terça-feira, 25 de junho de 2013

O grito liberto


Os jovens foram para as ruas. Movimentaram-se. Caminharam por longas avenidas, passaram por inúmeras esquinas, circundaram praças e soltaram o grito liberto, isento da política partidária, contra o aumento das passagens de ônibus e que depois foi muito mais além como forma de protesto.

A garotada berrou, abriu o grito engasgado, preso na garganta de muita gente contra o estado de coisas de um país ingrato em prol de uma sociedade civil mais justa, equivalente na justiça social, igual para todos.

A meninada bradou no presente por um provável desesperançado futuro. Tenta tirar a embromada e acomodada sociedade, da inércia do conformismo, da mediocridade imperante, de um momento mal cheiroso embolorado, para fazer parte de um movimento histórico, ativo e balsâmico.  

Os jovens vociferam contra bilhões de reais gastos em arenas para jogos da Copa do Mundo, enquanto o vivo/morto, dependente do SUS, chega vivo na recepção do hospital e ali adiante, num infecto corredor, em cima de improvisada maca, estrebucha-se dramaticamente como último recurso, implorando socorro e morre vitima da crueldade social, hospitalar, médica, seja o que for.

No entanto, ano que vem, em alguma capital brasileira, em moderníssimas e requintadas instalações, jogos pelo mundial serão realizados para divertimento e lazer de uma classe média alta, que pagará preços exorbitantes pelo ingresso e que encontra atendimento hospitalar de primeira ordem, moderno e requintado, em sofisticados hospitais.

A juventude invoca o direito claro, notório e público da manifestação expressa, da reação solidária para influenciar governantes em busca do bem-estar social do povo.

Exige a condição de ser autenticamente cidadão brasileiro, de exercer plenamente o direito de brasilidade, sem interferência estrangeira, sem intromissão da FIFA, que está determinando o que pode ou não pode fazer dentro, ou nas proximidades dos estádios.

Leis brasileiras proibiam bebida alcoólica no interior dos estádios. A FIFA conseguiu e agora pode. A chegada, a entrada do público prioritariamente ao local dos jogos, estabelece a FIFA, deve ser ordeira e organizada, imagem produzida e enviada para todo o mundo, sem qualquer vexame. Por isso, a polícia intolerante, a pedido da FIFA, nas proximidades daqueles locais, evita os manifestantes, agride todos aqueles contrários ao previamente estabelecido, os defensores da cidadania, ao direito democrático da liberdade de expressão.

O movimento nas ruas causa transtornos. Alguns transeuntes compreendem, outros não. O bacana alienado, dentro do seu carro importado, de ar condicionado, escutando música ambiente, nervoso e irrequieto, se irrita, clama pelo seu direito de ir e vir.

Não entende que quem está lá fora luta contra o aumento escorchante na passagem de ônibus, coletivos que trafegam sempre lotados, desconfortáveis para viagens diárias de algumas horas realidade que ele, refinado protagonista desconhece por completo.

Setores da mídia reclamam contra o vandalismo dos manifestantes. Não entende que essa ação é claramente um repúdio a truculenta ação policial.

O que é um container de lixo destruído diante dos valores irrisórios e camaradas de juros do BNDES para as empreiteiras construtoras de estádios? O que significa em termos pecuniários um ônibus queimado comparado aos valores obtidos em corrupção por negociatas pelas licitações.

Tem gente, a conservadora ala direita política reacionária, o desejo de que as manifestações continuem, que persistam as badernas, que o vandalismo prossiga, que o governo se desestabilize e que de repente – afinal vamos entrar em tempos de Copa do Mundo – tal e qual a Copa do Mundo em 1970, aproveitando o futebol como ópio do povo, haja um general militar que estabeleça a ditadura, tipo Médici.

Porém, aqui e agora, ninguém jamais apagará as emocionantes cenas dos jovens protestando, na procura de uma melhor nação, que os direitos sejam respeitados.    

Jovens que põem a cara na rua e enfrentam a truculência policial, o gás pimenta, balas de borracha. Essa turma jovem sabe incomodar e que incomodem principalmente os políticos. Sonha, talvez ingenuamente e utopicamente, mas nos obriga a olhar para dentro de nos mesmos, para as nossas vidas.

 

 

 

  

 

 

 

terça-feira, 18 de junho de 2013

Cuba vence


Foi dito. Em termos de comunicação nada existiu ou existe como a internet, o grande conjunto de computadores interligados mundo afora. Dela derivaram as redes sociais, como exemplo, o site facebook, o moderníssimo modelo de comunicação social.

