Pareceu ser uma jogada ensaiada, uma farsa política. A reunião dos vereadores ao que parece por seu resultado foi enganosa, uma embromação que serviu de engodo, uma adulação astuciosa, de dúbias participações, na tentativa de confundir a população, embaraçar o eleitor. As propostas, os debates, tinham a única finalidade de mostrar publicamente de que nenhum vereador tinha a intenção de aumentar para 15 o número na Câmara, mas no íntimo e foi passada a impressão, desejavam que assim fosse. Simulação aparente daquilo que não se deseja, mas essencialmente o que se quer, formando um teatro de encenações do sarcástico, da comédia.
Foi bem assim. Determinado grupo se distinguiu em manter o número de 10 vereadores. Alguém ponderou que um número impar seria ideal, 11. Uma outra minoria queria fazer prevalecer 13 vereadores. Como se observa ninguém assumiu publicamente um total de 15 vereadores. Evidentemente nenhum vereador quis ficar mal na foto, mostrar um retrato negativo, no mínimo em preto e branco para o eleitor. Convenhamos. Se os vereadores desejassem de forma inabalável continuar com 10 vereadores, de forma lúcida e incontinenti aprovariam a proposta inicial (10 vereadores).
Diante dessa divisão, que pareceu proposital, vereadores foram obedientes aos preceitos determinados pela lei, então, que ela seja cumprida. Na Lei Orgânica está explicito, determina 15 vereadores. Assim, na próxima eleição, 15 vereadores. Culpa da lei.
Vamos refletir. Políticos são corporativistas e tem interesses pessoais. 15 vereadores era o que queriam. Ficou bem para todos, principalmente para aqueles suplentes que não obtiveram votos para serem titulares, para aqueles outros que se elegeram com votação no limite ou aqueloutros que se elegeram pelo coeficiente eleitoral. Com 15 vagas na próxima eleição trata-se de algo que pode não se tornar tão difícil.
O que não pode existir na egrégia Câmara Municipal é a farsa, o teatro burlesco caracterizado por personagens caricatos, teatro de que quando as cortinas fecham-se os espectadores são abatidos pela tristeza, embora tenham assistido um espetáculo cômico por mais paradoxal e anacrônico que possa ser, proporcionado por maus protagonistas.
Vereadores alegaram que a Câmara precisa de maior representatividade. Representar o quê? Interesses próprios? O que se deseja é de que exerçam o mandato em nome da população de forma efetiva, correspondendo aos anseios de todos.
Representatividade, qual nada. Conforme o site do jornal “O Farroupilha” 85% daqueles que deram sua opinião foram contra em aumentar o número de vereadores. Ninguém, ao que se sabe na Câmara, decididamente representou esses 85%.
Eleição no próximo ano. O eleitor não pode esquecer o embuste, o teatro do absurdo.
Maquiavel em “O Príncipe” expôs as entranhas do poder e desnudou os comportamentos políticos onde não podem deixar de existir as encenações que vão do burlesco as monumentais farsas
Lamenta-se. Agora definitivamente são 15.
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