sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Por aqui, 88 jamais
No ranking de educação fornecido pela Unesco a classificação do Brasil é de 88º lugar entre outros 127 paises, o que confere ao estado brasileiro a posição de nível “médio” de desenvolvimento na área, qualificação de critério duvidoso, mostrando-se por isso imprecisa e vaga para quem entre os quase 130 países, diríamos, teria um percentual de 32%, o que seria na verdade uma classificação sofrível nos termos mundial de educação. Nível “médio” suspeito, discutível e por não dizer lastimoso e constrangedor quando o Brasil fica em posição inferior à Argentina, Chile e acreditem à Bolívia, Equador e Paraguai e fato ainda mais comprometedor: trata-se de um país com 14 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever, uma nação que tem 600 mil crianças em idade escolar, fora das salas de aula. Diante disso defronta-se com uma situação vexatória, vergonha nacional para quem possui a sexta economia do mundo. Para servir, quem sabe, para consolo dos nacionalistas, os Estados Unidos, entre a primeira e segunda economia mundial, no ranking da Unesco pela educação situa-se em 33º lugar. Noticia-se ainda, para tristeza de despeitados reacionários, Cuba é o 14º país no ranking da Unesco.
Como também já foi noticiado, o Rio Grande do Sul teve resultado vergonhoso, conforme o Ideb. Posicionou-se em comprometedor 12º lugar com o índice de 4,1 não alcançando a meta proposta de 4,3. Muitos fatos são apontados para a decadente fase da educação gaúcha. Acusam a deficiência e despreparo do professor. Pela observação pessoal durante anos, como profissional da educação, concordo por uma questão primordial e que se dá mera importância: a contratação de professores em estado emergencial. São tidos professores (acredita-se hoje em torno de 20 mil) contratados ao início ou durante o ano letivo para suprir vagas não ocupadas por verdadeiros profissionais, aqueles admitidos que provaram competência em concursos. Os contratados eventualmente não têm o espírito e atitude profissional, não estão imbuídos da incumbência de lecionar. Explica-se: geralmente são estudantes de cursos superiores que fazem desses contratos um “bico” temporário, pois sabem que ao final do ano serão dispensados. Não ficam atrelados ao desempenho da função. Outro fator preponderante é a atualização dos professores. Inexiste. O estado nada oferece. Gradativamente e significativamente a educação torna-se decadente pelas questões expostas e pela falta de interesse profissional pelo magistério. Faculdades, cursos em universidades, direcionados para a licenciatura plena (Geografia, História, Letras e outras) estão quase em extinção. Justifica-se: ninguém quer ser mais professor por salário ultrajante e indigno. Essas considerações são todas envolvendo a escola pública da rede estadual. Quanto a rede privada escolas gaúchas ate têm um bom padrão de ensino. Nesse caso os alunos é que não acompanham os estudos, não querem nada, são desleixados. É comprovado por professores. Por exemplo, numa turma de 30 alunos 10 tem interesse nos estudos e entre esses três ou quatro se sobressaem. Os outros 20 terminam um ensino médio de forma precária. É a turma do “empurraquevai”.
Enquanto isso, se o Brasil fosse Farroupilha, pelos resultados promissores do Ideb lugar 88 jamais e provavelmente a classificação brasileira seria altamente lisonjeira. Os bons resultados alcançados são proporcionados por uma rede de ensino bem estruturada, a participação da comunidade e o melhor, o incentivo fundamental: bons salários aos professores.
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