quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Injustiça social

Pois bem. Está feito. Não há mais discussão, esta decidido, é definitivo: 15 vereadores.
Ao cofre público municipal, provido, estabelecido e estruturado com o dinheiro do contribuinte, será uma despesa a mais com os cinco novos vereadores somente em salário mensal, um total de 13.500 reais mensais, no ano 162 mil – fora algumas outras vantagens agregadas - considerando-se o salário do vereador (R$2.700,00) na atualidade. Evidentemente, que na próxima legislatura, em 2013, os salários deverão estar devidamente majorados em 10% a 20%, sabe-se lá quanto, talvez vencimentos em torno de R$3.200,00. O contribuinte, pagador de impostos, desejaria que esse dinheiro tivesse outra finalidade, de fato de interesse público, por exemplo, para a saúde.
Salários de políticos são determinados por eles mesmos, por lei, elaborada por eles mesmos, a partir de seus próprios interesses, principal deles, como não, salários excelentes. Nessa dimensão salarial da classe política se encontra absurdos, desrespeito a chamada justiça social, no caso salarial. Há muitos exemplos. Um. Deputado federal entre vencimentos e vantagens perfaz um total de rendimentos de mais de 50 mil reais com expediente na terça, quarta e quintas-feiras. Assim é em Brasília.
Por aqui, em Farroupilha e muitas outras Câmaras Municipais a ganância salarial é a mesma. O vereador farroupilhense tem ordenado de R$2.700,00 mensais para trabalhar cinco horas semanais, 20 horas por mês. A comparação salarial com um trabalhador de salário mínimo (No Rio G. Sul R$610,00) com carga horária de oito horas diárias, 40 semanais ou 160 mensais chega a ser um desaforo, um despropósito, uma insolência desagregadora socialmente. O operário de salário mínimo para alcançar os R$2.700,00 em 20 horas por mês de um vereador, terá que trabalhar aproximadamente quatro meses e 10 dias. Como já foi dito 85% da população desejava que a Câmara Municipal se mantivesse com 10 vereadores, dessa forma podemos afirmar que 85% dos eleitores em potencial não queriam 15 vereadores. Na atual Câmara Municipal um dos 10 vereadores se elegeu com o meu voto e evidentemente de outros tantos eleitores, como os outros nove foram eleitos por outros milhares de votos.
Na verdade, no conjunto da obra, com toda aquela encenação, a tola discussão de 10, 11 e 13 vereadores, que deu 15, todos os vereadores foram arremetidos para um imenso e mesmo balaio. Assim, todos ficam em situação igual – todos queriam 15 vagas - e o meu vereador, eleito com o meu voto, como qualquer um dos outros nove, não merecerá meu voto na próxima eleição. Assim diante desse raciocínio pessoal, outros 85% de eleitores com o mesmo posicionamento e boa memória, nas urnas do próximo ano, a atitude do ato de votar não será diferente. Cabe a reflexão e a pergunta: o vereador eleito com o meu voto merecerá o meu voto na próxima eleição?

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