Através dele existe a facilidade das simples trocas de mensagens, as notificações de prementes necessidades, os relacionamentos que surgem, a maneira mais fácil de interagir com alguém numa inimaginável distância, os descontraídos encontros digitais, tudo assim, pelo pleno estado de direito democrático, a total liberdade de expressão. 

O facebook liberal que é, da direito de uma pessoa agir segundo sua vontade e sendo assim, participam também da rede, idiotas emergentes, imbecis exibicionistas.

A jovem demonstra sofrer de idiotia, no mínimo parece ser uma pateta. Em duas oportunidades foi reprovada no exame para adquirir sua licença de habilitação para dirigir automóvel. Conseguiu seu direito numa terceira chance. Por uma tolice eufórica colocou em seu perfil no facebook o verso e anverso de sua carteira de motorista, onde está disponível todas as informações pessoais, como filiação, CPFG, RG, dados suficientes para algum mal intencionado hacker praticar alguma falcatrua.

O facebook oferece da mesma forma o exibicionismo, a néscia presença na rede. A perua meia centenária pela faixa etária biológica e que aparenta virtualmente ser uma balzaquiana, mulher dos trinta, efeitos conseguidos por alguns retoques cirúrgicos e aplicações da toxina botulínica, se mostra exuberante em sua forma física, com seios superabundantes em razão de dezenas de miligramas de silicone, pernas longilíneas torneadas e uma região glútea bem delineada, todo esse material humano tratado convenientemente com muita malhação em academia. Por tudo isso vem o exibicionismo, o impulso para a ostentação. A coroa expõe no facebook seu corpo em indumentária reduzida, um biquíni de bolinhas, com lacinhos amarrados ao lado, bem cavado nas nádegas. A imagem satisfaz muita gente, inclusive o maridão, que orgulhosamente também se exibe como dono do material, que de repente pode encontrar algum sócio.

Como se observa a internet serve para tudo. Serve também para o divertimento, para o desenvolvimento cognitivo, para a recreação e o lúdico. O internauta pode ser divertir muito com sites como Porta dos Fundos, Kibe Loco.

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Apesar da imensurável capacidade de seus organizadores em aglutinar a comunidade farroupilhense em torno do Dia do Desafio, não obstante o inaudito esforço de colaboradores voluntários na prática de exercícios físicos, Farroupilha perdeu para a cidade cubana de Banes que teve a participação de 40.219 pessoas (51,41%) contra 23.082 farroupilhenses (36,27%). Até ai nada demais. Numa competição vitórias acontecem como aquelas já obtidas por Farroupilha, em meio a algumas derrotas.

Pois então há derrotas. Porém, para certo grupo local da radical direita reacionária, derrotas há, mas jamais, nunca, em tempo algum, para quem quer que seja de Cuba.

A vitória cubana causou irados tremeliques, piripaques odiosos, na direita conservadora, consequência de uma alta intensidade de despeito, de um rancor ideológico exacerbado.

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Cobrança de pedágio acabou, mas a construção ali existente será demolida? O prédio da empresa privada será estatal? O Estado irá indenizar a empresa proprietária ex-concessionária? Há quem diga que por enquanto as instalações do pedágio continuarão assim, rígidas e fortes, desativadas até as eleições. Depois, seja quem for o governador, provavelmente o pedágio voltará a funcionar, não com tarifas equivalentes a sete reais, mas correspondidas de igual valor as mais baratas de hoje, R$ 5,20.

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Assuntos postados diariamente: falasimpatia.blogspot.com   

  

 

 

