Na maior parte do Rio Grande do Sul a dobradinha de candidatos do PT funcionou e obteve um resultado politicamente correto, na exatidão da expressão. O PT da candidata Dilma Rousseff superou seus adversários em quase todos os rincões do Estado, exceto na região nordeste, onde predominou o candidato do PSDB José Serra. Em contraposição o PT de Tarso Genro venceu absoluto em primeiro turno em todas as regiões do Rio Grande, sem ressalva alguma. Indiscutível vitória. Alcançou a unanimidade por ser um candidato da oposição e recebeu o afago do eleitorado cansado de governos situacionistas. O eleitor desejou mudanças e provou isso com inteira conformidade de votos.
Na serra gaúcha Dilma não obteve unanimidade e então se nota o politicamente incorreto. Para presidente da República um candidato ideológico de direita. Para o governo do Estado eleito o governador de posição político partidária contrária. O fenômeno desse fato, poderíamos dizer, a incoerência política, ocorreu nessa região e particularmente em Farroupilha. Esse contraditório, o ilógico político, a incongruência partidária, teria explicação? Talvez ela possa partir de sociólogos, cientistas políticos ou de outros especialistas da matéria.
Na ótica do leigo, na posição do cidadão laico, pode-se fazer algumas divagações, realizar deduções, basear-se em algum raciocínio, buscar o senso comum, a resposta desejada.
A principio, não que seja prioritária, a conclusão é de que a região tem preconceito machista. Presidente da República uma mulher jamais. Mas, e as mulheres votaram ou não em Dilma. Talvez se tivessem votado o resultado poderia ser outro. Mais uma questão. Predomina na serra o conservadorismo e o candidato José Serra é o representante autentico. Venceu. Então, Tarso Genro ganhou por aqui. Conservador? Falar o quê? Por favor, alguém tente explicar.
Especialmente em Farroupilha, o resultado da eleição é também motivo de discussão. Alem das questões do machismo, conservadorismo, mulher não vota em mulher, ficou claramente especificada algumas situações em que se coloca a divisão das classes sociais. No centro da cidade e bairros adjacentes (São Luiz e Nova Vicenza) e o interior, o conservadorismo é predominante, localidades de gente abastada, da classe média para cima. Obvio que Serra ganhasse naturalmente como presidente. Mas ganhou Tarso Genro também para o governo. Trata-se do novo representante do conservadorismo. O eleito dos ricos. Parece que sim.
No bairros populosos, de gente operária, da classe C e D houve a coerência. Ganhou Dilma e Tarso e o candidato ao senado Paulo Paim.
Detalhe. No cenário político farroupilhense chama atenção a votação do interior. Três distritos (1º, 2º e 4º) predomina o conservadorismo, pelo voto conservador. O 3º distrito com o maior eleitorado é oposto à situação das outras localidades. No 3º ganharam Dilma, Tarso e Paim.
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