucesso político. Lembram-se de Maria do Carmo. A RBS conseguiu até eleger como deputado um apresentador das condições climáticas, o homem do tempo.

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