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Sem pagar

Foi numa tarde de dia um qualquer da semana. Estou na redaçaõ do jornal e menciono que está na hora de ir para casa (moro em Caxias do Sul), preciso me apressar para pegar o ônibus.
Um rapaz, meu conhecido, também presente no local, ouviu o que dissera e me oferece carona em seu carro. Ótimo. Próximo ao pedágio, querendo retribuir a gentileza me prontifiquei a pagar a tarifa do pedágio - naqueles dias ainda funcionava o pedágio e evidentemente se pagava por isso: nem todos. O rapas disse: "Nada disso, eu nem pago pedágio". Pensei: de alguma maneira, sei lá como, deve ter passe livre. Não tinha. Perpicaz, esperto, ele usava o seguinte estratagema: colocava seu carro bem próximo a trazeira do carro da frente na fila defronte ao guichê para pagamento da tarifa. Feito o pagamento o carro à frente ia embora. O rapaz bem juntinho atrás, ia no embalo. Onde passava um carro na cancela passava dois. Achei interessante sua esperteza, o modo de ludibriar a exploração capitalista. Mas, um detalhe me chamou a atenção e disse ao esperto: "Você age desse modo quando há movimento no pedágio, pois precisará ter um carro sempre à sua frente".
Nada disso, ele me respondeu: "Simplesmente avanço por sobre a cancela sem qualquer problema. A cancela é de plástico sem causar nenhum problema para o carro".
E me dá mais uma explicação: "A cancela não é resistente pois a concessionária do pedágio não colocaria uma mais forte, pois qualquer dano a concessionária teria que arcar com prejuízo"
E diz mais: "Nesses casos há a facilidade do funcionário do guichê anotar a placa do carro e ai vez por outra tenho que comparecer ao posto da Polícia Rodoviária. Lá o que acontece é que eu levo uma mijada e fica tudopor isso mesmo. Não há multa, nada consta no Código de Trânsito"
Desde semana passada o jovem rapaz não precisa mais usar de esperteza e arttmanha. 
  

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Pedágio:nunca mais


Pedágio é uma palavra que etimologicamente tem sua raiz no médio latim, de pedaticum, “direito de passar, de por o pé”.

A origem do vocábulo é clara e democrática, quando diz “direito de passar”, portanto o direito de ir e vir e por isso se entende explicitamente, sem pagar nada.

Entretanto pedágio virou sinônimo de exploração financeira, que tem correlação única com o sistema socioeconômico que consiste no caso, o pagamento de uma taxa pelo usuário, a uma empresa privada explorando um serviço público, qual seja, trafegar pelas estradas, o que acontece em todos os casos nesse tipo de concessão.

Na verdade pedágio é coisa antiguíssima. Já se pagava para trafegar pelos logradouros na Roma Antiga no século III A.C., em carruagens e liteiras, não se sabendo o valor pago em áureos, denários ou sestércios, moedas cunhadas em ouro, prata e bronze respectivamente, mas certamente não equivaleriam nos dias de hoje aos sete reais que se pagava para trafegar por 17 quilômetros entre Farroupilha e Caxias do Sul.

Cobrança de pedágio no Brasil é também coisa antiga. Afirma-se que a primeira instituição pedagiana brasileira teve a exploração pecuniária de um holandês. O príncipe Mauricio de Nassau, em certo local de terras nordestinas construiu uma ponte. Teve imensas dificuldades financeiras, realizou empréstimos para terminá-la. Quando da inauguração para ressarcir o prejuízo foi logo avisando: será cobrado pedágio.

No século XVIII, Coroa Portuguesa, no tempo de Brasil colônia, só autorizava circular pela Rota dos Tropeiros se tivesses lucro e para isso estabeleceu postos de registros que nada mais eram que os pedágios da atualidade. O pedágio na Rota dos Tropeiros deu muito lucro. Foi parte dessa dinheirama brasileira de pedágios que ajudou na reconstrução de Lisboa, destruída pelo terremoto de 1755.

Sabemos que o pedágio em todo o mundo é a forma moderna de se manter bem conservadas as estradas.  O que não sabemos é se por lá existe o IPVA ou o CIDE (imposto embutido no preço da gasolina) cobrados para manutenção das rodovias.

Por aqui, em determinados pontos se entende, por sua competência, a cobrança de pedágios, por exemplo, na freeway pois os resultados são elogiáveis pela conservação e obras na estrada. O pedágio comunitário em Portão é outro bom exemplo que resultou na duplicação da RS-122 no Vale do Cai. Intolerável, verdadeira exploração capitalista, uma afronta pecuniária é pagar R$ 7,00 por 17 quilômetros.

Exploração por despropositados R$ 14,00 para quem precisava trafegar num percurso de 34 quilômetros (Farroupilha/Caxias/Farroupilha). Muito dinheiro numa simples comparação com o gasto de combustível. Considerando-se o veículo que gaste um litro de gasolina para cada 12 quilômetros percorridos, considerando-se o pagamento, em números redondos de três reais pelo litro, a conclusão é de um gasto de nove reais pelos 34 quilômetros. Pelos mesmos 34 quilômetros se pagava 14 reais no pedágio.

Além disso, o pedágio proporcionava a injustiça social. A carcomida Kombi de fretes, o antigo Chevette do humilde trabalhador, o carrão importado do magnata, pagavam as mesmas tarifas. Não há dúvida que na escala social de valores no pedágio havia discriminação. Pouco importa. O que interessava era faturar em cima de pobre e rico.

