sábado, 9 de junho de 2012
A calcinha
O plenário da Câmara dos Deputados é cenário para acontecimentos surrealistas, bizarros, inusitados, grotescos, hilariantes, enfim uma série de eventos desabonadores de um recinto em que o respeito, a educação, o bom comportamento fosse o feitio desejado do cidadão eleito pelo povo no ambiente de uma das mais importantes instituições da vida pública nacional. E que jamais, como os próprios deputados clamam, haver motivo por falta de decoro parlamentar.
Câmera de televisão já flagrou deputado no plenário com o seu notebook aberto, em momento de entretenimento inadequado jogando o conhecido “paciência”.
Outro “Vossa Senhoria” é surpreendido refestelado em sua cadeira cochilando enquanto um colega seu discursava numa daquelas falas quase interminável, arrazoado enfadonho e intolerante, sem a eloqüência do convencimento, enfastiante e cansativo, momento propício para dormir sem qualquer constrangimento.
Em outro canto está “Sua Senhoria” deleitando-se com a leitura de jornais sem qualquer acanhamento num recinto onde o trabalho deveria ser em beneficio da causa pública. Ele não esta sozinho nessa irreverência. Em outro canto, um grupo de “Vossas e Suas excelências”, conversa, tagarela, fala da vida alheia, dos próprios colegas, ao que parece sem qualquer preocupação quando deveria estar no mínimo inquieto com os controvertidos e atuais temas nacionais: Cachoeira, Demóstenes, Perillo.
Coisa feia, mais feia que necessidade de pobre.
Na verdade, o eleitor desses senhores deve ser justo e compreensivo. Existe um motivo maior preocupante, misterioso, constrangedor, esquisito, excêntrico e caricato, qual seja: “a quem pertence a calcinha encontrada no plenário da Câmara?
Dias atrás, a peça intima citada caiu do bolso de um deputado. Quem seria o dono da dita cuja? Se há testemunhas do fato não querem aparecer. Há ilações, insinuações de que a peça pertença a um deputado integrante do chamado “baixo clero”, aquela turma sem grande destaque. Nem pensar, dar a entender, até de maneira sutil e indireta que a calcinha seja produto da distração de um líder ou vice-lider, ou presidente de uma comissão. O assunto foi tratado com perfeito sigilo, digno de uma votação secreta em plenário. O que se sabe é que a calcinha é vermelha e branca, modelo grande de algodão. Duas hipóteses plausíveis são discutidas. A primeira de que o desavisado deputado teve alguma aventura amorosa ilícita e ilegal, contrária ao decoro parlamentar, em algum motel e pelo tamanho da calcinha, na verdade calçolão, o distinto parlamentar tem gosto por alguma mulher fruta, aquelas da região glútea reforçada; a segunda hipótese pode ser um fetiche, aquele do macho que gosta de desenvolver seu lado feminino, usando a calcinha.
Só faltava ser criada uma CPI para um acontecimento ridículo, o fiasco de uma calcinha perdida. Ora, isso mexe com a questão moral e ética do Parlamento. Verdadeiro escárnio.
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