Nessa situação usurpadora capitalista, na tentativa de fazer prevalecer “o direito de ir e vir” não se deveria condenar, considerar-se como infrator o decidido cidadão que burlava, de uma forma ou outra, o pagamento no famigerado posto de arrecadação.

O ótimo é de que, de agora em diante, em relação ao pedágio, se conjuga o verbo no pretérito perfeito, conforme se pode notar no texto.

Fim de pedágios, fim da exploração comercial. Depois de 15 anos a desativação do posto privado de arrecadação proporcionou euforia imensa aos usuários, o grito de liberdade, a alforria da escravidão dos senhores do pedágio. Esse, nunca mais

 

  

 

 

 

 

terça-feira, 4 de junho de 2013

Em tempo de internett


No principio e em todos os tempos, a humanidade precisou sempre comunicar-se, estabelecer como ação recíproca a interação.

Desde que o mundo é mundo, e que seres humanos habitam sobre a Terra, a comunicação, a troca de idéias, sempre se fez necessária.

Em tempos primitivos homens rudimentares, os trogloditas das cavernas, por meio de grunhidos, gestos e gritos tentavam mostrar que tinham algo a comunicar.

Pinturas em pedras, gravuras no interior de cavernas, eram as maneiras desenhadas de mensagens, cada uma delas com os seus significados, perfeitamente entendidos.

A evolução das comunicações deixou para trás a primitiva arte de gravar, os originais desenhos e começou a modernizar-se - assim poderíamos dizer pelo tempo dos anos de 1400 – com Gutenberg inventando o prelo e os caracteres móveis, criando a imprensa. Evoluiu mais o mundo, modernizando-se a humanidade, aproximando-se mais os seres humanos, estreitando a comunicação com a invenção do telégrafo, telefone, o rádio.

Nos anos da década de 1950, o principio da moderna comunicação com o começo da informática, o lançamento dos imensos, pesados e complicados computadores da IBM, grandes no tamanho ocupavam vários compartimentos, salas de espaços consideráveis.

O processamento de dados era prolongado desde o começo da operação quando da necessidade da perfuração de cartões.

Os cartões perfurados são os precursores da memória usada em computadores.  Com as informações produzidas, pelos ditos cujos cartões, a etapa seguinte pelo processo computadorizado, produzia compridas colunas de papel, picotadas ao lado, conhecidas como holleriths, com os resultados desejados.

Anos em que a própria IBM prognosticava que no mundo haveria a necessidade de no máximo cinco computadores, mas que em três anos vendeu 19 máquinas.

A comunicação entre as pessoas, entre os povos, prosseguiu evoluindo. Das 19 imensas máquinas vendidas passou para milhões de computadores pessoais.

O processo inventivo, a modernização da computação, oportunizou se formar o maior conglomerado de redes de comunicação interligadas.

A rede mundial de computadores, junto com a telefonia por celulares, possibilitou acessar o mundo virtual, a comunicação instantânea em qualquer parte desse planeta de nome Terra. De Nova York a pólo Ártico, de Paris a Conchichina.

Um navegador possibilitará esse êxito, a informação desejada, a simples troca de ideias, a noticia recebida. Não há dúvida que em todo processo da informática, da era dos computadores, está a internet, mecanismo da disseminação de informação e divulgação mundial, um meio de colaboração e interação entre indivíduos e seus computadores não importando as localizações geográficas.

A internet representa um dos mais bem sucedidos exemplos dos benefícios da manutenção do investimento e do compromisso com a pesquisa, um fenômeno democrático e comunitário.

Por isso mesmo, por exemplo, trata-se de um verdadeiro shoping. Lojas e mais lojas virtuais, com os mais variados produtos de consumo, oferecem ao acomodado internauta o prazer comodista de comprar em seu trabalho, em sua residência.

Enfim é saber se a comunicação social expirou a sua capacidade - excetuando-se a redundância - do poder comunicativo, se existe algo mais a modernizar-se, se a genialidade dos homens estagnou no estágio atual.

Não duvidar. As máquinas obsoletas da IBM ficaram para trás porque eram rudimentares e a capacidade criativa do homem iria evoluir com facilidade, as pesadas máquinas transformaram-se em leves e práticos computadores pessoais, ir além dos smarfhones.

Haverá algo mais a criar, inventar, modernizar-se, em termos de computadores, internet?